15 de setembro de 2015

MISSÃO DE VIDA


Catarina Furtado escreveu O que vejo e não esqueço para partilhar a sua «missão de vida enquanto cidadã e voluntária.»

O livro entreabre imensas janelas sobre a sua vida, os valores fundacionais que a movem, o trabalho como embaixadora de boa vontade da UNFPA, o Fundo da ONU para a População, figura pública, apresentadora, documentarista e atriz.

«Já me perguntaram muitas vezes, ao longo destes quase 25 anos de carreira como comunicadora, de onde vem esta minha preocupação com os outros, esta inquietação. Costumo responder que terá nascido comigo e que cresceu por força das pessoas e dos momentos que mais me marcaram, alguns dos quais decidi agora partilhar convosco», diz na apresentação da obra.

E acrescenta: «Seja como for, a verdade é que estou absolutamente convencida de que a minha passagem por esta vida tem um propósito muito claro: apoiar quem mais precisa.»

«Tornei-me voluntária, desenvolvendo ações de solidariedade em Portugal e pelo mundo inteiro […] porque acredito, com muita força, no poder de cada um de nós para modificar o que está mal», explica.

Catarina narra a sua história e apresenta as pessoas que cosem a trama dos seus afetos e compromissos de cidadania. Conta quem é e quem conhece, a sua história e as histórias que a marcaram. Um depoimento motivador!

Participei no lançamento do livro a 8 de junho com uma intervenção via internet a partir de Roma onde me encontrava em trabalho.

Conheci a Catarina em Juba em 2012 através da terceira série Príncipes do Nada da RTP em que participei.

Com o Hugo e o Ricardo, operador de câmara e produtor, entregou-se com um entusiasmo contagiante e um profissionalismo impressionante ao trabalho num contexto pouco amigo.

Entrevistou o Irmão António Nunes, enfermeiro comboniano, Cathy Groenendijk, uma ugandesa que iniciou uma casa para meninas da rua e a mim. Visitou o hospital pediátrico de Juba, o bairro de onde vêm muitas das meninas da Confident Children out of Conflict e a paróquia Católica de Munuki. Manteve mitos contactos formais e informais.

Admiro o seu trabalho como embaixadora de boa vontade e documentarista de causas.

É importante que figuras públicas como a Catarina deem voz e vez a pessoas e situações que escapam ao radar da comunicação social porque são considerados assuntos menores para uma informação cada vez mais espetáculo estridente.

Li O que vejo e não esqueço durante as férias. Foi uma ótima companhia pela força da partilha de vida e de vidas e pelos ensinamentos para uma vida mais humana, mais solidária e menos autorreferencial.

Obrigado, Catarina! Que venha a quarta série de Príncipes do Nada.

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