25 de janeiro de 2007

Motards

© J. Vieira
As motas são a grande novidade – e a grande ameaça – em Juba. Os motards nativos são geralmente jovens que ou andam a aprender a conduzir o veículo pelas ruas (esburacada) da cidade ou a fazem serviço de táxi aos ziguezagues nas vielas dos mercados.
O modelo favorito é a Senke, uma 125 multinacional: a «máquina» é fabricada no Dubai e montada na RD do Congo. Custa cerca de 400 euros.
Logo a seguir à assinatura do Acordo Global de Paz, Juba registou uma explosão de obras de (re)construção e uma grande falta de mão de obra. Os jovens tiveram oportunidade de fazer um bom pé-de-meia e comprar um motociclo para impressionar e… para se estampar.
Há duas semanas um polícia bateu no nosso pick-up. Apesar de o veículo estar parado, o meu colega teve que pagar umas botas, uma farda nova, a reparação da mota, os sete dias de baixa do sinistrado e os remédios que tomou. A culpa? Ser «kawaja», estrangeiro, e, por isso, ter dinheiro para pagar as consequências do acidente!
As matrículas são outra história: além das placas com as duas letras e três números de preceito, há outras com letras e números árabes, com fotos de gente famosa – como Cristiano Ronaldo, em branco ou simplesmente sem placa.

2 comentários:

CN disse...

Boa história, companheiro. Conta-nos mais destas. O quotidiano de povos longínquos tem sempre alguma coisa de mágico. E tu és um bom contador de histórias. Abraços.

Anónimo disse...

That´s a good one!! You´re telling us some good stories....Beijinhos e abraços