17 de outubro de 2022

VIVA SÃO DANIEL COMBONI



Daniel Comboni, o santo fundador dos Missionários Combonianos, faleceu em Cartum, Sudão — onde era bispo — a 10 de outubro de 1881. Tinha 50 anos.  Sucumbiu às febres tropicais e às fadigas apostólicas.

São João Paulo II canonizou-o a 5 de outubro de 2003. A festa litúrgica é celebrada no dia do seu falecimento.

São Daniel Comboni é o padroeiro da igreja que os combonianos construíram na cidade de Adola, paróquia de Qillenso. Foi sagrada a 7 de março de 2016. O adro da igreja tem uma estátua cinzenta sua com chaves na mão, uma iconografia incomum. Normalmente, S. Pedro é o santo das chaves.

Os católicos de Adola celebraram a festa do seu padroeiro a 9 de outubro, o domingo antes da sua memória.

Contudo, as celebrações começaram no dia 7 à noite. Trinta e sete romeiros de algumas das oito capelas à volta de Adola vieram pernoitar na igreja.

A manhã de sábado, dia 8, foi dedicada à formação dos fiéis com ensinamentos sobre a vida do padroeiro, identidade católica e as novas normas litúrgicas preparadas pelo Vicariato de Hawassa, a nossa diocese.

As novas normas litúrgicas pretendem fazer frente à crescente influência protestante nas celebrações católicas no que diz respeito ao cantar e saltar durante a liturgia, ao barulho, às orações palavrosas e ao modo de organizar as capelas.

Depois do almoço houve tempo livre para as pessoas irem ao mercado. Em Adola a feira é ao sábado e à terça-feira, uma oportunidade para socializar e saber novidades além de fazer compras.

Às 16h00 começou a Adoração do Santíssimo com tempo de confissões, até às 17h30.

Depois do jantar, foi projetado um filme de três horas sobre a vida de Jesus em oromo, a língua-mãe do guji. 

A ELPA, a companhia elétrica etíope, decidiu colaborar com o evento e não houve cortes de corrente — o que é pouco habitual.

À noite o número de católicos a dormir na igreja subiu para as sete dezenas.

No domingo de manhã, depois do pequeno-almoço, os festeiros continuaram a familiarizar-se com as novas normas litúrgicas.

Quando chegou a hora da Eucaristia, reuniram-se todos junto do portão do adro da igreja para a procissão de entrada com os quadros de São Daniel Comboni e Santa Madre Teresa Calcutá. As suas irmãs, Missionárias da Caridade, têm na cidade uma grande instituição para cuidar dos doentes crónicos e terminais e dos pobres.

A Eucaristia solene, presidida pelo pároco, o comboniano togolês P. Hippolyte Apedovi, durou mais de duas horas, bem cantada e participada.

No fim da eucaristia — e porque a chuva ameaçava — o almoço de confraternização foi servido nas instalações da Biblioteca Púbica Comboni.

O menu foi simples: injera — panquecas gigantes feitas com farinha de tef, um cereal etíope — com batatas guisadas com vegetais e água para beber.

Na festa do ano passado, a comunidade juntou dinheiro suficiente para comprar carne de vaca. Este ano a crise económica é grande. Os produtos essenciais — sobretudo açúcar, farinha e óleo alimentar e combustíveis — custam o dobro em relação ao ano passado.

O dinheiro das ofertas juntamente com as ajudas das missionárias e dos missionários deu para uma refeição mais simples. Mas estava uma delícia. As mulheres esmeraram-se.

O importante foi celebrar juntos e almoçar juntos. As comunidades reforçam-se à volta das mesas da Eucaristia e da convivialidade.

Viva São Daniel Comboni.

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