© JVieira
O recenseamento para as eleições de Abril de 2010 começou a 1 de Novembro e decorre durante 30 dias, mas está a deixar a classe política do Sul à beira de um ataque de nervos.
Ontem o ministro dos Assuntos Interno disse aos líderes religiosos que a adesão dos cidadãos é baixíssima e em alguns estados ainda nem seque começou.
O Governo do Sul contava usar os resultados dos cadernos eleitorais para provar que o recenseamento da população estava errado, mas por este andar não vai longe.
A situação está tão difícil que o presidente Salva Kiir declarou uma semana de feriado para as pessoas se poderem recensear ao mesmo tempo que apelou à classe politica e aos funcionários públicos que se empenhem e motivem os cidadãos a inscreverem-se nos cadernos eleitorais.
O católico Arcebispo de Juba, dom Paolino Lukudu Loru, disse mesmo que não participar no recenseamento e nas eleições é pecado.
As razões para o aparente boicote são muitas: falta de verba para mobilizar os cidadãos, desorganização endémica, mudança constante dos postos de recenseamento – são móveis, alguns registadores pedem dinheiro pelo serviço, mal-estar social pelos salários em atraso e pela falta de dividendos da paz, apatia, politização do recenseamento, falta de consciência cívica, 21 anos de guerra…
A lista pode continuar por aí adiante…
Mas a classe política está em pânico porque não esperava uma falta de adesão tamanha. O Governo do Sul do Sudão já pediu à Comissão Nacional de Eleições que alargue o período do recenseamento eleitoral por mais um mês até finais de Dezembro.
Contudo, duvido que vá atrair muito mais gente a registar-se para votar: o que se passa é um voto de não confiança numa classe política que passou quatro anos a ignorar as bases e agora as bases desforram-se.
Estarei enganado? Sinceramente espero que sim, porque são as eleições que vão dar legitimidade democrática a uma classe política que chegou ao poder de arma em punho.
1 comentário:
Tambem concordo contigo, o governo brincou demais com o povo e agora esta vendo o resultado. Pena que este momento do povo demonstrar seria mais para as eleicoes e nao para o recenseamento!
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