A noite foi tensa em Juba
com disparos de armas pesadas e ligeiras especialmente nas zonas militares de
Bilpam (onde se encontra o quartel-general), Hai Jalaba e Geyada.
As primeiras
informações no Facebook diziam tratar-se de uma escaramuça entre elementos nuer e dinka da guarda
republicana, os famosos Tigers!
O presidente Salva Kiir
Mayardit deu uma conferência de imprensa esta manhã e acusou forças leais ao
ex-Vice Presidente Riek Machar de estarem por detrás do golpe de estado falhado que ele classificou de «acto criminal.»
Kiir disse que o exército estava em controle total da segurança em Juba.
Ele impôs o recolher
obrigatório entre as 6h00 da noite e da manhã.
Kiir estava abalado e vestido de militar. Era acompanhado pelo Vice-presidente James Wani Igga, o ministro dos negócios
estrangeiros Barnaba Marial Benjamin, a ministra do género Awut Deng Aciul e
outros dignitários.
O Aeroporto Internacional
de Juba foi fechado ao tráfico aéreo.
Fontes locais disseram-me que tanques vigiavam o
aeroporto e a área dos ministérios, as ruas estavam vazias e não havia geradores a funcionar.
Mais de 400 pessoas,
sobretudo mulheres e crianças, procuraram refúgio na base da Missão das Nações
Unidos no Sudão do Sul (UNMISS na sigla em inglês) e seis pessoas foram
tratadas a ferimentos de balas.
O Arcebispo Daniel Deng
Bul, que chefia a Igreja anglicana e o processo nacional de reconciliação,
apelou à calma entre os beligerantes porque na época santa do natal as pessoas precisam
de paz para celebrar.
Hilde Johnson, a chefe da
UNMISS, pediu às partes envolvidas no conflito para cessarem hostilidades.
A embaixada americana em
Juba encontra-se fechada e aconselhou os cidadãos norte-americanos a
permanecerem em casa.
Um jornalista local postou
no Twitter que algumas personalidades importantes tinham sido presas.
Uma fonte segura disse-me
que o Dr Machar se encontrava seguro em lugar secreto.
O tiroteio começou por volta
das 10 da noite depois do encerramento do National Liberation Council, o
segundo órgão decisório mais importante do partido no poder, o SPLM.
Um número de altos
dirigentes do partido, incluindo o Dr Machar e o ex-secretário-geral Pagan Amum,
criticaram Kiir por estar a conduzir o país e o partido para uma ditadura.
Kiir disse que os
primeiros tiros foram disparados por um indivíduo não identificado junto ao Centro
Cultural de Nyakuron onde decorreu a reunião do partido que devia ter aprovado
e nova constituição e os estatutos do SPLM.
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