4 de maio de 2007

LRA ASSINA DOCUMENTO DE PAZ

A delegação do Exército de Resistência do Senhor (LRA na sigla em inglês) para as conversações de paz com o governo ugandês assinou na noite de 2 de Maio em Juba, no Sul do Sudão, um documento importante sobre os princípios para a solução global dos problemas sociais e políticos da rebelião.
«As partes concordaram que os membros do LRA que o queiram e se qualifiquem, integrem as forças armadas nacionais e outras agências de segurança» e que «as crianças de combatentes mortos do LRA devem beneficiar juntamente com outras crianças afectadas pelo conflito da Educação Primária Universal e Educação e Formação Universal Pós-Primária», MISNA noticiou.
Ontem, o ambiente no Juba Raha Hotel onde as negociações decorrem, na capital da região semi-autónoma do Sul do Sudão, era de euforia contida e descontracção depois de uma semana de incertezas enquanto a delegação do LRA trabalhava no documento dois da agenda das conversações, que veio a assinar.
Martin Ojul, chefe da delegação do LRA, disse que as delegações iniciam agora o estudo do ponto número três: reconciliação e responsabilização.
Ojul explicou que uma delegação dos facilitadores das conversações vai viajar para a Holanda para se encontrar com juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI).
O TPI passou mandados de captura contra Joseph Kony e mais quatro comandantes do LRA por crimes contra a humanidade.
A delegação vai propor ao TPI que o julgamento do LRA seja feito através da justiça tradicional, Ojul disse.
Joseph Kony afirmou que não assinará o tratado de paz com o governo ugandês se o TPI não anular os mandados de captura contra a liderança do LRA.
As conversações de Paz entre o LRA e o Governo do Uganda foram retomadas a 26 de Abril depois de um interregno de três meses.
Dr Riek Machar, vice-presidente do Sul do Sudão, é o mediador principal das negociações para pôr termo à rebelião do LRA que do Norte do Uganda se espalhou ao Sul do Sudão e ao Leste da RD Congo.
Em 21 anos fez mais de mais de 12 mil mortos, incluindo alguns missionários combonianos, e 1,5 milhões de deslocados. Cerca de 25 mil crianças foram raptadas para integrarem as fileiras dos rebeldes ugandeses e para servirem de escravas sexuais dos comandantes. Milhares foram mutilados.

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