30 de janeiro de 2019

Consagrados: COMUNIDADES SANTAS E MISSIONÁRIAS


Na Semana do Consagrado de 2019 ecoa uma palavra do recente Sínodo dos Bispos sobre Os jovens, a fé e o discernimento vocacional: «O dom da vida consagrada, na sua forma, quer contemplativa quer ativa, que o Espírito Santo suscita na Igreja, tem um particular valor profético porquanto é testemunho alegre da gratuidade do amor. Quando as comunidades e as novas fundações vivem autenticamente a fraternidade, elas tornam-se escolas de comunhão, centros de oração e contemplação, lugares de testemunho, de diálogo intercultural e intergeracional e espaços para a evangelização e a caridade». Este nº 88 do Documento Final do Sínodo conclui reconhecendo que «a Igreja e o mundo não podem passar sem este dom vocacional, que constitui um grande recurso para o nosso tempo». A vida consagrada é um recurso valioso, um tesouro, que urge redescobrir, revalorizar e renovar. Uma das suas facetas mais belas e significativas é a sua expressão comunitária.

O desejo manifestado pelos jovens na preparação do Sínodo e o seu forte apelo para que as comunidades cristãs sejam mais autênticas e fraternas dirige-se não só às paróquias mas a todo o tipo de comunidade cristã, das comunidades de vida religiosa às novas comunidades, grupos e movimentos. Só em comunidades verdadeiramente fraternas, acolhedoras, alegres, orantes, brilham aquela frescura e novidade evangélicas capazes de atrair as novas gerações.

A insistência na dimensão comunitária é pertinente por razões culturais, contrariando o ar deste tempo que sopra um excessivo individualismo, autosuficiente e autoreferencial, mas é necessária sobretudo por razões teológicas, sublinhando que a lógica comunitária é intrínseca a toda a vida cristã e particularmente à vida consagrada.

A vivência comunitária é antes de mais caminho de mútua santificação. Fazer parte de uma comunidade religiosa, caminhar com os irmãos e irmãs na mesma fé, rezar e celebrar juntos a eucaristia constituem meios preciosos para ajudar cada um e cada uma a crescer em santidade. Na partilha do quotidiano, no cuidado permanente de uns pelos outros, com humildade, paciência e caridade esse processo de santificação se confirma e evolui.

A comunidade é santa e promove a santificação dos seus membros na medida em que é lugar onde se experimenta a presença do Ressuscitado. Por isso a renovação da vida consagrada no nosso tempo, em termos pessoais e comunitários, terá o seu ponto de apoio na paixão por Jesus Cristo. Viver a fundo esta paixão enamorada, numa entrega radical ao serviço de Deus e da humanidade, permitirá a cada consagrado ou consagrada e a cada comunidade ser aquela profecia de que o mundo precisa

Uma comunidade reunida em volta de Cristo e animada pelo seu Espírito, lugar em que se vive autenticamente o sentido da unidade e da comunhão, é uma comunidade que descobre a sua missão, que vê reforçado o seu dinamismo missionário. Não fica fechada ou indiferente ao mundo, estagnada nos seus processos ou instalada naquilo que já foi alcançado; antes é protagonista de uma Igreja em saída até às periferias do mundo. Ao longo da história do cristianismo, as várias formas de vida consagrada foram inovadoras e pioneiras nas respostas às necessidades de evangelização em cada época, atendendo a cada contexto social e cultural. Que este Ano Missionário que estamos a viver na Igreja em Portugal «se torne uma ocasião de graça, intensa e fecunda, de modo a que desperte o entusiasmo missionário» (Nota Pastoral da CEP, Todos, tudo e sempre em missão).

Nesta semana, somos convidados a partilhar da afeição e admiração do Papa Francisco pelos consagrados e consagradas, manifestada numa entrevista recentemente publicada: «Refiro-me àqueles padres, religiosos e irmãos que estão ali, a trabalhar, metidos em determinada periferia, mesmo que seja no meio da cidade. Aquelas pessoas consagradas que não têm pretensões, que não fazem barulho, mas que trabalham sem dar importância a si próprias. Os que fazem a teologia da vida consagrada, vivendo-a, rezando-a. São aquelas pessoas que têm como que uma humildade essencial: são trabalhadoras e tomam muito a sério a sua vida de consagração, quer no ensino, quer nas paróquias, nos hospitais, nas missões ou em qualquer lugar onde estiverem a trabalhar ao serviço dos demais. São realmente pessoas que se esfolam, sem olhar para si próprias. Dão tudo às mãos cheias» (Papa Francisco, A força da vocação, Ed. Paulinas, 21).

Convido cada cristão e cada comunidade a rezar de forma mais intensa pelos nossos irmãos e irmãs consagrados e consagradas, dando graças a Deus pela fidelidade da sua doação e pedindo-Lhe que a todos confirme numa vida santa e renove em ardor missionário. Tenhamos presente, como modelo de comunidade santa e missionária, a dos monges trapistas de Tibhirine (Argélia), sequestrados e mortos em 1996 e beatificados no passado dia 8 de Dezembro. Que o seu testemunho sirva de inspiração e a sua intercessão seja fonte de bênçãos de Deus para todos os consagrados e consagradas.

+António Augusto de Oliveira Azevedo 
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios

24 de janeiro de 2019

NÚMEROS DA INIQUIDADE


26 indivíduos sozinhos detêm a mesma riqueza que a metade mais pobres da humanidade junta, 3,8 mil milhões de pessoas.

As contas foram feitas pela OXFAM e publicados no relatório Public Good or Private Wealth? lançado antes do Fórum Económico Mundial que decorre em Davos, na Suíça, e mostram que as fortunas dos super-ricos atingiram níveis sem precedentes.

Os números que desmistificam a iniquidade do sistema capitalista que nos governa: 
  • Os bilionários viram a sua riqueza crescer 900 mil milhões de dólares no ano passado, ao ritmo de 2,5 mil milhões por dia; 
  • A riqueza dos 3,8 mil milhões mais pobres caiu em 11%; 
  • 3,4 mil milhões de pessoas vivem com menos de 5,5 dólares por dia; 
  • Os homens detêm mais do dobro da riqueza das mulheres (na lista Forbes só há duas mulheres entre os 26 bilionários) 
  • Os super-ricos pagam cada vez menos taxas e escondem 7,6 triliões de dólares em offshore
  • Se 1% dos super-ricos pagassem uma taxa extra de 0,5% podiam educar 262 milhões de crianças que não andam na escola e providenciar serviços de saúde a 3,3 milhões de pessoas que não os têm. 
  • Os super-ricos estão a diminuir (eram 43 e agora são 26) mas as suas fortunas aumentam. 15 são norte-americanos, 4 chineses, 2 franceses, outros 2 de Hong Kong e 1 da Espanha, México, e Índia. 
A OXFAM propõe que se escolha o bem público em vez de se continuar a recompensar os já muitos ricos, optando pela luta contra desigualdade para acabar com a pobreza.

O papa Francisco preconiza uma economia ao serviço da vida.

Na Encíclica Laudato si’ denuncia o paradigma da tecnocracia (a maior parte das grandes fortunas foi feita através da internet): «O paradigma tecnocrático tende a exercer o seu domínio também sobre a economia e a política. A economia assume todo o desenvolvimento tecnológico em função do lucro, sem prestar atenção a eventuais consequências negativas para o ser humano. A finança sufoca a economia real. Não se aprendeu a lição da crise financeira mundial e, muito lentamente, se aprende a lição do deterioramento ambiental» (nº 109).

E propõe uma solução concreta: «Pensando no bem comum, hoje precisamos imperiosamente que a política e a economia, em diálogo, se coloquem decididamente ao serviço da vida, especialmente da vida humana» (nº 189).

A OXFAM nasceu na Inglaterra em 1942 para lutar contra a fome. Hoje, está sediado em Nairobi, Quénia, e centra-se na luta contra a pobreza.

23 de janeiro de 2019

O MILAGRE DA VIDA



A avó Mary, há três anos trouxe-me um pequeno embrulho: a sua neta Adela. Muito pequena, desnutrida e doente.

A bebé tinha 12 meses, mas mostrava uns quatro. A mãe, afetada pela sida, morreu poucas semanas após o parto, deixando a Adela com a avó, que, no entanto, tinha dificuldade em a alimentar.

A malnutrição, juntamente com todas as infecções oportunistas que se juntaram, estavam a «comer» a bebé.

A avó estava decidida a manter a netinha, acompanhando-a até a morte, certa de que logo voaria para o céu como a sua mãe.

MAS ESTES NÃO ERAM OS PLANOS DE DEUS «cujos pensamentos não são os nossos pensamentos, cujos caminhos não são os nossos caminhos» (Is 55).

Eu tinha chegado recentemente ao Uganda quando a avó Mary nos procurou uma tarde para levar uma pequena sacola com comida, como fazia todas as semanas.

A minha irmã, que a atendeu, disse-lhe para me mostrar a bebé, porque eu era enfermeira e já tinha lidado com crianças em condições semelhantes.

Mas por medo, superstição ou qualquer outra coisa, a avó estava reticente. Um dia Adela piorou, e a avó faz a última tentativa à sua disposição: ela DECIDIU trazer-me a bebé.

No nosso primeiro encontro, percebi todo o esforço da avó para confiar em mim e acreditar que a netinha «ainda não está morta».

Então começamos uma longa caminhada, nem sempre fácil, marcada por altos e baixos, mas também pelo incrível desejo de viver de Adela, bem como pela hesitação da avó que lentamente começou a arrepender-se e a alegrar-se.

Hoje, Adela tem quatro anos, frequenta a creche e, mesmo vivendo com a sida, respira vida por todos os poros.

E a avó Mary? A sua coragem de ousar ir além do muro do medo e da superstição foi recompensada pela alegria e pela «turbulência benéfica» que Adela traz diariamente à sua vida.

A avó Mary ensinou-me que se pode decidir superar a si mesmo apenas por amor. O Amor é aquela palha que manteve Jesus aquecido na manjedoura.
Maria Luísa Miccoli, missionária comboniana 
Campala- Uganda

22 de janeiro de 2019

«NÃO TEMOS MEDO»



«Ma benekhaf!!!», «Não temos medo!!!», diz este cartaz provocador,
sinal desafiador da presença massiva das mulheres nos protestos do Sudão.


Estou em Roma há dois dias. Em Cartum deixei multidões de pessoas atrapalhadas, famintas, cansadas, feridas ou mortas na rua sem poderem ser sepultadas dignamente.

Quase todos os dias nas ruas, em demonstrações revolucionárias contra os preços que subiram aos píncaros desde há precisamente um ano.

Gritam contra o Presidente da República, Omar al Bashir, e os seus governadores dos Estados Federais e os seus seguidores. Que são muitos. São mais de metade da população do Sudão. Agora, a gente grita abertamente nas ruas e sem medo contra a fome e a vida impossível. À procura de viver.

Retrocedo uns dias no calendário. Foi há menos de um mês. E não foi só poesia de uma noite de frio de inverno, ou de neve, ou das renas do Pólo Norte, ou do pai natal, ou um qualquer conto de fadas. E é propriamente esse, e não outro, que é o verdadeiro sentido do Natal. Era isso o que contemplávamos naquela noite de 24 para 25 de Dezembro: a sua nua e crua humanidade no Presépio de Belém. Emanuel, Deus connosco.

Na verdade, o governo transformou em violência sangrenta as demonstrações revolucionárias pacíficas, já há mais de quatro semanas, com (segundo as noticias frescas de hoje) mais de 40 mortos e mais bem de 1000 prisioneiros, muitos deles jornalistas, e tantos feridos impedidos de fazer tratamento (…) porque uma multidão de polícias de segurança, controla, de arma em punho, o acesso ao Hospital de Royal Care no Bairro de Burri, em Cartum.

Gente que anda à procura de pão, casa, vestuário e de tudo o que é essencial para viver.

Esta gente tinha tentado fazer demonstrações nas ruas, muitas vezes, durante vários anos, e perdeu. Fugiram. Porque as balas de fogo real que tinham feito algumas vítimas, meteram-lhes medo. Recuaram. Diziam: temos mulher e filhos para alimentar.

Mas desde há um mês, todos à uma, perderam o medo. Bem se vê no cartaz que seguram que mostram na televisão: «Ma benekhaf!!! NÃO TEMOS MEDO!!!». Quer-me bem parecer que o que dizem é verdade: «Não temos medo».

Quem teve medo fui eu, estrangeiro, que um dia me encontrei na rua no meio deles, por engano, porque, nos meus cálculos, atrasei a minha fuga para casa. E logo ouvi alguém que me dizia: «Vai-te, foge, que tu com essa pele branca de estrangeiro, és e, ao mesmo tempo, fazes-nos também ser, alvo de primeira classe. Eles, os da Segurança, já vêm aí. Escapa, enquanto é tempo.»

E eu escapei. Sim, não só escapei do meio da multidão mas também do Sudão propriamente dito. Tinha, de facto, o bilhete marcado para anteontem, quinta-feira, 17 de janeiro, às 3h00 da manhã: Cartum-Roma.

Já cheguei atrasado ao curso de Renovação dos Missionários Combonianos que já tinha começado em 4 deste mês de Janeiro. A desculpa foi aceite pelo director do curso, que é muito compreensivo.

O curso é importante para todos os combonianos inscritos. Mas ele, na verdade, estava a par do que se estava a passar no Sudão. Além disso, o director sabia que o governo tinha retardado toda a documentação a meu respeito, não me tendo sido dado o visto de saída-reentrada, que já antes do Natal eu tinha solicitado.

Integrei-me e inseri-me bem no grupo destas duas dezenas de colegas vindos de todas as partes do mundo onde os combonianos estão a trabalhar como missionários. El hamdu lilhah, graças a Deus!

Feliz da Costa Martins 
21 de Janeiro 2019 
Roma

8 de janeiro de 2019

TEMPO E RELÓGIOS



O Ano Novo é tempo bom para pensar o tempo. 

A ideia de dividir o ano em meses, semanas e dias usando como medida o tempo da translação da Terra em volta do Sol nasceu na África: os astrónomos egípcios calcularam o ano solar há mais de seis mil anos. Dividiam o ano em 12 meses de 30 dias (agrupados em três quadrimestres relacionados com o ciclo agrícola – as cheias, as sementeiras e as colheitas) e juntaram um décimo terceiro mês de cinco dias para acertar as contas do ano solar. Chamavam-lhe Epagomene e marcava o início do ano, uma espécie de celebração prolongada do Ano Novo dedicada aos deuses. A semana tinha dez dias. Hoje, a Etiópia e a Eritreia ainda seguem este calendário de 12 meses mais um e na Etiópia chamam Pagomê ao mês de cinco (ou seis dias em ano bissexto) que colocam no fim do ano.

Chamamos gregoriano ao calendário que nos governa desde Outubro de 1582, porque foi o Papa Gregório XIII que pediu aos astrónomos que corrigissem as imprecisões do calendário juliano (do imperador romano Júlio César) por causa da data da Páscoa: o calendário civil já andava dez dias atrasado em relação ao calendário solar.

O arco que a Terra descreve à volta do Sol não é a única maneira de medir o tempo. Há um calendário mais simples de ler: a Lua.

Um mês lunar é o ciclo que vai de lua nova a lua nova. Cada ciclo dura em média 29,5 dias. O ano lunar, composto de 12 ciclos, corresponde a 354 ou 355 dias. É o calendário seguido pelos muçulmanos e muitos povos – como os Gujis do Sul da Etiópia, com quem vivi, porque toda a gente sabe ler as fases da Lua.

Assim, o tempo pode ser contado de muitas maneiras e entendido de outras tantas. Na Mauritânia, Etiópia, Tanzânia e Uganda dizem que «vós [os ocidentais] tendes relógios, nós temos tempo». De facto, para os Gujis o relógio era uma pulseira com números a mudarem. O que contava o tempo era o Sol e a intensidade da sua luz. Nas manhãs de nevoeiro cerrado, o dia só começava quando havia mais claridade.

O filósofo e clérigo queniano John Mbiti escreveu na obra African religions and philosophy que «na sociedade ocidental ou tecnológica o tempo é um bem que tem de ser utilizado, vendido ou comprado; mas na vida tradicional africana, o tempo tem de ser criado ou produzido. O homem não é um escravo do tempo; em vez disso, ele “faz” todo o tempo que quer». Noutras palavras, enquanto nós, ocidentais, conta(biliza)mos o tempo – e dizemos que não temos tempo para nada –, os Africanos fazem-no e chega para tudo e para todos!

Confesso que me custou muito voltar a viver a guerra aberta com os ponteiros do relógio depois de oito anos a fazer tempo através das horas marcadas pelo ritmo da vida e das relações interpessoais. Não entendia porque é que as pessoas me vinham ver e diziam: «É só para te cumprimentar, porque não tenho tempo.» Tinham... se o fizéssemos juntos em amena cavaqueira à volta de um cafezinho! A vida não precisa de ser uma corrida contra-relógio. Como diz o Livro, «para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu» (Eclesiastes 3, 1). Votos de um Ano Novo cheio de tempo para ser feliz!

4 de janeiro de 2019

Sudão: «VAI-TE, BASHIR!»


O grito «VAI-TE, BASHIR!», grafitado em árabe com uma silhueta do presidente sudanês, tomou conta das paredes de Cartum e de outras cidades do país.

Regista a vontade de milhões de sudaneses que, há três semanas, estão nas ruas a exigir o fim do regime de Omar al-Bashir.

O general, de 75 anos, tomou o poder há quase três décadas através de um golpe de estado.

A revolta começou na cidade de Atbara a 19 de dezembro. Manifestantes incendiaram a sede no NCP, o partido de Bashir.

O aumento do preço do pão e a falta de combustíveis foram o detonador da revolta sudanesa. Mas os manifestantes são contra a ditadura que tem o país a ferro e fogo.

As primeiras imagens da revolta mostravam militares a saudar os manifestantes.

Entretanto, as forças de segurança do governo atacaram os manifestantes com gás lacrimogéneo e balas reais, prenderam activistas, líderes da oposição, intelectuais e jornalistas, desligaram a internet para tentar conter a revolta.

O governo diz que há 19 mortos, 219 feridos civis e 187 das forças da ordem.

A oposição contabiliza 45 civis mortos, mais de um milhar de feridos e mais de dois mil de tidos.

«Os problemas de manifestações continuam (e os mortos aumentam) mas, tendo cuidado, não haverá grande perigo para nós que vivemos do lado oposto das grandes tensões. O pão vai-se conseguindo com grandes filas de espera, nem que seja preciso esperar todo o dia. A nossa oração para que se saibam resolver da melhor forma, com justiça e dignidade, os problemas do Sudão», escreveu um missionário que vive em Cartum.

A Frente nacional para a Mudança, formada por 22 partidos da oposição, e a sociedade civil assinaram uma Declaração de Liberdade e Mudança a pedir a renúncia de Al Bashir, a formação de um governo nacional de transição formado por líderes qualificados e eleições livres dentro de quatro anos.

As manifestações continuam...