19 de setembro de 2018

Sudão do Sul: OBRIGADO


No fim da reunião dos superiores de todas as circunscrições do nosso Instituto, realizada em Roma em fevereiro de 2017, o Superior Geral escreveu com seu Conselho uma carta intitulada: «Solidariedade com a população do Sudão do Sul.» Nesta carta ele convidou todas as circunscrições de nosso Instituto a tomar iniciativas concretas para ajudar a população do Sudão do Sul afetada pela fome devido à crise económica, política e humanitária. A resposta foi imediata e generosa. Quase todas as circunscrições, muitos benfeitores e várias instituições enviaram donativos para aliviar o sofrimento do povo do Sudão do Sul.

Recebemos ao todo 552.617,12 dólares..

Entrámos em contacto com as pessoas necessitadas e ajudámo-las através das nossas comunidades, igreja local, congregações religiosas e várias instituições a trabalhar em diversas partes do país.

O dinheiro deste «Fundo para alívio da fome» esteve disponível até ao início do ano e, como era um fundo criado temporariamente para uma emergência específica, foi todo usado.

Através da resposta generosa de todos vocês conseguimos ajudar muitas pessoas que estão em situações dramáticas. Continuamos a rezar olhando para a frente com esperança que a justiça e a paz finalmente vão chegar ao nosso país.

Agradecemos a todas as circunscrições e outros doadores que responderam ao apelo do Superior Geral com seu Conselho e mantemos todos vós nas nossas orações. Que o Senhor vos recompense a todos pela vossa generosidade, solidariedade e carinho demonstrados através do vosso ato concreto e aberto.

A situação no Sudão do Sul continua instável e incerta, e muitas situações dolorosas continuam a destruir a população em todo o país. Por isso pedimos que continuem a rezar connosco pelo Sudão do Sul. Que São Daniel Comboni e Santa Bakhita intercedam por uma paz duradoira neste solo.

P. Louis Okot Tony, 
Superior Provincial
27/07/2018 

17 de setembro de 2018

JORNADAS MISSIONÁRIAS 2018

©OMP

CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE ACÇÃO

1 – Nos dias 15 e 16 de Setembro de 2018 decorreram no Seminário do Verbo Divino, em Fátima, as Jornadas Missionárias Nacionais sob o lema “Eu sou Missão”. No âmbito da celebração do sínodo dos Bispos em Roma sobre os jovens em outubro próximo, estas jornadas foram pensadas para que os jovens fossem os protagonistas deste evento. Dos 300 participantes cerca de 30% eram jovens que emprestaram um dinamismo novo a estas jornadas, quer na abertura e no serão do 1º dia, bem como nos desafios lançados na mesa redonda de domingo sobre “A Igreja que pretendemos”.

2- Estas jornadas promovidas pela Comissão Episcopal de Missões e Nova Evangelização, pelas Obras Missionárias Pontifícias e pelo IMAG foram abertas por D. Manuel Linda, presidente da Comissão Episcopal de Missões, que após as boas vindas situou este encontro no contexto da celebração do outubro missionário extraordinário preconizado pelo Papa Francisco, e do ano missionário proposto pelo Episcopado Português com inicio em outubro de 2018 até outubro de 2019.

3- O Dr. Juan Ambrósio, a partir do tema “eu Sou Missão” apresentou-nos a missão como coração da identidade cristã, bem como os pressupostos e coordenadas para a tornar efetiva na vida da Igreja pelo empenho de todos e cada um, concretizada no anúncio da palavra, na celebração fé, na vivência da diaconia e caridade, tudo sustentado pela koinonia (Comunhão).

Partindo da evolução do pensamento do papa Francisco presente nas sucessivas encíclicas, o orador apontou-nos o itinerário que a comunidade cristã é chamada a percorrer em ordem ao compromisso global de todos os seus membros na construção de uma igreja não autorreferencial e em saída, em direção às periferias geográficas e existenciais. A renovação da igreja passa pelo cuidar da casa comum em ordem a uma ecologia humana integral onde não haja lugar para “descartados” nem “sobrantes” cuidando da paz. A misericórdia será o critério de fidelidade a este compromisso através de uma santidade realizada em “ações ordinárias de maneira extraordinária” porque nada do que é cristão pode prescindir do encontro com Deus em Jesus Cristo e o ser Humano.

4- Através dos Workshops os diversos grupos partilharam o compromisso com as múltiplas formas de missão ao nível da experiência pessoal e de grupo, e o seu impacto quer nas comunidades locais quer ao nível diocesano e mesmo em contextos de Missão Ad Gentes, não esquecendo as problemáticas emergentes com Migrantes e outras situações humanitárias.

A experiência da descoberta e do encontro com Jesus Cristo é sempre o início de um compromisso com a igreja e com o mundo “real” onde somos chamados a viver, quer dentro dos nossos contextos quer na missão Ad Gentes. Os quatro jovens intervenientes na mesa redonda sobre: “A Igreja que pretendemos” testemunharam o que significou para si a experiência missionária como partilha e doação e, também a riqueza que a Missão sempre proporciona: transformar e ser transformados.

5- A título de conclusão e para o melhor desempenho da Missão:
  • A Igreja deve ser descentrada e não autorreferencial, igreja em saída em direção às periferias. Plural e Santa lendo a presença de Deus no concreto da vida, tendo como critério o Amor Misericordioso de Deus. 
  • Para que o ano missionário preconizado pelos nossos bispos se torne um momento de Graça para a nossa Igreja é urgente criar em todas as dioceses os Centros Missionários Diocesanos (CMD) e os Grupos Missionários Paroquiais (GMP) como promotores e animadores da consciência missionária no povo de Deus. 
  • Torna-se urgente que durante este Ano de Graça se promovam nas paróquias, arciprestados e dioceses experiências concretas de saída para outras realidades, dentro ou fora das nossas fronteiras, como sinal de compromisso com o anúncio do Evangelho. 
  • A ausência de representantes de algumas dioceses de Portugal neste encontro nacional é o sintoma de que a responsabilidade missionária das igrejas locais é ainda uma debilidade pastoral. Que a celebração do ano missionário a todos desperte para a missão.

10 de setembro de 2018

Combonianos em Itália: CARTA ABERTA AO PAPA


Caro Papa Francisco, queremos dizer-te que estamos contigo e queremos expressar este sentimento ainda mais abertamente na hora em que uma campanha concertada de difamação e crítica maliciosa está a tentar minar a tua credibilidade pessoal e questionar o teu generoso esforço para renovar Igreja, para torná-la mais conforme a vontade de Jesus. Nestas últimas semanas, então, a campanha de acusações chegou ao cume quando expoentes eclesiais te atacaram abertamente, chegando mesmo a pedir a tua renúncia, questionando a sinceridade e a correção do teu compromisso para acabar com o flagelo da pedofilia e dos abusos sexuais na Igreja.

Estamos convencidos de que ataques como estes, dentro e fora da Igreja, vindos de ambientes conservadores e reacionários, escondem a intenção não confessada de querer pôr-te de lado. Porque esses ambientes conservadores são fortemente opostos ao teu ensino social. Em várias ocasiões e de modo claro, através da palavra e do texto, Francisco, continuas a expressar a tua oposição ao atual sistema económico global, intrinsecamente perverso porque é principalmente orientado para o lucro, em detrimento da dignidade das pessoas e causa da destruição da mãe Terra. Tudo isso é hostil a quem quer perpetuar o status quo e não quer perder os privilégios que derivam dele.

Caro Papa Francisco, estamos-te imensamente gratos pelo teu testemunho, feito de palavras e gestos concretos, que nos provocam e nos ensinam que ser cristão é viver como Jesus, no seu amor ao próximo, especialmente aos pobres.

Agradecemos a Deus pelo dom que nos faz através da tua presença à frente da Igreja e também queremos dizer-te que nos sentimos apoiados no nosso caminho de fé por teu constante compromisso pela paz, pelo desarmamento e contra o comércio de armas, pelo acolhimento aos imigrantes e pela proteção da criação.

Sentimos de o dizer como missionários que vivem em contato com o povo dos países do sul do mundo. E esta experiência tornou-nos ainda mais conscientes da necessidade de uma Igreja profética diante da iniquidade de um sistema económico-financeiro predador que enriquece uma minoria e faz crescer a multidão dos deserdados no mundo.

Voltamo-nos para Deus em oração para que te conceda longos dias e te apoie com sua graça para que possas perseverar com o mesmo espírito e entusiasmo no anúncio da Boa-nova do Evangelho, fonte de esperança para crentes e não crentes que persistem no sonho de quererem construir um mundo diferente, mais respeitoso por cada pessoa e da criação.

Os Missionários Combonianos na Itália 
Sexta-feira, 7 de setembro de 2018

5 de setembro de 2018

EM MEMÓRIA DO P. ZÉ CARLOS M. DA COSTA, MCCJ



O P. Jeremias expressou profundamente sua proximidade e também partilho de perto a perda de P. Zé Carlos, que conheci durante a visita que o Ir. Alberto e eu fizemos à comunidade de Famalicão. Que ele descanse em paz depois de todos esses anos de sofrimento e que ele ore por todos nós. Unidos em oração.

P. Tesfaye Tadesse – Superior Geral (Roma)
Obrigado pela triste noticia da passagem do P. Zé Carlos. Deus o tenha na sua paz.

O P. Alberto telefonou esta tarde dando também a notícia.

O CG, em reunião nestes dias, celebrará amanhã e nestes dias pelo P. Zé e pela sua família. O silêncio e a oração são nestes momentos o melhor modo de estarmos vizinhos do P. Zé Carlos para o acompanhar à sua última e definitiva morada. Do mesmo modo acompanhamos também a sua família que o assistiu de muito perto durante a doença.

Rezamos também por cada um de vós para que possais viver este momento com fé e esperança cristã. O P. Zé Carlos sentiu-se sempre acompanhado pelo vosso carinho e cuidado fraterno.

Conheci o p. Zé Carlos em Portugal, no Quénia, onde o visitei na missão de Makindu (Diocese de Machakos), e em Moçambique, em Mueria e em Nampula. Não é necessário falar da sua vontade de viver e de servir com generosidade e da sua dedicação e entrega à missão e aos vários encargos que lhe foram confiados. Gastou-se generosamente.

Durante a minha visita a Portugal na segunda metade de setembro 2018 fiz questão de ir a Famalicão para ver o Zé Carlos para que ele sentisse também mais perto a presença do CG. Encontrei-o muito debilitado, embora tivesse chegado no dia anterior de Coimbra onde lhe tinham feito mais uma transfusão de sangue.

Partilho apenas as suas últimas palavras que ele proferiu pelas 10 horas da manhã antes de eu partir para Lisboa. Entrei no seu quarto para me despedir dele e lhe dar um abraço. Disse-lhe que continuávamos muito unidos na oração. As últimas palavras que me disse foram: «Jeremias, já me pus nas mãos de Deus. Seja feita a sua vontade!»

Sim, a vontade de Deus foi feita e o Zé Carlos terminou a sua viagem terrena para ir ao encontro d'Aquele do qual todos vimos e para o qual todos vamos. Que ele vá em paz e que descanse finalmente de tantas canseiras e lutas pelo Reino e que o Deus da vida lhe dê a recompensa que preparou para ele, ao longo dos seus 71 anos de vida.

Um abraço e comunhão de orações com cada um de vós e com toda a sua família e amigos.

P. Jeremias Martins – Vigário Geral (Roma)
O padre Alberto Vieira ligou-nos para Roma a dar a notícia, humanamente triste, de que o Senhor já te chamou para mais perto d’Ele. Pois é, fiquei sem palavras. Desnorteou-se-me o pensamento. Foi assim mesmo que me senti. Precisei de algumas horas para controlar a emoção, conter os sentimentos e reordenar as ideias. Rezo por ti, para que tenhas um belo encontro com Deus, e pelos teus familiares, que considero também meus, para que neste momento de pesar os conforte a promessa divina da vitória da Ressurreição e da Vida sobre a morte humana. Que a Casa do Amor infinito do Pai, que como sacerdote tanto anunciastes, seja agora a tua Morada eterna!

A última vez que nos vimos foi no início de Abril deste ano, na semana da Páscoa, quando ainda estávamos a celebrar o oitavo dia da ressurreição de Jesus. Eu tinha ido a minha casa para celebrar uma outra páscoa, a da minha sobrinha Zaida, que tu também conhecias. Hoje, 4 de Setembro, chegou o dia da tua páscoa, depois de um longo tempo de quaresma de sofrimento e de dor. Recordo as últimas palavras que saíram da tua boca, repetidamente, antes de nos despedirmos: “Arlindo, estou nas mãos do Senhor! Confio tudo a Ele. Só tenho é que dar graças a Deus por tudo, por tudo.”

Recordo bem os muitos anos que vivemos na mesma comunidade. Primeiro, em Lisboa, onde passamos quase seis anos a trabalhar na editorial “Além-Mar”. Mais tarde, em Moçambique, quase outros seis. Depois de alguns anos na missão de Mueria, diocese de Nacala, passaste para a minha comunidade de Nampula. Vivemos tanto tempo juntos que eu passei a fazer parte da tua família e tu da minha. Partilhámos muito sobre nós mesmos e sobre a vida das nossas famílias, sobre os nossos trabalhos, sobre as coisas boas e as ruins do nosso dia-a-dia.

Sinto saudades desses tempos. E quantas boas recordações me vêm à mente: a tua energia, o teu modo incansável de trabalhar e o teu espírito de serviço, a tua dedicação ao Instituto e à Igreja, e a tua paixão pela missão. Que Deus te recompense!

Sobre as tuas fraquezas e debilidades humanas, creio que o peso da doença e a penitência das dores por que passaste já repararam tudo. Além disso, a fé cristã na misericórdia infinita de Deus, capaz de expiar todas as nossas muitas faltas, manteve e mantém sempre viva a nossa esperança de poder vir a habitar o belo jardim da Morada de Deus, nosso Pai.

Quero, hoje, amigo Zé Carlos, expressar a minha gratidão pelo dom dos teus 71 anos de vida, por te ter conhecido a ti e à tua família, por termos tido a oportunidade de trabalharmos juntos, e de termos sido capazes de permanecer sempre unidos e solidários, tanto nos momentos bons como nos difíceis. Obrigado, meu irmão. Parafraseando as tuas palavras, também eu, agora, repito: dou graças a Deus por toda a história que temos em comum. E que Deus continue a abençoar e a fazer frutificar as sementes que semeaste em tantas machambas, em Portugal, no Quénia e em Moçambique.

De hoje em diante, encontras-te numa posição privilegiada para poderes interceder ao Senhor da Messe por nós todos – familiares, confrades e amigos –, para que saibamos ser sempre melhores nas palavras e nas acções, e sempre mais fiéis à nossa vocação cristã e missionária.

Um abraço muito fraterno, Zé Carlos, e até ao nosso reencontro na Casa do Pai. Esta é a minha esperança. E mais uma vez, obrigado por tudo.

P. Arlindo Pinto (Roma)
Acabo de ver a tua mensagem e não consigo conter as lágrimas. Quantos belos momentos pude viver com o Zé Carlos durante o período que vivemos juntos em Famalicão. Pude estar ao seu lado durante o período de adaptação a um novo ritmo de vida após o enfarte. Quanta luta e grande a sua fé. Tudo superou até que o cancro o visitou. Grande de novo a sua confiança em Deus que lhe concedeu a graça da serenidade até ao fim. Somos o resto da diocese de Coimbra e assim vivi sempre muito unido ao Zé.

Em janeiro quando o vi disse me. Vai e sê forte, pois eu estou a chegar ao fim. Reza por mim que eu não me esquecerei de ti. Não me voltas a ver. Adeus.

Assim nos despedimos.

Zé, vai, vai em paz! Que o Mestre que te chamou te conduza agora ao descanso eterno na cidade santa.

P. Marcelo Oliveira (DR Congo)
Conheci-te quando chegaste ao Noviciado Comboniano. Vinhas da Universidade (de Coimbra?). E disseste: hoje entrei noutra universidade. Alguns dias mais tarde perguntei-te: «Em que Faculdade estás agora?»

«A Faculdade da Missão», respondeste.

Faculdade da Missão Comboni que frequentaste a vida inteira. Aí aprendeste a viver, a amar, a servir e a morrer. Até à hora em que o Senhor e Mestre te envolveu, alma e corpo, e acordaste na ternura do seu amor. Para sempre.

Zé Carlos, missionário que foste ao jeito de Comboni, não nos esqueças, nós que frequentamos também a Faculdade da Missão. «Fala a Deus de cada um de nós.» Queremos continuar a aprender a viver, a amar, a servir e a morrer.

P. Feliz Martins (Sudão)
Todos nós que trabalhamos em Moçambique, na vinha do Senhor, nos associamos à dor de todos os nossos confrades portugueses pelo falecimento do nosso P. Zé Carlos.

Também ele combateu o bom combate nestas terras do Índico e fez crescer esta Igreja com o seu exemplo, com o seu trabalho apostólico e com toda a sua vida.

Deus quis aliviá-lo dos seus sofrimentos terrenos, libertando-o para a vida eterna.

Em nome de toda a Província comboniana de Moçambique, apresento sentidos pêsames à Província comboniana portuguesa, pedindo a Deus pelo eterno descanso do P. Zé Carlos. Que desde o céu, continue a palpitar por esta terra que ele tanto amou. «A vida não se acaba, apenas se transforma».

P. Luís de Albuquerque (Moçambique)
Grande amigo e irmão. Deus lhe dará a felicidade que sempre desejou para todos. Obrigada por tudo o que aprendi com ele, meus sentimentos para seus familiares e amigos.

Ir. Bety Carrillo (Moçambique)
Soube há pouco do falecimento do Pe. Zé Carlos. Tive a sorte de me ter cruzado algumas vezes com ele na missão em Moçambique, e outras cá em Portugal.

Não quero deixar de apresentar as minhas condolências aos MCCJ e a partilhar a alegre esperança de que o Pe. Zé Carlos já se encontre junto do Pai a interceder por nós e pela Missão.

Despeço-me com um abraço amigo,

Pedro Moreira – LMC (Lisboa)
Obrigado Senhor porque no-lo deste.

Obrigado Zé Carlos pelo mano delicado e atento que sempre foste com tanta simplicidade e alegria. A festa que gostavas de fazer a, e para todos, estás agora a gozá-la na plenitude do colo do Pai.

Ir. Carmo Ribeiro (Portugal)
O Zé Carlos vai deixar muita saudade, foi um grande companheiro e amigo; junto de Deus vai continuar a sê-lo.

Unido na oração, um grande abraço.

P. Joaquim Fonseca (Brasil)
Quero partilhar convosco os meus sentimentos pela partida do nosso caríssimo colega P. Zé Carlos.

Tive a sorte de conviver com ele na mesma comunidade durante três anos. Quero agradecer ao Senhor pelo seu exemplo e a sua coragem em enfrentar a doença e fidelidade à missão.

Apesar da doença, procurou ser sempre fiel à oração e trabalho que a comunidade lhe confiou. Mesmo nos momentos mais delicados nunca deixou de enfrentar com frontalidade os problemas, seja da comunidade como da província.

Que o Senhor o acolha na sua misericórdia, já que também o Zé Carlos foi instrumento dessa mesma misericórdia durante todo o tempo da sua doença através do sacramento da reconciliação.

Um abraço amigo para todos

P. Zé Arieira (RD Congo)
Que o Pai receba o padre José Carlos no seu colo eterno. E que a sua vida dedicada à missão nos sirva de inspiração a todos.

Mário Breda – LMC (Lisboa)
Sinto muito pela partida do P. Zé Carlos. Lutou como um valente, mas é o Senhor quem conhece os tempos e a hora. Depois da coroa de espinhos, vem agora a coroa da glória divina. Bendito seja o nome do Senhor pela pessoa do P. Zé Carlos.

P. Germano Serra (Uganda)
O nosso Zé Carlos partiu? Que encontre a paz nas mãos de Deus!

Uno-me a cada um de vós na dor da partida, mas na esperança da felicidade eterna! Descanse em paz!

P. Joaquim Silva (Etiópia)
Hoje sentimo-nos todos tristes por mais um colega que nos deixou, mas cheios de esperança na Vida que o Senhor dá aos que N’Ele creem. Que o Senhor da vida e da missão receba o nosso Zé Carlos no seu Reino e lhe dê o seu eterno descanso. Acompanho-vos a todos em profunda comunhão de fraternidade e de oração.

Recordo-vos amanhã, dia do seu funeral.

P. Alberto Silva (Espanha)
Os meus sinceros sentimentos pela morte do P. José Carlos. Que o Pai do Céu o receba no seu abraço de Amor e de ternura e que ele descanse em Paz para sempre.

Ir. Graça Almeida (Inglaterra)
Soube agora do P. José Carlos. Os LMC de Moçambique unem-se em oração solidária com os seus familiares e a família MCCJ.

Marisa Almeida – LMC (Moçambique)
Em nome das Irmãs Missionárias Combonianas da comunidade do Porto dou-vos as nossas condolências pelo falecimento do P. José Carlos Mendes da Costa. Deus o tenha na sua Glória.

Ir. Lurdes Ramos e comunidade (Porto)
Os meus pêsames na morte do nosso irmão Zé Carlos. Que descanse em paz.

Ir. José Eduardo Freitas (Uganda)
Paz à sua alma. Descansa em paz, Zé Carlos. Intercede por nos.

P. António Carlos Ferreira (Filipinas)
Com o coração sentido manifesto meu pesar à família e província, unidos em oração na mesma esperança e fé do Ressuscitado!

P. Zé Boaventura (Brasil)
Não me é possível sair para lado nenhum do meu local de trabalho. Estou sozinha. Uns foram para Tavira, outros estão de serviço nos incêndios. Por esta razão não estive presente em Calvão, nem poderei despedir-me do meu amigo Zé Carlos.

No domingo a mãe, o Fernando e Dave estiveram bem presentes na minha eucaristia.

Sempre unidos na oração.

Anabela Pouseiro (Coordenadora das Missionárias Seculares Combonianas)
Participo do vosso luto pela morte do querido mano e amigo José Carlos. Grata ao Senhor pela sua vida sacerdotal e missionária, peço ao Senhor abundante recompensa. Sentimentos também em nome da minha comunidade.

Ir. Franca Venturini (Lisboa)
Bem aventurado o Homem que foi capaz de servir alegremente a Missão. Que Deus o receba na Sua Luz. O Instituto ficou mais pobre na Terra, mas mais rico no Céu… É essa a nossa crença senão seria em vão a nossa fé. O P. Zé Carlos simplesmente foi à frente a abrir caminho. Beijinho de coração.

Pelina Anacleto (Caldas da Rainha).
Soube da triste notícia do Pe. Carlos. Os meus pêsames para toda a família comboniana. Eu já me encontro em Londres e neste momento a Arlete está aqui também. Por isso aceita também os pêsames dela.

Que o Carlos fique na Paz de Cristo.

Ir. Aurora Abreu (Inglaterra)
&
Senti uma profunda dor ao saber da morte do meu querido amigo e companheiro desde os tempos do noviciado. Quando vim para a Zâmbia ele já estava muito mal e, como bem dizias, faleceu depois de uma longa luta contra o cancro. Finalmente pode descansar no regaço do Pai. Não posso esquecer os tempos em que éramos jovens e ele era um "espalha-brasas", dinâmico, generoso, com forças que pareciam não ter fim. Depois veio a doença... Mas gostei muito de ver a serenidade e a fé com que estava a enfrentar a doença. Fica-me na memória a imagem do homem que deu tudo o que tinha pela missão. Agradeço a Deus o facto de o ter tido como colega, amigo e irmão muito querido. Estou certo que estará agora a gozar da paz que só ELE pode dar.

P. Neca Pinheiro (Zâmbia)
Que Deus o acolha no Seu Reino e o faça descansar em paz. Um abraço para toda a família comboniana.

Anabela Augusto (Sabugal)
RIP! Sentidos pêsames a toda a família e uma grande perda para a família Comboniana. Acabou o sofrimento na terra e vai para junto do Pai.

Fernanda Marona (Santarém)
Mais um bom Missionário que Deus chama. Que Ele o abrace e a todos console. abraço á família de sangue e à família comboniana.

P. Tony Neves – Missionário Espiritano (Lisboa)
Fico muito triste com a notícia. Já não o via há muitos anos e sabia-o muito mal. Nem o reconhecia na fotografia.

Alice Vieira (Lisboa)´
Um homem, um padre, um artífice da Paz, que sempre soube valorizar as coisas pequeninas e as ajudava a crescer. Que junto de Deus faça derramar as suas bênçãos sobre os missionários combonianos e as paróquias que servem. Para os irmãos combonianos um grande abraço de Paz.

José Maria Carneiro Costa (VN Famalicão)
Preparava me para te visitar quando, afinal, partiste a caminho do transcendente...

Que Deus receba a tua imensa generosidade! Um infinito abraço. Até sempre, José Carlos.

Manuel Vilas Boas (Barcelos)
Os meus sentidos pesares pela partida do Padre José Carlos. Querido amigo, descansa em paz junto do PAI. Amen.

Luísa Nogueira (Sintra)
Obrigado, Padre Zé Carlos, pelo exemplo de alegria e partilha que nos deixou. Sentimentos para quem perdeu um filho, um irmão ou até um grande amigo. Todos estamos de luto mesmo sabendo que está juntinho do Pai.

Ana Valente Cruz (Viseu)
Obrigada, Padre José Carlos, por todas as boas lembranças e momentos muito bons que podemos partilhar. Ser humano ímpar e um grande grande Amigo. Viverá eternamente no coração de todos os que o amam. Um enorme abraço para toda a família comboniana da família Violante.

Paula Valente (Lisboa)
Com saudade que sempre estará nos nossos corações. Grande amigo, tão presente em momentos difíceis. Os mais sentidos pêsames à família e um forte abraço para toda a família Comboniana!

Susana Violante e Família Violante (Lisboa)
Desde o Quénia, país onde o Zé Carlos trabalhou, envio o nosso pesar pela partida do Zé Carlos. Apenas ontem à noite tomei conhecimento da notícia e em nome desta província agradeço ao Senhor o dom que o Zé Carlos foi para esta gente. Que Deus o acolha no seu Amor eterno! Bem hajas, Zé Carlos!

P. Filipe Resende (Quénia)
&
Envio-lhe os meus pêsames pela morte do padre Zé Carlos. O Senhor ouviu a sua prece e levou-o para junto d Ele. Que descanse em Paz, estava em grande sofrimento...

Um abraço missionario para todos desde RCA.

Maria Augusta – LMC (República Centro-Africana)
Neste dia de tristeza pela morte do P. Zé Carlos gostaria de manifestar a minha proximidade a todos os membros da província, dando graças a Deus por tudo o que o Zé Carlos foi para nós e pedindo-Lhe a força que nos ajude a continuar o trabalho missionário ainda com mais entusiasmo.

Fomos companheiros de noviciado e de alguns anos de escolasticado, em Roma. Trabalhamos contemporaneamente em Portugal e também em Moçambique. Destacou-se sempre pela sua alegria e generosidade na sua forma de ser, de estar e de trabalhar. Tenho dele sempre esta grata recordação.

As Irmãs diocesanas de Nampula que trabalharam com ele na missão de Momola, onde ele esteve nos últimos anos de permanência em Moçambique, também enviam o seu abraço fraterno e rezam para que o P. Zé Carlos seja envolvido pelo abraço do Pai bom.

P. José Júlio Marques (Moçambique)
Também fiquei muito transtornado e triste por saber que o nosso amigo P. Zé Carlos deixou de estar fisicamente connosco. Também tive o privilégio de conviver e trabalhar durante vários anos com ele em Moçambique, recordo-me da forte amizade que nos uniu e do homem bom que foi para mim e minha família, com o qual tanto aprendi e me ajudou a superar alguns momentos difíceis pelos quais passei. Infelizmente não conheci ninguém da sua família de sangue, pelo que solicito ao P. Arlindo que transmita o nosso sentimento de pesar à sua família e em especial da família Amorim.

Quanto ao seu testemunho só quero lhe agradecer por nobres valores.

Tiago Amorim (Moçambique)
Lembro-me do P. Zé Carlos em particular, quando já doente, participou do curso de renovação em Roma. Não me lembro do ano, mas lembro-me claramente de sua participação intensa e ativa nos vários momentos de nossas atividades. A atitude que claramente manifestou foi o seu confiante e alegre abandono nas mãos de Deus, que contagiou a todos nós. Eu imagino-o assim até à reunião final com o Pai. A foto que o lembra, apresenta-no-lo assim.

Vamos agradecer ao Senhor junto com ele e pedir-lhe que implore por todos nós do Senhor Jesus o mesmo abandono confiante e alegre nas mãos de Deus, que o introduziu definitivamente na Eternidade.

P. Carmelo Casile (Itália)
Finalmente o nosso muito querido José Carlos foi ter com o Pai depois de tantos sofrimentos. Ele já está nos seus braços gozando da vida eterna.

Te mando o meu mais afetuoso e sentido pêsame assim como a toda a comunidade de Famalicão.

Ir. Aristides (Espanha)
Esta manhã recebi a noticia do falecimento do confrade e amigo P. José Carlos. Domingo passado o P. Manel Augusto estava cá em Brescia. Pedi-lhe noticias do P. José Carlos. Disse-me que estava bastante mal mas sinceramente não pensava assim tanto...

Enfim, Deus chama quando quer, o P. José Carlos já recebeu o chamamento... Repouse em paz.

Recordo-o como um confrade bom, de grande coração, sempre disponível, amigo de todos. Deus o acolha e lhe conceda a alegria da sua eterna presença.

Exprimo meus sentidos pêsames à comunidade de Famalicão, à família comboniana e em especial à província portuguesa, e aos familiares do P. José Carlos. Uno-me no luto a todos vós e convosco rezo pelo confrade P. José Carlos. Deus o acolha e lhe conceda o premio do bem que operou em vida.

Ir. João Grazian (Itália)
Foi com profundo pesar que soube do falecimento do nosso querido Padre Zé Carlos.

Na impossibilidade de estar presente no seu funeral, permitam-me que peça o favor de transmitirem à sua Família a expressão do meu mais profundo pesar.

O Zé Carlos era uma pessoa encantadora, cuja atividade e maneira de encarar a vida sempre me mereceram um imenso respeito. Nos últimos meses ainda falámos ao telefone em duas ou três ocasiões e, mesmo gravemente doente, o Padre Zé Carlos transmitia força nas suas palavras.

Ontem mesmo publiquei no FB este texto:

"Foi em Londres, em casa de uma querida Amiga e companheira de lides, a Maria Ede, que conheci o Padre Zé Carlos. Missionário Comboniano, trabalhava arduamente na edição de várias publicações, todas elas feitas com o esmero que colocava em tudo o que fazia.

Um dia falou com o seu Superior, a quem disse que estar em Londres era muito agradável mas que, enquanto Missionário, queria 'ir à luta', ou seja, pretendia ir para o terreno, transmitir a mensagem divina noutras latitudes. Acabou por concretizar o seu sonho e foi colocado no Quénia, em cuja capital, Nairobi, passou algum tempo, para aprender a língua das populações que iria conhecer.

Um belo dia partiu para o norte do país e mergulhou com os locais. No meio de condições tremendas, nomeadamente com um calor impensável, o bom do Zé Carlos ali residiu, por vários anos, para dizer àquela gente que havia um Deus merecedor de todos os sacrifícios. E ele, Zé

Carlos, também passou por muitos: apenas uma vez por semana tomava um duche, se assim se pode chamar a um pequeno tubo de onde saía alguma água...

Mais tarde, o Zé Carlos regressou a Portugal, ao seu Norte, mas adoeceu gravemente, limitando a energia que colocava em todas as fases da sua vida. Ainda falámos algumas vezes ao telefone, ao mesmo tempo que através da Maria Ede ia tendo notícias sobre o seu estado de saúde.

Hoje, manhã cedo, um SMS dos Irmãos Combonianos dava conta do falecimento do Padre Zé Carlos. Sinto-me triste, já lhe dediquei uma oração. Mas ao mesmo tempo estou grato por ter conhecido este Homem, pequeno na sua estatura, mas um gigante nas suas convicções e na sua generosidade.

Descansa em Paz, querido Amigo."

Para vós, Combonianos, e Família do Padre Zé Carlos, um sentido abraço, com a certeza que Deus lhe destinou um Lugar Bom!

João Paulo Dinis

Obrigado pela notícia do falecimento do Zé Carlos. Fizemos bem em ir visitá-lo este verão, mesmo se eu fiquei muito triste de o ver naquele estado; se o tinha encontrado na rua não poderia reconhece-lo.

Foi uma perdida para a província e para os que o conhecíamos bem. Passamos juntos momentos muito bonitos em Moncada e na Maia, isso é o que lembramos quando nos vimos durante o almoço em julho. Agora temos outro intercessor no céu. Estarei em comunhão espiritual com a província neste dias para que o Senhor vos dê a força de continuares sempre pra frente apesar de tudo.

D. Miguel Sebastián (bispo de Lai – Chade)
&
Foi com tristeza que soubemos do falecimento do Zé Carlos. Apesar de esperado, atendendo ao seu estado de saúde, este momento marca a efetiva perda, ao menos para esta vida.

Falando pela minha família, em particular pelo meu pai e pela minha mãe, que me pediram para os incluir nesta mensagem, recordamos o Zé Carlos como um amigo, disponível, que nos acolheu sempre com franqueza.

Falando somente por mim, assinalo o facto de, como sabes, ter partilhado a vossa casa em Nampula com o Zé Carlos. Foi um bom apoio nesses tempos e um companheiro de convívio.

Por tudo isto, fazemos chegar através de ti à comunidade de Famalicão e aos demais missionários um forte braço e a lembrança de que partilhamos convosco esta perda.

Dr. João Martins (Lisboa)
&
Muito triste pelo falecimento desse amigo sempre acolhedor! Que Deus o acolha no Seu Reino de Luz.

P. Zé Manel Brites (Brasil)
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Chamo-me Martina Cecini e tive a oportunidade de conhecer o P. Zé Carlos com o P. Abílio Simães quando fizemos juntos uma viagem no ano 1973 do Porto a Itália.

Os dois padres estiveram alguns meses com a minha família de sangue e eu, em agosto de 1973, segui para Moçambique como missionária (da Companhia Missionária do Coração de Jesus (dehonianas).

Eles continuaram a ter contacto com a minha família e as minhas irmãs conheceram a família do P. Carlos e do P. Abílio aquando da sua ordenação sacerdotal em Roma e as minha irmãs foram a Portugal hospedes das famílias.

Tudo isso para dizer que gostaríamos de ter alguma informação ou endereço ou e-mail da família do P. Zé Carlos para enviar uma mensagem ou para falar ao menos com a sobrinha Mila que cuidou dele e que é médica.

Eu estive em Portugal em julho 2018 e fui visitar a P. Carlos em Famalicão. Soube pela nossa missionária Amélia da sua passagem à vida eterna e do seu funeral.

Quero expressar os meus pêsames aos Combonianos de Portugal que sempre foram e são muito amigos da CM portuguesa e aos quais devemos várias vocações no nosso Instituto.
Martina Celini
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Resta em paz, amigo Zé Carlos

José Marques (EUA)

4 de setembro de 2018

NO ABRAÇO DE DEUS


O P. José Carlos Mendes da Costa faleceu na tarde de 4 de setembro de 2018 no Seminário Comboniano de V. N. de Famalicão depois de uma longa luta com o cancro. Tinha 71 anos.

Quando lhe perguntei que mensagem queria que eu levasse para Moçambique, respondeu: «Diz-lhes que estou em paz com a vida, que estou em paz com Deus.»

Ontem disse-me com voz cansada pelo telefone: «Reza para que eu aceite a vontade de Deus.»

Por vontade expressa o seu corpo vai ser sepultado no jazigo que os Combonianos têm no Cemitério de São Tiago de Antas.

O corpo chega à capela do seminário para ser velado na quarta-feira, 5, por volta das 17h00. Às 10h30 de quinta-feira será transladado para a Igreja nova de São Tiago de Antas para a missa de corpo presente.

O P. Zé Carlos nasceu em Oliveira do Hospital a 24 de janeiro de 1947.

Emitiu os primeiros votos no Instituto Comboniano a 15 de agosto de 1970 e foi ordenado padre a 11 de março de 1975.

Desenvolveu o seu serviço missionário em Portugal (Maia, Lisboa e VN de Famalicão), Quénia (1981-1990) e Moçambique (1997-2007).

Alegre, trabalhador, hospitaleiro: eis algumas marcas da sua rica personalidade.

Descansa agora no abraço terno e eterno de Deus. Que a sua partida prematura seja semente de novas vocações missionárias. Ámen.

3 de setembro de 2018

É BOM ESTAR AQUI!



Reviver a magia da África é uma experiência sempre nova.

Escrevo este apontamento em Moçambique na festa da Transfiguração do Senhor. Regressei à Pérola do Índico vinte e oito anos depois. Em 1990, vim participar na ordenação do P.e Xavier Dias e encontrei o país moribundo, à beira do colapso, esgotado pela guerra civil.

Desta vez vim para orientar dois retiros às missionárias e aos missionários combonianos. Como o meu coração se alegrou ao ver a vaga de bem-estar e de desenvolvimento em Maputo, Nampula, Nacala, Beira e Chimoio!

As cidades estão a ser recuperadas e a expandir-se para novos territórios, as estradas estão muito melhores – pelo menos os corredores da Beira e de Nacala –, os comboios voltam a circular, carregando carvão de Tete para Nacala e Beira e daí para a China, Índia e outros países.

As novas riquezas – o carvão e gás natural – trouxeram capital fresco e muita corrupção, juntamente com o tráfico de droga (a segunda fonte de divisas do país) da Ásia para os mercados da África do Sul e da Europa.

Voltar à África, voltar a Moçambique é uma bênção enorme para mim porque pude:
  • voltar a ser despertado pelos galos e pelo chilrear da passarada e viver devagar ao ritmo do Sol e sem internet; 
  • caminhar pelas veredas, cumprimentar as pessoas, sentir o sol e o vento a afagar-me a pele, ouvir os pássaros, reparar nas flores minúsculas, nos insectos, escutar o silêncio cheio de vida, o silêncio de Deus; 
  • ver a terra areosa ou castanha-avermelhada prenhe de feijão, mandioca, cana-de-açúcar, banana, café, ananás e batata-doce e as hortas cheias de verduras frescas e variadas; 
  • voltar a viver a hospitalidade do sorriso acolhedor, da palavra quente, do feijão cozido oferecido e aceite com a devoção de um gesto eucarístico; 
  • rezar na valeta da estrada onde a Irmã Teresa Pezze e o Irmão Alfredo Fiorini regaram a terra macua com o seu sangue de mártires da guerra civil no intervalo de oito anos; 
  • visitar o cemitério de Carapira para saudar os meus avós e irmãos na vocação lá sepultados: o P.e Emílio Franzolin, a Ir. Teresa Pezze e outras missionárias e missionários que deram a sua vida até ao fim ao povo macua, e a Ir. Luísa Manuel, jovem comboniana moçambicana que morreu num acidente de viação no Brasil; 
  • saborear o que a terra dá: batata-doce, mandioca, feijão, chima (papas de farinha de milho), galinha boa, carne gostosa, hortícolas frescos, papaias, laranjas, tangerinas, limões, cocos, amendoim, caju, piripíri de respeito – tudo produzido com uma pegada ecológica mínima; 
  • ler tranquilo debaixo de um pé de manga; 
  • assistir ao nascer e pôr-do-sol, ver o céu a acender-se devagar, escutar a hora mágica das cigarras; 
  • mergulhar nas águas cálidas do Índico com praias imensas, de areia branca emolduradas por coqueiros a acenar ao vento; 
  • voltar a sentir o orvalho frio do cacimbo no planalto de Chimoio; 
  • contemplar a beleza do planalto e sentir-me levado nas asas da memória mais a norte para paisagens similares no Sul da Etiópia, onde também fui muito feliz. 

Senhor, eu te bendigo pela magia da Mãe África, o seio ferido da humanidade, o Éden onde foi plasmado o género e génio humano.

2 de setembro de 2018

MISSÃO+ 2018



Missão+ é já uma atividade missionária JIM que nos últimos anos temos realizado na área da paróquia de Camarate no concelho de Loures! Neste ano de 2018, realizou-se de 18 a 26 de Agosto.

A paróquia de Camarate e a Família Comboniana que ali trabalha na pastoral acolheu-nos de braços abertos, com entusiasmo e generosidade a toda a prova. Isso foi, desde logo, campo para uma experiência enriquecedora e frutífera no caminho de missão que queremos fazer juntos.

O tema deste ano foi «Arrisca Amar… Agarra a Missão». Os participantes foram 32 com uma equipa coordenadora de seis elementos das Equipas JIM e membros da Família Comboniana.

Participaram este ano, pela primeira vez, um grupo de oito jovens Italianos que para além de terem mudado um pouco o «sotaque» trouxeram um belo sentido de internacionalidade e missão intercultural. «Grazie Italiani», gritámos!

Missão + tem várias dimensões da missão que procurámos partilhar juntos. As manhãs foram vividas na oração, partilha de experiências, avaliação e preparação das atividades de cada dia. No último sábado tivemos um dia de retiro para refletir sobre o chamamento à missão e celebrar como comunidade a alegria da semana vivida em conjunto e comunhão com todos!

As tardes de cada dia foram dedicadas às atividades de animação e testemunho com as crianças em vários grupos e lugares e com os idosos nos lares da paróquia e também trabalhos de limpeza no Bairro da Torre.

À noite, pela primeira vez, visitámos as comunidades locais da paróquia nas suas capelas e lugares de oração. Foi uma experiência de grande alegria e sentido de missão para todos: para essas comunidades e para nós! Foi bonito o encontro nunca visto, de tão elevado número de jovens com os pequenos grupos de gente idosa nas comunidades. Alguns choraram de alegria ao dizer «Obrigado» na despedida!

Destes encontros salientou-se o que tivemos 5ª-feira à noite no Bairro da Torre: celebrámos a missa na capela improvisada a céu aberto e numa tarde de ventania e frio que só a carrinha do Daniel ajudou a resguardar… Seguiu-se o jantar oferecido pela comunidade do bairro. Vivemos e partilhámos a realidade do bairro depois do incêndio que recentemente deixou 35 pessoas sem teto. O grande sentido e gestos de alegria e otimismo tocaram a todos.

No domingo, depois de dizer um adeus agradecido à Comunidade Cristã de Camarate na missa paroquial, todos partiram felizes, desejando já participar no Missão+ 2019.

«Antes disso haverá o Natal+ 2018», diziam alguns! Cá estaremos todos.

«Ai que saudades já tenho», ouviu-se de alguém com lágrimas nos olhos que esqueceu o guião Missão+ onde tinha escrito: «Adorei o Missão+. Adorei conhecer todos os amigos. Vamos arriscar… Amar. Responder ao desafio, à maneira de Cristo e de Comboni.»
P. Carlos Alberto Nunes