De 7 a 28 de Outubro, mais de duzentos padres sinodais,
convidados e especialistas vão debater, no Vaticano, o tema «A nova evangelização
para a transmissão da fé cristã». Trata-se, sem dúvida, de uma questão crítica,
candente e essencial para a Igreja de hoje.
A expressão «nova evangelização» foi cunhada pelo Papa João
Paulo II em 1979 durante a visita à Polónia natal e logo se tornou
palavra-passe em discursos e documentos de figuras eclesiais, apesar de
conteúdos pouco claros, até o papa propor ao episcopado latino-americano, em
1983, uma evangelização nova «em seu ardor, em seus métodos, em suas
expressões», diferente da reevangelização.
Lineamenta, o documento que lançou o sínodo, dá um
passo em frente e diz que a nova evangelização é um estímulo «para redescobrir
a alegria da experiência cristã».
O Papa Bento XVI dedicou um capítulo à nova evangelização em
Africae Munus, a exortação apostólica que escreveu à Igreja em África há
um ano, definindo-a como «a pastoral com aqueles que abandonaram a práxis
cristã». O papa exorta os Africanos a proclamarem o mistério da salvação
através da vida, escrevendo que a África precisa de uma nova apresentação do
Evangelho, integrando «a dimensão intelectual da fé na experiência viva do
encontro com Jesus Cristo presente e operante na comunidade eclesial» através
de novos métodos.
Bento XVI aconselha os bispos africanos a «acolher com
generosidade o apelo dos seus irmãos dos países que carecem de vocações e
acudir aos fiéis privados de sacerdote» e proclama: «A nova evangelização diz
respeito particularmente ao serviço da Igreja a favor da reconciliação, da
justiça e da paz», exortando os Africanos a reavivarem o sentido de pertença à
Igreja: «[Os Africanos] são chamados a viver, a nível pessoal, familiar e
social, a Boa Nova e a anunciá-la, com renovado zelo, às pessoas vizinhas e
distantes, empregando para a sua difusão os novos métodos que a Providência
divina põe à nossa disposição.»
Jesus diz em Mateus 13: 52 que «todo escriba que se fez
discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do
seu tesouro coisas novas e velhas». Espero que os padres sinodais desta feita cheguem
mesmo ao fundo do tesouro para tirar propostas evangelizadoras novas para
situações e problemas novos.
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