20 de setembro de 2022

Qillenso: CAMPO DE FÉRIAS



A pequenada de Qillenso e das vizinhanças preparou a chegada do Ano Novo etíope — celebrado a 11 de setembro — com uma experiência inédita: um campo de férias.

O evento, organizado pelas Missionárias da Caridade, as irmãs de Santa Madre Teresa de Calcutá, foi animado poe elas e por quatro voluntários de Adola: o catequista do hospício das Missionárias, mais uma aluna e dois alunos do décimo ano.

Cerca de sete dezenas de crianças entre os quatro e os catorze anos participaram no evento. Algumas faziam quatro quilómetros a pé para para participarem na semana de atividades várias.

O campo de férias decorreu de segunda a sábado das nove às treze horas. Nem o nevoeiro matinal nem a humidade — que é costume nestes meses — nem alguma chuva esfriaram o entusiasmo dos participantes.

As atividades começavam com uma pequena oração. Era impressionante a concentração dos mais pequenos, autênticos adultos em miniatura.

Depois havia uma catequese bíblica e a aprendizagem de cânticos em guji — a nossa língua, amárico ou inglês.

O tema apresentado era trabalhado por grupos com pequenas dramatizações, canções, etc.

Seguia-se a hora dos jogos. Os participantes eram divididos em dois grupos — num lado os mais pequenos e noutro os mais crescidos — e os animadores ensinavam jogos, danças e outros passatempos.

O gargalhar de felicidade competia com o chilrear da passarada.

A meio da manhã tomavam um lanche para retemperar as forças e continuar as atividades.

Na sexta-feira de manhã, celebrei a missa com eles. Foi uma Eucaristia muito alegre. A petizada pôde cantar o que aprendeu nos dias anteriores. Os mais velhos escreveram e leram as orações dos fiéis.

Malaltu, a sobrinha da cozinheira da missão que tem quatro anitos, é normalmente envergonhada e caladita. Na missa, cantava com um entusiasmo crescente e fazia as dinâmicas que acompanhavam as canções com toda a energia.

O campo de férias foi um espaço lúdico, de aprendizagem e socialização. Os participantes adoraram a experiência. Era giro ouvir os mais pequenos a caminho de casa ou ao fim do dia a canta as canções que aprenderam durante a manhã.

Perguntei a Beza, a jovem que fazia parte do grupo dos animadores, se gostou da experiência, apesar do frio de Qillenso. Os olhos iluminaram-se num enorme sorriso: «É tão bom ver esta alegria de poder brincar juntos!» — disse.

Para o ano haverá mais!