Nesta semana o Papa
Francisco completou cem dias de ministério petrino e continua a surpreender.
Jorge Mario Bergoglio foi eleito sucessor de Bento XVI enquanto eu
andava em peregrinação pela terra que acolheu Daniel Comboni em 1858 no Sudão do SUl. Quando
regressei a Yirol – e à ligação à aldeia global – a primeira coisa que me
disseram foi: Habemus papam desde há dois dias. Eu ri-me e respondi: Ainda esta
manhã rezámos pela eleição do novo papa!
Fui imediatamente à
internet para ver o novo papa: gostei do sorriso franco e aberto, da escolha do
nome – veio-a à mente a mensagem de Jesus ao outro Francisco uns séculos atrás:
Repara a minha Igreja! – e o meu primeiro pensamento que foi que temos o
bom Papa João XXIII de novo no Vaticano numa versão mais moderna e arrojada!
O Papa Bergoglio é o
primeiro a escolher o nome Francisco, o primeiro Jesuíta a sentar-se na cadeira
de Pedro, o primeiro papa da América Latina. Também é o primeiro a viver fora
do palácio apostólico nos tempos modernos «para manter a sanidade mental…»
Também deve ter sido o primeiro papa a telefonar ao vendedor de jornais para cancelar
a assinatura e ao seu dentista a desmarcar uma consulta porque o Vaticano é
longe de Buenos Aires.
O facto de ter escolhido
oito consultores para o aconselhar no governo da Igreja é por si só um sinal
claro de um papado mais colegial. A primeira missão que os cardeais receberam
foi a de fazerem recomendações para reestruturar a cúria, uma reforma que precisa
de ser feita para devolver a confiança à Santa Sé.
Também caiu muito bem
celebrar a Ceia do Senhor com jovens detidos num reformatório e ter incluído
algumas mulheres entre os doze apóstolos a quem lavou os pés. Uma era
muçulmana! Agora devia introduzir acólitas e acólitos em São Pedro em vez dos
monsenhores de cera que o servem… E continua a celebrar a missa diariamente como
um bom pastor com partes do seu rebanho.
O Papa Francisco tem
insistido na misericórdia e no amor de Deus e alertado os colegas eclesiásticos
para a «lepra» do carreirismo. A palavra é dele.
Depois de dois papados
preocupados com a ortodoxia, temos agora um papa que quer salvaguardar o lado
humanista da fé com mensagens simples que vão diretas mais ao coração e menos
ao cérebro! As mensagens são claras: a Igreja é um espaço de comunhão e não de
exclusão. E ele quer viver mais próximo do seu povo mesmo que ponha os
guarda-costas à beira de um ataque de nervos.
E continua a tradição do
Papa Bento com uma presença constante no Twitter. Apesar dos comentários desbocados
que os seus tweets provocam. É impressionante o lixo e as obscenidades que lá escrevem!
Vamos a ver como vai correr a participação no festival mundial da juventude
no Rio de Janeiro daqui a um mês: é a primeira visita ao estrangeiro e à sua
América Latina natal,
E
1 comentário:
Comemorar 100 dias de compromisso com o novo e mudança na Igreja é mesmo uma bênção!
Sandra
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