Durante um mês, entre 9 de Junho e 9 de Julho, a Terra vai-se transformar num imenso estádio, com as atenções centradas em torno de uma dúzia de campos de futebol na Alemanha, onde as selecções de 32 países vão disputar o Campeonato do Mundo de Futebol de 2006. Mais de 30 mil milhões de espectadores vão seguir as jogadas das 64 partidas da competição presos à televisão.
O jogo da bola começou na China há 4000 anos. Os soldados chineses pontapeavam uma bola de couro – que substituiu a cabeça dos inimigos vencidos – como parte do treino militar. A modalidade «civilizou-se» e evoluiu para um jogo com equipas, regras, competições e locais estabelecidos. Chegaram a usar-se bolas de brocados de seda para jogar. Depois apareceram as bexigas de porco cheias de ar e protegidas por couro. A bola de câmara-de-ar!
Se os Chineses inventaram o futebol, coube aos Ingleses modernizá-lo, regular a sua prática, através de 14 leis fundamentais, e expandir a modalidade a partir do século xix quando se autonomizou do «rugby».
O futebol – a palavra vem da junção dos termos ingleses «foot» (pé) e «ball» (bola), que alguém tentou traduzir para português por «ludopédia», uma palavra que não vingou – sofreu uma evolução espectacular ao longo da sua história: espalhou-se por todo o mundo e é o desporto global mais praticado e seguido. Basta uma bola – de couro, plástico, trapos, folhas de árvore – e um espaço mais ou menos aberto para se disputar uma «peladinha».
Os mais antigos lamentam-se que os tempos mudaram, que os atletas no passado jogavam por amor à camisola. É! O futebol tornou-se uma imensa indústria que gera rios de dinheiro e as paixões mais díspares. A modalidade – que começou por ser um desporto de cavalheiros que nem de árbitro precisava – está cada vez mais desfigurada pelo apelo comercial, pela violência e pelo racismo. Basta observar as claques de futebol!
Que o Campeonato do Mundo de 2006 seja, de facto, «o mundo entre amigos», uma festa internacional do desporto e que os futebolistas portugueses nos honrem com a sua prestação. E que vença a melhor selecção! Que até pode ser a nossa.
Texto publicado em Audácia
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