28 de setembro de 2012

ACORDOS

O Sudão do Sul e o Sudão assinaram na quinta-feira, 27 de Setembro, nove acordos sobre questões pendentes pós-independência depois de meses de negociações arrastadas e do risco de guerra eminente em Abril.
Os Presidentes Salva Kiir Mayardit do Sudão do Sul e Omar al-Bashir do Sudão estavam em Adis-Ababa, a capital da Etiópia, desde domingo, num esforço derradeiro para desbloquearem as negociações que decorreram sobre a mediação da União Africana.
Em Maio, o Conselho de Segurança da ONU disse aos dois países para terminarem as negociações até 22 de Setembro ou sofrerem sanções não militares.
Os nove acordos incluem petróleo, estatuto de nacionais, fronteiras, cooperação, banca, comércio, dívida externa, pensões e segurança.
Dezasseis comités, subcomités, comissões e missões conjuntas foram criados para implementar os oito acordos.
De fora ficou a questão quente de Abyei, uma zona habitada por Sulistas que em 1905 escolheram ser administrados a partir do Norte. O acordo de paz de 2005 previa que os residentes – na maioria Dinca Ngok – escolhessem em referendo pertencer ao Sudão ou ao Sudão do Sul. As tropas de Cartum invadiram duas vezes a região que é rica em petróleo e pastagens, destruíram a cidade e puseram os mais de 100 mil habitantes em debandada. As partes comprometeram-se a continuar a negociar o dossiê de Abyei.
O acordo mais substancial é sobre o petróleo e outros assuntos económicos relacionados, que possibilita o reinício da exploração vital de crude.
O Sudão do Sul vai pagar ao Sudão uma média de dez dólares por cada barril de petróleo que exporte através da infraestrutura sudanesa mais uma compensação de 3.028 mil milhões de dólares.
O acordo possibilita o relançamento da economia nos dois países: o Sudão do Sul suspendeu a extração do crude em Janeiro devido a desacordos sobre tarifas com o Sudão e lançou a economia das duas nações em depressão. No Sul, está em vigor um orçamento de austeridade que cortou nos serviços e também nos salários, criando um clima de descontentamento entre a população que tem cada vez menos dinheiro para sobreviver numa economia muito inflacionada.

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