Secretádia de Estado Hilary Clinton com o ministro dos negócios
estrangeiros Nhial Deng Nhial
O Sudão do Sul e o Sudão chegaram ontem a um acordo sobre
tarifas de exportação de petróleo horas depois de a secretária de estado
norte-americana ter aconselhado o governo de Juba a fazer um acordo provisório
com Cartum e reiniciar a exploração de petróleo.
O ex-presidente da África do Sul, Thabo Mbeki – que medeia
as negociações pós-independência entre os dois Sudãos – disse aos jornalistas
em Adis-Abeba que o acordo do petróleo cobre tarifas de transporte,
processamento e trânsito.
Os negociadores têm que se pôr de acordo sobre a data em que
as companhias de petróleo têm que se preparar para reiniciar a produção e
exportação de crude, Mbeki acrescentou.
O mediador não deu detalhes sobre os termos do acordo. O
Sudão queria cobrar mais de 30 euros por barril exportado através da sua
infraestrutura enquanto o Sudão do Sul propunha pagar menos de dez euros. Em
contrapartida, oferecia um pacote de ajudas financeiras de cerca de oito mil
milhões de euros.
O acordo pôs termo a sete meses de disputas entre os dois
países sobre as tarifas do petróleo que levou à paragem da produção em finais
de Janeiro.
O anúncio chegou horas depois de Hilary Clinton ter
aconselhado o Governo do Sudão do Sul a chegar a um acordo transitório com o
Sudão para retomar a produção de petróleo enquanto os dois países negociavam um
acordo definitivo e o Sudão do Sul iniciava a construção de um novo oleoduto.
A secretária de estado norte-americana ontem esteve algumas
horas em Juba em visita oficial.
O acordo representa uma saída airosa para os dois países
cujas economias estão à beira do colapso devido à falta de entradas de moeda
forte.
O prazo de três meses dado pelo conselho de segurança do ONU
ao Sudão do Sul e ao Sudão para terminarem as negociações pós-independência terminou
há dois dias e ambos os países podem sofrer sanções.
Os negociadores têm ainda três pontos difíceis para debater:
fronteiras, segurança e questões de nacionalidade.
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