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O bispo emérito de Torit,
diocese do Sudão do Sul, foi distinguido na semana passada com um prémio de paz
das Nações Unidas em reconhecimento dos seus esforços para construir confiança
entre tribos inimigas.
Dom Paride Taban recebeu
o Prémio Sérgio Vieira de Mello 2013 pelo seu trabalho na Aldeia da Paz da
Santíssima Trindade, em Kuron.
A Aldeia da Paz foi estabelecida
em 2005 depois de o bispo ter conhecido a comunidade de Neveh Shalom, durante
uma visita a Israel, onde famílias árabes e judaicas vivem em harmonia para
promover o diálogo e a paz entre as duas raças.
O bispo pensou que a
experiência podia ser uma resposta para os conflitos constantes e mortíferos entre
as diversas tribos criadoras de gado na Equatória Oriental. Resignou como bispo
da diocese e retirou-se para Kuron, uma zona remota da Equatória Oriental, onde
começou a Aldeia de Paz da Santíssima Trindade.
Hoje Kuron é uma aldeia
vibrante onde membros de tribos inimigas e de religiões diferentes vivem em
harmonia a cultivar a terra.
Laurant Vieira de Mello,
que dirige a Fundação Sérgio Vieira de Mello, disse que a aldeia da paz da
Santíssima Trindade, em Kuron, é um exemplo de reconciliação e de paz que devia
encorajar outras comunidades a seguir o modelo em zonas de conflito do Sudão do
Sul.
Hilde Johnson, a representante
do Secretário-Geral da ONU no Sudão do Sul, disse que «Dom Paride, um proeminente
ator sul-sudanês da paz, merece o prémio pelo esforço para cimentar a confiança
e paz entre tribos diversas e que os seus esforços deviam servir de inspiração
para comunidades em pontos quentes do país.»
Dom Paride vai receber o
prémio – com a quantia simbólica de cinco mil francos suíços – das mãos do
Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a 1 de Março, em Genebra, na
Suíça.
A Fundação Sérgio Vieira
de Mello recorda o oficial brasileiro das Nações Unidas que foi morto por uma
bomba em Bagdad, no Iraque em 2003, juntamente com 21 colegas. A Fundação foi estabelecida
em sua memória para promover o diálogo para a resolução pacífica de conflitos. O
prémio anual é atribuído a indivíduos, instituições ou comunidades em
reconhecimento do trabalho especial e único a favor da reconciliação pacífica
entre pessoas e partes em conflito.
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