29 de julho de 2011

ICAS


Henrique Torres, 32 anos de idade, fez uma caminhada de formação com os Leigos Missionários Combonianos (LMC) portugueses durante três anos, participando activamente na vida do Movimento. Durante este tempo, aprofundou as raízes das suas inquietações vocacionais, e descobriu que o seu chamamento não era apenas para ser um LMC mas sim algo mais. A seguir, o próprio Henrique conta-nos o que aconteceu.



Coimbra/Portugal, 16 de Julho de 2011

É com muita alegria que vos comunico, oficialmente: fui aceite no Postulantado Comboniano!

Sinto-me muito feliz por o Espírito Santo me ter iluminado e dado a força necessária para dizer sim ao apelo do Pai, para abraçar, sem medos, o seu projecto de salvação, mas confesso que estou receoso desta nova etapa da minha vida e também triste por ter de deixar o movimento LMC, que tão carinhosamente me acolheu e com o qual cresci muito a nível humano e espiritual.

Foi uma longa e sinuosa caminhada, mas também muito rica e frutuosa. As decisões importantes na nossa vida nunca são fáceis de tomar e esta, acreditem, foi-me muito difícil, e muito devo aos LMC que foram importantes, diria até decisivos, nesta tomada de decisão.

Ao longo destes três anos de ligação aos leigos LMC, procurei sempre entregar-me por completo, pois era meu desejo partir para a missão, e só numa entrega absoluta seria capaz de responder a esta vontade do Pai, de ir ao encontro do outro e doar-me totalmente (no entanto, confesso que foram muitas as vezes que estive ausente, mesmo presente, por diversas razões, que não importa para agora enumerar). Mas no fundo, algo me incitava para um desafio maior, mais radical! E, foi no acompanhamento que fui tendo, que acabei por me render e dizer sim a este desafio. Poderia adiar esta minha entrada no Postulantado, mas será que fazia sentido? Por que haveria de ter medo se era um convite do Pai, que a todos nós quer o bem. Interrogando-me várias vezes se a minha vocação seria como leigo ou consagrado, creio ter tomado a decisão certa, não a mais fácil, mas aquela que sinto ser a mais correcta.

Obrigado a todos os que me acompanharam ao longo destes anos, especialmente ao Pedro Moreira, que foi o meu mentor espiritual e que me fez pensar seriamente se estaria no caminho certo. Ao P. Paulo Emanuel que desde que lhe falei destas minhas inquietações procurou ajudar-me e encaminhar-me da melhor forma possível; à Ir. Carmo pelas conversas de viagem, que muito me fizeram reflectir e de certa forma deixar-me render às evidências; e a todos os outros que de uma maneira ou de outra foram determinantes na minha caminhada de discernimento vocacional.

Que o Espírito Santo vos continue a iluminar neste nobre trabalho de conduzir o Movimento dos Leigos Missionários Combonianos.

Unidos pela oração, estaremos sempre…
Obrigado,
Henrique Torres

16 de julho de 2011

BISPO MAZZOLARI

© JVieira
O Bispo católico de Rumbek, Sudão do Sul, faleceu subitamente esta manhã.
Dom César Mazzolari sentiu-se mal enquanto concelebrava a Missa na Catedral da Sagrada Família em Rumbek. Sentou-se e desmaiou.
Foi levado imediatamente para o Hospital local onde veio a falecer de ataque cardíaco.
Dom César, 74 anos, era um comboniano italiano.
Estava à frente da diocese de Rumbek desde 1990 como administrador apostólico. Em 1999 foi sagrado bispo.
O padre Fernando Colombo, que foi vigário geral de Rumbek, disse que Dom César deu a vida completamente pela diocese. Sofria de vários problemas de saúde, mas nunca parou até se extinguir completamente.
Falei a última vez com Dom César em Maio. Estava em Rumbek numa reunião dos directores da Rede Católica de Rádios do Sudão e pedi-lhe uma entrevista para a “Além-Mar” sobre a independência do Sudão do Sul.
Impressionou-me o seu olhar azul e tranquilo, cheio de paz. As palavras jorravam numa torrente de ideias. Estava preocupado com a situação em Lakes, o estado onde era bispo, por causa da violência constante à volta do gado mas mantinha uma visão serena: “Vamos conseguir!”
Dom César teve o privilégio de falecer durante a consagração oferecendo a sua vida juntamente com a de Jesus.
Descansa em paz, meu irmão bispo.

12 de julho de 2011

NEW COUNTRY, NEW WEBSITE



The baby state brings to birth of a Comboni website:


On July 9, 2011, the Day of the Independence, during his address South Sudan’s first president Salva Kiir Mayardit appealed to citizens of the new republic to focus on unity based on cultural and ethnic diversity, which he said was a source of pride.
“You may be a Zande, Kakwa, Lutuko, Nuer, Dinka or Shilluk, but first remember yourself as a South Sudanese” Kiir told thousands of joyful citizens.
On his turn, Sudan’s President Omar al-Bashir said that the newly independent Republic of South Sudan’s success "will be our success. We fulfill our commitment to help the new state of South Sudan in its first steps, because we want it to succeed, and because its success will be our success.”
Words of hope and vision of the future. Our hope is that they may become true for the future generations for the baby Republic of South Sudan.
One month ago, the Council of Ministers of the Government of South Sudan, chaired by its chairman Salva Kiir Mayardit, has approved significant and historical dates for the people of southern Sudan. 191 years of struggle for freedom!
We Comboni Missionaries present in South Sudan want to follow the footsteps of our founder St. Daniel Comboni in our creative way as he was for all his journey of life. His struggle against slavery and the care and love for the people of Sudan was outstanding and inspiring. Many other Comboni missionaries lived and left their lives for Jesus and the people in this land of suffering and death but full of hopes and courage for the future despite the many difficulties.
This Independence Day marked an historical accomplishment of the liberation of the people of South Sudan and of the dream of Daniel Comboni: Save Africa by Africa, Save Sudan by Sudanese.
On July 9, 2011, the Comboni Missionaries’ Province of South Sudan launched our baby website: www.combonisouthsudan.org that wants to be a bridge between us and the Comboni family and all the friends of South Sudan.
Faithful to our charism for evangelization, missionary animation of the local churches and all the people of good will we want to reach out to the world with information about who we are and what we are doing in the beloved land of Daniel Comboni.
As the new nation is starting its first steps, also for us we are building our website slowly by slowly and with the time will grow. We welcome any suggestions, collaborations and contributions from any friend and supporter of the Sudan.                                                
Fr. DANIELE MOSCHETTI
and
South Sudan Comboni Provincial Council

11 de julho de 2011

MISSIONÁRIOS (AS) DA ESPERANÇA


Aos Missionários (As) Presentes No Sul Sudão

Caríssimos Irmãos e Irmãs consagrados pelo mesmo ideal:
          Os Missionários Combonianos e Combonianas das Províncias de Moçambique, nos encontramos presentes numa semana de Exercícios Espirituais no Anchilo – Nampula (Moçambique) e como fruto deste encontro queremos fazer um gesto de comunhão e solidariedade com o povo do Sudão, particularmente com o sul e com todos vocês nestes momentos históriocos e importantes para o mundo, porque estamos a presenciar o nascimento de uma nova nação que injustamente foi esquecida e que agora reivindica estes fatos dando-se a conhecer pelo surgimento de um novo País.
            Estamos conscientes que a cruz há marcado estes acontecimentos históricos com a morte injusta e o derramamento do sangue de tanta gente inocente, mas não sintam que mataram a esperança, a paz, o amor e a justiça. Elas estão juntas e com mais força e coragem para animar o espírito das pessoas e fazer consolidar a nova semente lançada a terra no surgimento de uma nova nação, que sem dúvida terá os seus novos desafios.
            Juntos como famílias missionárias nos unimos em oração e imploramos a Deus que abra os corações dos governantes para que não vejam só os interesses próprios mas que nesta terra do Sul Sudão vejam que há pessoas que lutam para sobreviver, pela diginidade e pela liberdade justa e humana de todo o povo.
            Com votos solidários:
MISSIONÁRIOS COMBONIANOS               
MISSIONÁRIAS COMBONIANAS
MOÇAMBIQUE

10 de julho de 2011

INDEPENDÊNCIA

© JVieira
Eram 13h19 quando o presidente da Assembleia do Sudão do Sul começou a ler a declaração de independência. O texto de nove pontos tinha sido aprovado na quinta-feira pela assembleia e levou doze minutos a ler.

Quando James Wani Igga, usando uma veste branca africana, pronunciou as palavras mágicas «Declaro o Sudão do Sul independente» a multidão que apinhava o recinto junto ao túmulo do Dr. John Garang desde as oito da manhã a aturar um sol inclemente, irrompeu numa exclamação de júbilo misturando gritos de alegria com lágrimas, palmas e tambores.

A cerimónia tinha começado com um momento de oração liderado pelo arcebispo católico de Juba, Dom Paolino Likudu Loro, e por um imã, líder religioso muçulmano. Alguém comentou ao meu lado que era a última vez que os muçulmanos tinham voz nas cerimónias oficiais.

Antes, contudo, foi preciso acomodar milhares de convidados numa bancada que se mostrou pequena de mais a ponto de um ministro ter pedido às individualidades sul-sudanesas para darem lugar aos convidados estrangeiros.

A declaração de independência começou com mais de hora e meia de atraso, mas é normal: aqui chamamos-lhe tempo local!

Na secção dos jornalistas também houve muitos encontrões e puxa para aí dos seguranças que teimavam em dificultar o nosso trabalho. Um colega local comentou: Esta é a primeira amostra de como vai funcionar a nova república. Espero bem que não.

Depois da declaração da independência, a bandeira do Sudão foi baixada e a do Sudão do Sul hasteada, seguindo-se o entoar do hino nacional.

O presidente Salva Kiir Mayardit assinou a Constituição Transicional e prestou juramento como primeiro presidente da república do Sudão do Sul.

Passou-se então à secção dos discursos: treze! O presidente do Quénia abriu a sessão e o presidente Kiir encerrou-a. Alguns países declararam o reconhecimento oficial da República do Sudão do Sul – Cartum fê-lo na sexta à noite para ser o primeiro; o Reino Unido anunciou que ganhou a corrida ao estabelecer a primeira embaixada em Juba e ter nomeado o respectivo embaixador; a Noruega deu como prenda de nascimento ao Sudão do Sul um Arquivo Nacional. Em boa hora o fez, porque os documentos históricos encontram-se amontoados numa enorme tenda à mercê dos ratos, das térmitas, do pó e da humidade.

O presidente Omar al Bashir pregou sobre boa vizinhança e paz enquanto Kiir falou da luta contra a corrupção e do desenvolvimento da nova república.

A cerimónia terminou com uma salva de 21 tiros e a passagem de quatro helicópteros em formação.

Depois, o São Pedro também quis participar com chuva e trovoada no final do programa.

A celebração, essa tinha começado depois das nove da noite do dia 8 com milhares de pessoas nas ruas a pé, de carro ou de motorizada a buzinar, cantar, dançar, bater bombos e chapas e a atirar água e fogo de artifício. À meia-noite ouviu-se um grito de regozijo por toda a cidade e perto da minha casa alguém pôs a tocar o hino nacional.

Hoje a cidade acordou tarde e tranquila. Havia dois acontecimentos em agenda: a missa de ação de graças presidida pelo arcebispo de Nairobi – Quénia, Cardeal John Njue, que representou o Papa na proclamação da independência e um jogo de futebol entre a seleção do Sudão do Sul e o Tasker FC, uma equipa da primeira divisão de uma das duas ligas do  Quénia, para inaugurar o renovado estádio de Juba.

O Cardeal Njue leu uma mensagem em que a Santa Sé reconhecia a República do Sudão do Sul e o Arcebispo Lukudu pediu uma nunciatura para Juba. A missa demorou três horas e contou com a presença de inúmeros fiéis, do presidente da Assembleia, alguns ministros e deputados.

Na partida de futebol, a seleção local perdeu por três a um, depois de estar a empatar a uma bola ao entrevalo!

Amanhã os festejos encerram com uma partida de basquetebol entre o Sudão do Sul e do Uganda.

As festas passarem sem incidentes de maior e as pessoas viveram estes dois dias de uma forma impressionante de euforia incontida. Perguntei a muita gente como se sentiam. As respostas eram as mesmas: Não tenho palavras; Estou imensamente feliz; Estou muito alegre; Conseguimos.

Agora que o pó da festa vai assentar é preciso deitar mãos à obra. Um bispo americano sintetizou bem o caminho a fazer citando John Kennedy: Não pergunteis o que a nação pode fazer por vocês mas o que podeis fazer pela nação.

Para mim foi um privilégio poder partilhar estes momentos com os Sul-sudaneses e fazer parte da história a acontecer: valeu bem aturar a torreira do sol das 8h30 até às 16h00 e os empurrões dos seguranças que maltrataram os jornalistas locais e internacionais. O espaço para a imprensa era muito apertado e tinha sido invadido por muitos «penetras» sem as credenciais necessárias. Havia jornalistas de todo o mundo a cobrir o acontecimento e tivemos que pagar 50 dólares cada um pelo passe. Mas tudo acabou em bem quando alguns agentes de mais bom senso começaram a encaminhar alguns jornalistas para espaços livres entre as forças armadas em parada. Eu fiquei entre a banda da polícia e os guardas prisionais – boa companhia por sinal!

Que Deus abençoe a república do Sudão do Sul.

6 de julho de 2011

PREPARAÇÕES

Ecoponto, novidade absoluta em Juba © JSVieira

Estamos a menos de três dias para a proclamação da independência do Sudão do Sul e a futura república encontra-se em grande azáfama dando os últimos retoques nas preparações.
Enquanto os cidadãos vão aprendendo o hino um pouco por todo o lado, ultimam-se palanques, colocam-se coberturas em espaços públicos, limpam-se ruas e praças…
Juba está de cara limpa e asseada para receber mais de 3.000 convidados, nacionais e estrangeiros.
Brigadas de mulheres continuam a varrer as ruas depois de lixos acumulados durante anos terem sido levados para outro lado.
O cenário da proclamação da independência ainda está atrasado, mas não é por isso que a festa ser adiada.
A cidade agora já conta muitos sinais de trânsito, novos viadutos e andam a colocar postes para iluminação pública solar.
Os separadores das avenidas estão todos floridos e muitos espaços públicos foram ajardinados.
Há minutos levantou um avião levantou voo, a primeira descolagem à noite depois de a pista do aeroporto de Juba ter sido iluminada.
Há um forte dispositivo de segurança durante sobretudo na zona envolvente da praça onde vai ser proclamada a independência.
O presidente da câmara proibiu as boda-boda – motorizadas-taxis – de circular nas artérias principais de Juba para melhorar a segurança rodoviária. Os matatus, carrinhas de transporte de passageiros, estão a fazer rotas alternativas em algumas partes da cidade, ajudando à confusão!
O Governo entretanto publicou o programa da Independência.
Apadrinhando uma ideia dos bispos católicos, propôs às pessoas que partilhem o jantar do dia 8 com os vizinhos para contarem as estórias pessoais do longo caminho para a liberdade em jeito de ceia de Páscoa.
À meia-noite do dia 9 os sinos vão repicar e as pessoas foram convidadas a bater tambores para saudar a nova república. Disparar armas é proibido!
No dia 9, o aeroporto encerra a voos comerciais para acolher os convidados para a proclamação da independência. O programa começa por volta das 11h30. James Wani Igga, o presidente da Assembleia da República, lê a proclamação. Depois de a bandeira da República do Sudão baixar e da nova bandeira da República do Sudão do Sul ser hasteada, Salva Kiir Mayardit faz o juramento como o primeiro presidente da república e assina a Constituição Transitória – que deve ser aprovada amanhã ou depois pelo parlamento.
Segue-se depois uma longa série de discursos: o Presidente Omar al-Bashir e o Presidente Kiir são os últimos oradores.
A celebração continua com uma parada de militares e um desfile de civis, exibições de danças tradicionais… A festa está lançada.
Uma enorme praça foi preparada para acolher os milhares de cidadãos que queiram assistir à proclamação da independência junto ao túmulo de John Garang, o líder da segunda guerra civil que pereceu num desastre aéreo seis meses depois de assinar a paz em Nairobi-Quénia a 9 de Janeiro de 2005!
Para a tarde do dia 9 está previsto um mega-concerto no centro cultural Nyakuron.
No domingo vai haver uma missa de ação de graças presidida pelo Arcebispo de Nairobi, Cardeal John Njue, que representa o Vaticano na independência.
O embaixador António Monteiro representa Portugal.
À tarde a selação de futebol do Sudão do Sul mede forças com uma equipa queniana no renovado estádio de Juba – era para vir a seleção queniana mas o apertado calendário de futebol do país vizinho não o permitiu.
Na segunda, é a vez de os basquetebolistas do Sudão do Sul medirem forças – e sobretudo alturas – com os congéneres do Uganda. Na terça, um carnaval desportivo põe ponto final às celebrações.
As escolas – que fecharam hoje – voltam a abrir na quarta-feira. 

3 de julho de 2011

MESSAGE

© WAlves

To all our sisters and brothers in the Comboni Family and all the friends of Sudan!

Peace be with you!

Last 9th January 2011, feast of the Baptism of the Lord, on the occasion of the historical event of the Referendum for Southern Sudan, we exchanged prayers and words of encouragement among us. We reminded ourselves of Comboni’s legacy: “Courage! Have courage in this tough hour and foremost for the future! Never give up!

Six months later, on 9th July, 2011 we will witness the declaration of Independence of South Sudan. We are here again to share with you some few thoughts on what we are going to celebrate.

Comboni’s legacy comes again to our aid and speaks to our hearts. With expectations and joy there are also fears about the insecurity in some areas both in the North and in the South and doubts about the possibility of South Sudan of being able of self-governance. Some even say that South Sudan will fail unless external help will pitch in with some key positions in the governance of the nation. Doubts, skepticism, pessimistic bets, etc. As daughters and sons of Comboni, however, we can’t stop at this analysis. In his Plan for the Regeneration of Africa Comboni wrote in lapidary terms:
The Catholic, who is used to judging things in a supernatural light, looked upon Africa not through the pitiable lens of human interest, but in the pure light of faith” (Writings 2742).

It is with the lens of “pure faith” that we look at the present reality of the people of Sudan. Comboni asked his followers to be women and men who can perceive the potential of those who are belittled, and encourage the full realization of their reality.
In closing her poem “The Summer Day” the writer Mary Oliver poses this question : “Tell me, what is it you plan to do with your one, wild and precious life?” One, wild, precious… ! Three words that very much fit on what South Sudan is about to take up and live. It seems to us this question is a very fitting one as we, serving in South Sudan in this historical moment, join the people on this journey of the birth a new nation, a new people of God, a new state and society.

One: a striking feature about the story of the feast of Pentecost is the fact that the Holy Spirit came when the disciples “were all together in one place’ (Acts 2,1). Togetherness and oneness allowed the miracle to happen. Like those disciples at Pentecost, we are called by the Spirit to help humbly the various ethnic groups of South Sudan - through our presence and ministries – become one nation under God. In that First and Unique Cenacle, the disciples shared in prayer their personal experience of Jesus, their dreams and hopes, fears and doubts. We, like those disciples, like the people of South Sudan today, experience deep joy but also fears, uncertainties, our human weaknesses and we hesitate. But God’s Spirit broke into the lives of those disciples and transformed their vulnerabilities into energy, power, passion for a great mission. We, Comboni Missionaries- lay, sisters, brothers, priests and bishops-are called more than ever to be signs of hope to the people whom we minister to in the midst of uncertainties and fear of the future. “The Lord is my shepherd; there is nothing I lack. In green pastures you let me grace; to safe waters you lead me; you restore my strength. You guide me along the right path for the sake of your name. Even when I walk through the valley, I fear no harm for you are at my side; your rod and staff give me courage” (Ps 23:1-4).

Wild: We don’t know how is going to be after July 9th, what will enfold, how South Sudan will become. We do know that God’s Spirit is moving all over South Sudan and Grace will happen. We do know that God does not leave us orphans. We do know that God is in full control and we just have to listen to His Spirit calling us to leave that upper room and to walk the ways of an untamed Spirit, Who demands that we become a new people, seeing with new eyes, speaking with new tongues and choosing with new hearts. It means leaving the upper room where we have been dwelling in the past and to go forth to proclaim with the Sudanese people the Kingdom of God and its values, the Gospel of Life, the Social Teaching of the Church. We know that independence will transform this land into interdependency on a local, national, continental, global level. It will mean networking with everything and everyone.

Precious: the words of the prophets of the Old Testament reach our hearts in these days: “You are precious in my eyes. Do not be afraid, I have called you by your name, you are mine” (Isaiah 43). It’s consoling and encouraging to remind ourselves that each one of us, each Sudanese, is precious to God because we are the beloved daughters and sons of the one God revealed in Jesus Christ. Thus, no matter what the future will unveil to South Sudan, which ways it will take, which policies and institutions will be set up, we are solidly rooted in God’s guiding Mind and Heart. Empowered by God’s grace and love, we will try to contribute with our ministries to make South Sudan and each of its inhabitants realize that life is a gift. A precious gift to be cherished and nourished by all through respect, love, forgiveness, justice in truth, oneness and solidarity in fashioning a new people of God.

And so, led by the Holy Trinity, hand in hand with the local church, civil society, all men and women of good will who dream of a Holy Nation under one and loving God, let us walk together towards 9th July, 2011 and the horizon afterwards, “See, I am doing a new deed, even now it comes to light: can you not see it?" (Isaiah 43, 19).

We would like to suggest to all of you, sisters and brothers, that on July 9th in each community we pray together the homily of St. Daniel Comboni of Khartoum 1873 (Writings 3156 – 3164). Our founder and father in faith of this great people and land, has given us a great example of love and service. He will rejoice in heaven for this particular historical time together with his beloved people.

In Comboni, St. Bakhita and All African Saints,
Sr. Giovanna Sguazza  and Fr. Daniele Moschetti

Provincial Superiors of the Comboni Sisters and Comboni Missionaries