18 de julho de 2018

MENSAGEM DOS PROVINCIAIS DOS COMBONIANOS NA EUROPA



 “Ante os desafios dos movimentos contemporâneos de migração, a única resposta razoável é de solidariedade e misericórdia.” 
(Papa Francisco, 6 de julho de 2018) 


Nós, os superiores maiores dos Missionários Combonianos na Europa, reunidos na nossa assembleia anual (Sunningdale, 12 a 14 de Julho de 2018): 
  • estamos profundamente perturbados com o facto de a Europa parecer estar a perder o seu espírito humanitário, fechando as portas aos refugiados e migrantes e empurrando as suas fronteiras para as costas africanas, colocando assim as vidas de muitos seres humanos em risco e de escravidão na Líbia, em contravenção com as obrigações do direito internacional humanitário; 
  • condenamos o encerramento de portos europeus a migrantes em perigo no mar; 
  • notamos que a insegurança e a criminalidade na Europa têm as suas raízes principais em problemas locais e não no fenómeno da migração; 
  • apoiamos de todo o coração as vozes e gestos proféticos dos missionários combonianos que estão com os migrantes e refugiados; 
  • seguimos as orientações do Papa Francisco e de outras vozes da Igreja e pedimos aos nossos confrades que sejam a voz dos migrantes e refugiados, “os mais pobres e mais abandonados” no nosso meio, hoje; 
  • exortamos todas as pessoas de boa vontade a denunciarem tais injustiças, particularmente o aumento do racismo e da xenofobia.
Sunningdale, 13 de julho de 2018

17 de julho de 2018

QUATRO PADRES DE OURO




Os padres António Martins, Gregório dos Santos, Manuel Anjos e Manuel Horta celebraram juntos no domingo, 15 de julho, as bodas de ouro sacerdotais no Seminário das Missões em Viseu.

Os quatro foram ordenados padres por Dom José Pedro da Silva, o bispo açoriano de Viseu, a 13 de julho de 1968 na mesma capela, juntamente com mais três colegas: um faleceu e dois casaram.

Na mesma cerimónia foi ordenado diácono o P. Alexandre Ferreira.

A capela foi pequena para a missa jubilar.

Familiares, amigos, benfeitores e vizinhos estiveram presentes na Eucaristia presidida pelo superior provincial.

Durante a homilia, o P. Horta falou em nome dos quatro jubilados.

«Formos chamados pela graça de Deus, escolhidos de Deus para uma missão», disse.

Recordou que um comboniano lhe perguntou na sacristia de Vila Nova de Tazem se queria ser missionário.

Respondeu: «Não sei bem o que é, mas acho que sim.»

Coube ao P. Gregório apresentar os agradecimentos.

«A palavra bem-haja, obrigado brota do nosso coração ao Pai da messe e a todos os que nos ajudaram ao longo deste tempo», disse.

Recordou alguns combonianos já falecidos, benfeitores e amigos.

A Província ofereceu aos quatro jubilados um crucifixo alusivo às bodas de ouro.

A Eucaristia foi solenizada pelo coro dos jovens da Capela.

Cerca de 60 convidados participaram no almoço de confraternização.

Os quatro padres de ouro têm percursos interessantes.

O P. Horta foi missionário em Moçambique, provincial de Portugal, viveu uma década em Roma como secretário-geral da formação e superior da comunidade de Roma. Atualmente é administrador da Editorial Além-Mar.

O P. Gregório, que também foi provincial de Portugal, passou a sua vida missionária ente o Brasil e Portugal. Vive em Lisboa.

O P. Anjos viveu quase sempre em Moçambique: juntou à evangelização o estudo de duas línguas locais. Publicou dicionários e gramáticas. Faz parte do grupo que está a traduzir a Bíblia para cinyungwe, a língua de Tete.

O P. Martins começou o serviço missionário em Portugal. Foi capelão militar em Angola durante dois anos e também trabalhou no Peru (esteve em Cerro de Pasco , a paróquia católica mais alta do mundo, a mais de 4000 metros de altitude) e Brasil. É o capelão da capela da Maia.

A província portuguesa louva Jesus por partilhar o seu único sacerdócio ministerial com estes padres de ouro e agradece-lhes o exemplo da fidelidade e dedicação ao Senhor e à Sua missão.

Que o seu exemplo e alegria de vida atraiam mais jovens para a missão comboniana.

4 de julho de 2018

AFRIBOL

África também é terra de futebol

A Confederação Africana de Futebol (CAF) – que representa 54 federações – tem cinco equipas no Campeonato Mundial de Futebol da Rússia 2018: Egipto, Marrocos, Nigéria, Senegal e Tunísia, do Norte e Oeste do continente. As selecções encontram-se entre a posição 21 (Tunísia) e 48 (Nigéria) da classificação oficial da FIFA, que inclui 211 equipas nacionais. Somália e Eritreia estão no grupo de seis formações que fecham a tabela.

Ainda antes de a bola rolar nos relvados russos, já Marrocos – que faz parte do grupo de Portugal – averbava a primeira derrota: perdeu a organização do mundial de 2026 para a candidatura conjunta do Canadá, Estados Unidos e México. A única vez que o futebol africano se afirmou no panorama mundial foi em 2010, quando a África do Sul organizou o campeonato mundial. Mas a selecção anfitriã não passou da fase de qualificação. Na memória ficou a festa das bubuzelas.

Os africanos amam o futebol: qualquer lugar serve de campo e qualquer coisa dá para fazer de bola. Jogam com paixão e com arte, apesar da falta de meios. Alguns sonham ser o próximo Salah – o jogador egípcio do Liverpool eleito futebolista africano do ano – ou George Weah, o único africano que ganhou a bola de ouro e hoje é presidente da Libéria. E seguem as ligas europeias com muita emoção. Quando vivia em Juba, no Sudão do Sul, cada vez que uma grande equipa europeia marcava um golo – Real Madrid ou Barcelona, Manchester United ou Arsenal, para mencionar alguns – ouvia-se um bruaá que se elevava dos espaços a pagar com TV por cabo e ecoava sob o céu tórrido da cidade.

O futebol africano afirma-se sobretudo através dos seus jogadores nos campeonatos europeus, incluindo Portugal. Em 2015, havia mais de 4000 africanos a jogar fora do continente. Quase 600 eram nigerianos. Em 2017, na Taça Africana das Nações, 64 por cento dos jogadores seleccionados eram emigrantes na Europa; um terço militava nas ligas da França, Inglaterra e Portugal.

O futebol africano sofre de três grandes males: falta de estruturas, organização e investimento. Os relvados são caros e difíceis de manter. Os campos sintéticos podem representar uma alternativa barata e viável. Os Chineses têm construído alguns estádios em troca de matérias-primas.

Quanto à organização, é comum governos ou políticos interferirem nas federações que não dispõem de grandes meios económicos para subsistir. E nem sempre os subsídios acabam na promoção do futebol e dos seus talentos. Na República Democrática do Congo, 89 por cento dos jogadores não têm contratos escritos e no Gana ninguém ganha mais de 900 euros.

Luís Figo apareceu uma vez em Juba, apoiado por uma petrolífera árabe com sede no Luxemburgo, para iniciar uma academia de futebol. Foi recebido com muito entusiasmo. Quando o pó assentou, tudo acabou em nada. Ao que parece, o ministro do Desporto e da Juventude não tinha sido contactado antes e, amuado, boicotou a academia.

Até agora, nenhuma selecção africana passou dos quartos-de-final dos campeonatos mundiais. Será este ano? Torço por eles: Leões de Teranga do Senegal, Faraós do Egipto, Leões do Atlas de Marrocos, Superáguias da Nigéria e Águias de Cartago da Tunísia. Nas alcunhas já ganharam!