22 de abril de 2020

PALAVRAS DE VIDA


O Livro dos Atos dos Apóstolos conta que, depois de libertar os apóstolos da cadeia pública em Jerusalém, lhes ordenou: «Ide apresentar-vos no templo, a anunciar ao povo todas estas palavras de vida» (Atos 5, 20).

É interessante notar que o mesmo pediu São Daniel Comboni aos bispos participantes no Concílio Vaticano I em nome dos africanos: «Hoje, nas pessoas dos seus próprios pastores, devotíssimos a seu chefe supremo, cada um espera dele e de vós, com devoção e alegria, palavras de vida e de felicidade eterna junto com todos os seus outros irmãos que se fizeram cristãos antes deles.»

Que palavras de vida e de felicidade são estas que somos chamados a proclamar?

Jesus diz a Nicodemos: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna

E acrescenta: «De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (João 3, 16-17).

Estas são as palavras de vida que temos de anunciar.

Somos chamados a anunciar com a nossa vida e com a nossa palavra o amor incondicional, ilimitado, sem contrapartidas do Deus-Amor por cada pessoa. A Trindade Santíssima, no seu amor transbordante, tem um plano, um desenho de salvação para as pessoas e para todo o cosmos.

São João Paulo II diz o mesmo por outras palavras: ««O homem é amado por Deus! Este é o mais simples e o mais comovente anúncio de que a Igreja é devedora ao homem. A palavra e a vida de cada cristão podem e devem fazer ecoar este anúncio: Deus ama-te, Cristo veio por ti, para ti Cristo é “Caminho, Verdade, Vida” (João 14, 6)!».

Este anúncio, estas palavras de vida são muito importantes em tempos de pandemia. Há por aí profetas da ira de Deus a blasfemar que o novo coronavírus é castigo de Deus pelas nossas maldades.

Deus não castiga, Deus ama, quer a salvação, o bem-estar de todos. Por isso nos deu Jesus.

Deus não nos dá na cabeça; a Trindade santíssima abraça cada um de nós na sua misericórdia.

Esta proclamação de vida e de alegria faz-se em parceria com a Trindade, de cuja missão participamos. É um partenariado, um trabalho em rede.

Era assim que São Daniel Comboni entendia o seu serviço missionário na África Central: «Vamos regar com nossos suores, com a água da vida eterna, aquelas áridas e abrasadas regiões, as quais farão brotar para o Criador um novo povo de fiéis adoradores».

Suor misturado com a água santa do batismo.

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