Os Presidentes Salva Kiir Mayardit do Sudão do Sul e Omar al-Bashir do Sudão estavam
em Adis-Ababa, a capital da Etiópia, desde domingo, num esforço derradeiro para
desbloquearem as negociações que decorreram sobre a mediação da União Africana.
Em Maio, o Conselho de Segurança da ONU disse aos dois
países para terminarem as negociações até 22 de Setembro ou sofrerem sanções
não militares.
Os nove acordos incluem petróleo, estatuto de nacionais,
fronteiras, cooperação, banca, comércio, dívida externa, pensões
e segurança.
Dezasseis comités, subcomités, comissões e missões conjuntas
foram criados para implementar os oito acordos.
De fora ficou a questão quente de Abyei, uma zona habitada
por Sulistas que em 1905 escolheram ser administrados a partir do Norte. O acordo de
paz de 2005 previa que os residentes – na maioria Dinca Ngok – escolhessem em referendo
pertencer ao Sudão ou ao Sudão do Sul. As tropas de Cartum invadiram duas vezes
a região que é rica em petróleo e pastagens, destruíram a cidade e puseram os
mais de 100 mil habitantes em debandada. As partes comprometeram-se a continuar
a negociar o dossiê de Abyei.
O acordo mais substancial é sobre o petróleo e outros assuntos
económicos relacionados, que possibilita o reinício da exploração vital de
crude.
O Sudão do Sul vai pagar ao Sudão uma média de dez dólares
por cada barril de petróleo que exporte através da infraestrutura sudanesa mais
uma compensação de 3.028 mil milhões de dólares.
O acordo possibilita o relançamento da economia nos dois
países: o Sudão do Sul suspendeu a extração do crude em Janeiro devido a
desacordos sobre tarifas com o Sudão e lançou a economia das duas nações em depressão.
No Sul, está em vigor um orçamento de austeridade que cortou nos serviços e
também nos salários, criando um clima de descontentamento entre a população que
tem cada vez menos dinheiro para sobreviver numa economia muito inflacionada.
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