O Salvador do mundo realizou as suas maravilhosas conquistas de almas
com a força desta cruz que fez cair o paganismo,
derrubou os templos profanos, transtornou as potências do Inferno
e se fez altar não de um único templo, mas altar de todo o mundo.
Esta cruz, que empreendeu o seu caminho do alto do Gólgota
e que encheu o universo da sua força,
nos templos recebeu adoração e nas cidades a maior veneração;
é respeitada como distintivo nas bandeiras
e invocado sobre os majestosos mastros das naves.
Deu à fronte sacerdotal a consagração
e à dos monarcas uma coroação sagrada.
Sobre o peito dos heróis comunicou entusiasmo.
Terra, mar e céu reconhecem a Cruz e em toda a parte se lhe prestam honras.
Entre as dores e os espinhos nasceu e cresceu a obra da redenção
e, por isso, apresenta um desenvolvimento admirável
e um futuro alentador e feliz.
A cruz tem a força de transformar a África Central em terra de bênção e de salvação.
Dela brota uma força que é doce e que não mata,
que renova as almas e desce sobre elas como um rocio restaurador;
dela brota uma grande força, sim,
porque o Nazareno, levantado na árvore da cruz,
estendida uma mão para Oriente e a outra para Ocidente,
recolheu todos os seus eleitos no seio da Igreja;
e com as suas mãos trespassadas sacudiu, qual outro Sansão, as colunas do templo,
onde desde havia tantos séculos se prestava adoração ao poder do mal.
Sobre aquelas ruínas Ele arvorou a cruz maravilhosa que tudo atrai para si:
«Quando for levantado da terra, atrairei todas as coisas para mim!».
† Daniel Comboni
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