Aquele casal de 85 anos estava casado há 62. Apesar de não serem ricos viviam bastante bem porque eram muito poupados.
Ambos estavam em muito boas condições físicas principalmente pela insistência dela na alimentação saudável e na manutenção em ginásio, em especial, durante a última década.
Mesmo com tão boa forma, um dia, numa das raras saídas para férias, o avião onde seguiam despenhou-se e mandou-os para o Céu.
Chegaram às portas rebrilhantes do Céu e São Pedro veio recebê-los em pessoa.
Levou-os até uma fantástica mansão, com móveis dourados e cortinas de finas sedas, com uma cozinha completamente fornecida e uma cascata na sala de banho.
Ao fundo podia ver-se uma criada a arrumar as roupas favoritas de ambos nos imensos roupeiros.
Eles olhavam para tudo atónitos quando São Pedro disse:
- Bem vindos ao Céu. A partir de agora esta será a vossa nova casa.
O idoso senhor perguntou a São Pedro quanto é que aquilo iria custar.
- Claro que vai custar NADA. Isto é a tua recompensa no Céu.
O homem então olhou pela janela e viu um campo de golfe que não tinha comparação com nada, do melhor, feito na Terra...
- Qual é o preço da utilização? - gemeu o idoso homem.
- Isto é o Céu - replicou São Pedro. - Tu podes jogar de graça, sempre que quiseres.
No dia seguinte foram almoçar ao salão e depararam-se com um almoço estonteante, com todas as especialidades gastronómicas, desde mariscos até às melhores carnes e sobremesas, tudo acompanhado dos melhores vinhos e bebidas.
- Nem me perguntes nada - disse o São Pedro ao homem. Isto é o Céu. É tudo de graça.
O idoso senhor olhou em volta nervosamente e fixou o olhar na esposa.
- Bem, onde é que estão as comidas de baixo teor de gordura e colesterol e o chá descafeinado? - perguntou ele.
- É a melhor parte, atalhou São Pedro. Vocês podem comer e beber o que quer que seja que gostem sem se preocuparem em ficarem gordos ou doentes. Eu já disse: isto é o Céu!
O idoso ainda perguntou:
- Nem é preciso ginásio?
- A menos que vocês queiram - foi a resposta de São Pedro.
- Nem testes de açúcar, nem medições de tensão, nem...
- Nunca mais. Vocês estão aqui para se divertirem e gozarem.
O idoso olhou bem de frente para a sua esposa e disse:
- Tu e a porcaria dos Corn Flakes... Já podíamos estar aqui há dez anos!
31 de janeiro de 2009
30 de janeiro de 2009
DEMOLIÇÕES
O Governo de Central Equatoria iniciou uma campanha de demolição de construções clandestinas em Juba.
Começou pelo coração da cidade, o bairro velho de Juba Town e vai alastrar a toda a cidade. Foi o Governador que o anunciou.
O mercado parece que foi varrido por um furacão de força máxima. As construções de zinco que comerciantes ilegais foram construindo para fazer pela vida foram reduzidas a escombros por máquinas pesadas.
Do coração da cidade velha, a destruição alargou-se ao bairro onde Bakhita Radio está instalada, a zona do hospital.
Pequenas lojas que vendiam pão, bebidas e outras comodidades foram destruídas em uma tarde.
As autoridades dizem que as construções são ilegais, que os proprietários não pagam taxas. Que os clandestinos transformaram partes de Juba em autênticos bairros de lata.
É verdade!
Mas também é verdade que em Juba não há emprego para todos e o comércio paralelo ou ilegal é um meio mais honesto de sobrevivência que a violência e o roubo. Que infelizmente estão a crescer.
Juba é um lugar complexo, com gente a chegar todos os dias à última fronteira do «oeste selvagem» onde se faz muito dinheiro com pouco investimento e a corrupção é a palavra de ordem!
Juba é sobretudo uma cidade muito cara onde a sobrevivência custa muito dinheiro.
O Estado tem todo o direito em ordenar a cidade.
Juba é um lugar complexo, com gente a chegar todos os dias à última fronteira do «oeste selvagem» onde se faz muito dinheiro com pouco investimento e a corrupção é a palavra de ordem!
Juba é sobretudo uma cidade muito cara onde a sobrevivência custa muito dinheiro.
O Estado tem todo o direito em ordenar a cidade.
Mas também tem a obrigação de dar alternativas aos comerciantes despejados.
O Estado tem obrigações morais em relação aos cidadãos. Não basta dar uma semana de aviso e deitar por terra um lugar que custou esforço, dinheiro e muitos sonhos.
O Estado tem responsabilidades!
28 de janeiro de 2009
CALÇAS 2
Elizabeth Wilson, 18 anos, está a estagiar na redacção da Cadeia Católica de Rádios do Sudão há dois meses.
Ontem enviei-a à sede do Governo do Estado de Central Equatoria para recolher informação sobre o novo programa «Keep Juba Clean» (Mantenha Juba limpa) lançado pela administração estatal.
Uma hora depois a Elizabeth regressou à redacção muito abalada e com as mãos a abanar.
Tudo porque um recepcionista em excesso de zelo impediu-a de entrevistar o ministro da tutela por … vestir calças.
O funcionário disse-lhe que há uma lei em Central Equatoria que proíbe as mulheres usar calças e que tais peças de vestuário deveriam ser destruídas.
Se Elizabeth queria entrevistar o ministro, deveria regressar a casa, pôr uma saia e voltar.
Os efeitos da Lei Islâmica ainda se fazem sentir no Sul do Sudão apesar de a Lei ter sido abolida no Sul a 9 de Janeiro de 2005!
Ontem enviei-a à sede do Governo do Estado de Central Equatoria para recolher informação sobre o novo programa «Keep Juba Clean» (Mantenha Juba limpa) lançado pela administração estatal.
Uma hora depois a Elizabeth regressou à redacção muito abalada e com as mãos a abanar.
Tudo porque um recepcionista em excesso de zelo impediu-a de entrevistar o ministro da tutela por … vestir calças.
O funcionário disse-lhe que há uma lei em Central Equatoria que proíbe as mulheres usar calças e que tais peças de vestuário deveriam ser destruídas.
Se Elizabeth queria entrevistar o ministro, deveria regressar a casa, pôr uma saia e voltar.
Os efeitos da Lei Islâmica ainda se fazem sentir no Sul do Sudão apesar de a Lei ter sido abolida no Sul a 9 de Janeiro de 2005!
26 de janeiro de 2009
VATICANO/YOUTUBE
O Vaticano está desde sexta-feira no YouTube.
O Papa disse no Domingo esperar que este novo serviço ajude aqueles «que têm ainda que encontrar uma resposta para as suas ânsias espirituais.
Bento XVI acrescentou que o uso inteligente das tecnologias de comunicação permite comunidades serem formadas em maneiras que promovem a procura da verdade, do bem e do belo, ultrapassando fronteiras geográficas e divisões étnicas.
O Santo Padre sublinhou esperar que esta nova iniciativa enriqueça um grande número de pessoas – incluindo os que têm ainda que encontrar uma resposta para as suas ânsias espirituais – através do conhecimento e amor de Jesus Cristo, cuja mensagem de Boa Nova a Igreja carrega até aos confins da terra.
O Papa disse no Domingo esperar que este novo serviço ajude aqueles «que têm ainda que encontrar uma resposta para as suas ânsias espirituais.
Bento XVI acrescentou que o uso inteligente das tecnologias de comunicação permite comunidades serem formadas em maneiras que promovem a procura da verdade, do bem e do belo, ultrapassando fronteiras geográficas e divisões étnicas.
O Santo Padre sublinhou esperar que esta nova iniciativa enriqueça um grande número de pessoas – incluindo os que têm ainda que encontrar uma resposta para as suas ânsias espirituais – através do conhecimento e amor de Jesus Cristo, cuja mensagem de Boa Nova a Igreja carrega até aos confins da terra.
O lançamento do canal do Vaticano no YouTube coincidiu com a apresentação da Mensagem do Papa Bento para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se celebrará a . A mensagem reflecte sobre as novas tecnologias que transformaram a Internet num recurso de suma importância, especialmente para a chamada geração digital.
24 de janeiro de 2009
23 de janeiro de 2009
DUSK
© JVieira
Night that to the stars
says ‘Open’, to other
flowers, to this lily
in particular, says:
‘Shut’. I was in bud
once, clenched on
a thought, until day
dawned, peeled back
my petals; I was all
stamen. Love came to me
for my pollen, made
honey in a brief
comb. Was it a day,
a year? Night that has
kept its distance,
that says to the blossom
in a dark orchard
‘Open’, says now
to me here ‘Close’.
Night that to the stars
says ‘Open’, to other
flowers, to this lily
in particular, says:
‘Shut’. I was in bud
once, clenched on
a thought, until day
dawned, peeled back
my petals; I was all
stamen. Love came to me
for my pollen, made
honey in a brief
comb. Was it a day,
a year? Night that has
kept its distance,
that says to the blossom
in a dark orchard
‘Open’, says now
to me here ‘Close’.
21 de janeiro de 2009
OBAMA
Muntasser Jacob decidiu baptizar a sua barbearia com o nome do 44.º presidente dos Estados Unidos, e o primeiro negro a ocupar a Casa Branca desde ontem.
Em Juba, as camisolas com a foto de Barack Obama são o último grito da moda e um bom negócio para os vendedores ambulantes.
O Sr. Jacob disse que tinha pensado dar o nome de Barack Obama ao seu estabelecimento mesmo antes das eleições norte-americanas, mas achou melhor esperar pelos resultados das presidenciais.
Ele disse que nunca poria o nome John McCain à sua barbearia caso o senador republicano tivesse ganho a presidência.
O Sudão está na lista americana dos países patrocinadores do terrorismo desde 1993 e sujeito a sanções económicas desde 1997 devido ao genocídio do Darfur.
O Sudão espera que a administração Obama inaugure uma nova época nas ralações bilaterais entre os dois países.
Mas Hillary Clinton prometeu apertar ainda mais o garrote a Cartum em relação ao Darfur. Durante a audiência no Senado para confirmar a sua nomeação como chefe da diplomacia norte-americana, a Sr.ª Clinton admitiu agravar as sanções económicas e criar zonas interditas a voos militares e santuários no Darfur caso Cartum não ponha termo à crise humanitária na província Oeste.
19 de janeiro de 2009
LMC
Pawel Szalowski e Agneszka Szalowska são um casal de Leigos Missionários Combonianos (LMC) que chegaram a Juba a 20 de Dezembro para dois anos de serviço missionário.
O Pawel tem 36 anos, é músico por formação e apresentador de rádio. Está a trabalhar na Rádio Bakhita, ajudando os funcionários a melhorar a sua prestação em técnicas de gravação e estúdio. Vai dirigir o centro de formação da Rede Católica de Rádios do Sudão.
A Agnes tem 28 anos e é professora especializada no trabalho com crianças surdas e mudas. Vai trabalhar numa instituição que acolhe e recupera crianças com deficiência.
Agnes e Pawel estão casados há mais de dois anos e já fizeram voluntariado na Albânia.
Bem-vindos!
O Pawel tem 36 anos, é músico por formação e apresentador de rádio. Está a trabalhar na Rádio Bakhita, ajudando os funcionários a melhorar a sua prestação em técnicas de gravação e estúdio. Vai dirigir o centro de formação da Rede Católica de Rádios do Sudão.
A Agnes tem 28 anos e é professora especializada no trabalho com crianças surdas e mudas. Vai trabalhar numa instituição que acolhe e recupera crianças com deficiência.
Agnes e Pawel estão casados há mais de dois anos e já fizeram voluntariado na Albânia.
Bem-vindos!
18 de janeiro de 2009
SAPATOS
17 de janeiro de 2009
GAZA
From the Church of God in Gaza
To the beloved Saints in Palestine and the world
The grace of our Lord Jesus Christ, the love of God and the fellowship of the Holy Spirit be with you all.
From the valley of tears, from Gaza that is sinking in its blood, the blood that has strangled the joy in the hearts of one and a half million inhabitants, I send you this message of faith and hope. But the message of love is imprisoned; choked in our throats as Christians; we do not venture to even say it to ourselves. The priests of the Church today are raising hope as a banner, so that God will have mercy on us and have compassion on us and keep a remnant for himself in Gaza so that the light of Christ that was lit by Deacon Philip at the establishment of the church will not be extinguished and continue to shine in Gaza. May Christ's compassion revive our love for God even though it is currently in "intensive care".
I announce to you from the heart of the father and priest, the death of the daughter of our school in Holy Family, the dear, Christine Wadi al-Turk, the first Christian to die in the war. Christine was in the tenth grade in our school and she died this morning, Friday, January 2, 2009 as a result of fear and the cold. The windows in her home were open to protect the children from glass fragments and the missiles that pass above it. The bombing that hit her neighbor's home caused her whole body to shake in horror. She could not bear all this, so she went to complain to her Creator about her situation and request a home and a refuge where there is no crying, screaming or wailing, but joy and happiness.
Our brothers and sisters in Christ Jesus,
What you see on television and what you hear is not all of the harsh reality experienced by our people in Gaza. The television and radio cannot transmit the whole truth because of its immensity in our land. The bitter siege on Gaza has become a hurricane that is growing every hour until it has become a war crime, a crime against humanity. If the people of Gaza are now presenting their tragedy to the court of conscience of every human, who has "goodwill", the time to come is the time of God's just court.
The children of Gaza and their parents are sleeping in the corridors of their home, if there are any, or in the toilets and bathrooms for their protection. They are trembling with fear at every voice, movement and bombardment and the heavy shelling of the F-16 planes.
It is true that these planes in most of their flights so far, have targeted the main government and Hamas headquarters, but all of these headquarters are near people's homes, and are not more than 6 meters away, which is the legal distance between buildings. Therefore, people's homes have been severely damaged and many children have died because of this. Our children are living in a state of trauma and fear. They are sick from it and for other reasons such as the lack of food, malnutrition, poverty and the cold...
As for the tragedies that are occurring in the hospitals, you can say what you like. These hospitals did not have basic first aid before the war and now thousands of the wounded and the sick are pouring into the hospitals and they are performing operations in the hospital corridors. Many of them are sent to the Rafah crossing to Egypt, those who pass may not return as they die on the way and the situation of the people in the hospitals is frightening and sad, hysteric.
I would like to tell you a story that happened in the hospital with the Abdel Latif family. One of her sons had disappeared during the first bombing and his family looked for him, but did not find him on the first or the second day of the war. On the third day, while the family was walking around the hospital, they came upon the Jaradah family who were surrounding one of their injured sons who was disfigured. This injured young man had had one of his legs amputated, his face was disfigured, not because of the aircraft shelling, but because glass had fallen on him while he was in the hospital after the planes had bombed part of it. The Abdel Latif family approached the Jaradah family to console them, and when they approached the injured man, Mr. Abdel Latif discovered that he was his son and not the son of the Jaradah family. Amid the family controversy, they waited for the wounded man to wake up and say his name so that the Abdel Latif family would take him...
I summarize my letter to you by lifting our suffering to God and to you. Our people in Gaza are treated like animals in a zoo, they eat but remain hungry, they cry, but no one wipes their tears. There is no water, no electricity, no food, but fear, terror and blockade ... Yesterday the bakery refused to give me bread. The reason being that the baker refused to feed me with flour that is not worthy of humans so that he will not disrespect my priesthood. The good flour had finished, and what flour he had was inappropriate for human consumption. I have avowed to not eat bread for the duration of this war.
We want you to raise your continuous prayers to God, and not to hold a mass or service without remembering the suffering of Gaza before God. I am sending short messages from the Bible to our parishioners to increase the hope in their hearts. We have all agreed to pray this prayer at the top of every hour: "O Lord of peace rain peace on us, O Lord of peace, grant peace to our land. Have mercy, O Lord, on your people and do not keep us in enmity forever. Please stand with us now and sing this prayer with us.
Your prayers with us move the whole world and teach it that any love that is prevented from reaching your brothers and sisters in Gaza is not the love of Christ and the Church. The love of Christ and the Church does not recognize political and social barriers, wars and so on. When your love reaches us, it makes us feel that we, in Gaza, are an integral part of the Holy Catholic and Apostolic Church, and our Muslim brothers and sisters in our midst are our people and our destiny, we have what they have and we suffer like they do, we are all the people of Palestine.
In the midst of all this, our people in Gaza remain rejecting war as a means for peace and confirming that the road to peace is peace. We in Gaza are steadfast and have resolution in our eyes: "between slavery and death, we have no choice." We want to live to praise the Lord in Palestine and witness for Christ, we want to live for Palestine, not die for it, but if death is imposed on us, we will not die except honest, brave and strong. We join you in your prayers so that Christ may give us His real peace, so that "The wolf will live with the lamb, the leopard will lie down with the goat, the calf and the lion and the yearling together; and a little child will lead them ( Isaiah 11:6)."
The peace of Christ, that peace to which you are called to be one body be with all of you and protect you. Amen.
To the beloved Saints in Palestine and the world
The grace of our Lord Jesus Christ, the love of God and the fellowship of the Holy Spirit be with you all.
From the valley of tears, from Gaza that is sinking in its blood, the blood that has strangled the joy in the hearts of one and a half million inhabitants, I send you this message of faith and hope. But the message of love is imprisoned; choked in our throats as Christians; we do not venture to even say it to ourselves. The priests of the Church today are raising hope as a banner, so that God will have mercy on us and have compassion on us and keep a remnant for himself in Gaza so that the light of Christ that was lit by Deacon Philip at the establishment of the church will not be extinguished and continue to shine in Gaza. May Christ's compassion revive our love for God even though it is currently in "intensive care".
I announce to you from the heart of the father and priest, the death of the daughter of our school in Holy Family, the dear, Christine Wadi al-Turk, the first Christian to die in the war. Christine was in the tenth grade in our school and she died this morning, Friday, January 2, 2009 as a result of fear and the cold. The windows in her home were open to protect the children from glass fragments and the missiles that pass above it. The bombing that hit her neighbor's home caused her whole body to shake in horror. She could not bear all this, so she went to complain to her Creator about her situation and request a home and a refuge where there is no crying, screaming or wailing, but joy and happiness.
Our brothers and sisters in Christ Jesus,
What you see on television and what you hear is not all of the harsh reality experienced by our people in Gaza. The television and radio cannot transmit the whole truth because of its immensity in our land. The bitter siege on Gaza has become a hurricane that is growing every hour until it has become a war crime, a crime against humanity. If the people of Gaza are now presenting their tragedy to the court of conscience of every human, who has "goodwill", the time to come is the time of God's just court.
The children of Gaza and their parents are sleeping in the corridors of their home, if there are any, or in the toilets and bathrooms for their protection. They are trembling with fear at every voice, movement and bombardment and the heavy shelling of the F-16 planes.
It is true that these planes in most of their flights so far, have targeted the main government and Hamas headquarters, but all of these headquarters are near people's homes, and are not more than 6 meters away, which is the legal distance between buildings. Therefore, people's homes have been severely damaged and many children have died because of this. Our children are living in a state of trauma and fear. They are sick from it and for other reasons such as the lack of food, malnutrition, poverty and the cold...
As for the tragedies that are occurring in the hospitals, you can say what you like. These hospitals did not have basic first aid before the war and now thousands of the wounded and the sick are pouring into the hospitals and they are performing operations in the hospital corridors. Many of them are sent to the Rafah crossing to Egypt, those who pass may not return as they die on the way and the situation of the people in the hospitals is frightening and sad, hysteric.
I would like to tell you a story that happened in the hospital with the Abdel Latif family. One of her sons had disappeared during the first bombing and his family looked for him, but did not find him on the first or the second day of the war. On the third day, while the family was walking around the hospital, they came upon the Jaradah family who were surrounding one of their injured sons who was disfigured. This injured young man had had one of his legs amputated, his face was disfigured, not because of the aircraft shelling, but because glass had fallen on him while he was in the hospital after the planes had bombed part of it. The Abdel Latif family approached the Jaradah family to console them, and when they approached the injured man, Mr. Abdel Latif discovered that he was his son and not the son of the Jaradah family. Amid the family controversy, they waited for the wounded man to wake up and say his name so that the Abdel Latif family would take him...
I summarize my letter to you by lifting our suffering to God and to you. Our people in Gaza are treated like animals in a zoo, they eat but remain hungry, they cry, but no one wipes their tears. There is no water, no electricity, no food, but fear, terror and blockade ... Yesterday the bakery refused to give me bread. The reason being that the baker refused to feed me with flour that is not worthy of humans so that he will not disrespect my priesthood. The good flour had finished, and what flour he had was inappropriate for human consumption. I have avowed to not eat bread for the duration of this war.
We want you to raise your continuous prayers to God, and not to hold a mass or service without remembering the suffering of Gaza before God. I am sending short messages from the Bible to our parishioners to increase the hope in their hearts. We have all agreed to pray this prayer at the top of every hour: "O Lord of peace rain peace on us, O Lord of peace, grant peace to our land. Have mercy, O Lord, on your people and do not keep us in enmity forever. Please stand with us now and sing this prayer with us.
Your prayers with us move the whole world and teach it that any love that is prevented from reaching your brothers and sisters in Gaza is not the love of Christ and the Church. The love of Christ and the Church does not recognize political and social barriers, wars and so on. When your love reaches us, it makes us feel that we, in Gaza, are an integral part of the Holy Catholic and Apostolic Church, and our Muslim brothers and sisters in our midst are our people and our destiny, we have what they have and we suffer like they do, we are all the people of Palestine.
In the midst of all this, our people in Gaza remain rejecting war as a means for peace and confirming that the road to peace is peace. We in Gaza are steadfast and have resolution in our eyes: "between slavery and death, we have no choice." We want to live to praise the Lord in Palestine and witness for Christ, we want to live for Palestine, not die for it, but if death is imposed on us, we will not die except honest, brave and strong. We join you in your prayers so that Christ may give us His real peace, so that "The wolf will live with the lamb, the leopard will lie down with the goat, the calf and the lion and the yearling together; and a little child will lead them ( Isaiah 11:6)."
The peace of Christ, that peace to which you are called to be one body be with all of you and protect you. Amen.
Your Brother, Father Manuel Mussallam
Priest of the Catholic Church in Gaza
Priest of the Catholic Church in Gaza
January 12, 2008
16 de janeiro de 2009
AFGHANISTAN
«I’m sorry”, Laila said, marvelling at how every Afghan story is marked by death and loss and unimaginable grief. And yet, she sees, people find a way to survive, to go on. Laila thinks of her own life and al that happened to her, and she is astonished she too has survived, that she is alive and sitting in tis taxi listening to this man’s story.»
GAZA
Ajuda a parar o massacre de Gaza! As Em quase três semanas de bombardeamentos diários mais de mil palestinianos e 13 israelitas foram mortos. A maioria das vítimas são civis, mulheres e crianças.
É tempo de dizer «BASTA!». Junta a tua voz à de milhares e milhares de cidadãos do mundo exigindo um cessar-fogo imediato e a protecção de civis através de uma petição ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, União Europeia, Liga Árabe e EUA.
O texto da petição é o seguinte:
«Nós exortamos-vos a actuar imediatamente para assegurar um cessar-fogo global na Faixa de Gaza, proteger civis em ambos os lados, e responder à crise humana crescente. Somente através de uma acção internacional robusta e vigilante se pode parar o derramamento de sangue, abrir os pontos de passagem de Gaza com segurança e conseguir progresso real para uma paz mais abrangente em 2009.»
Assina aqui.
9 de janeiro de 2009
8 de janeiro de 2009
PRESENTE
- Estouuuu... É da Polícia?
- É sim. Em que posso ajudá-lo?
- Queria fazer quexa do mê vizinho Maneli. Ele esconde droga dentro dos troncos da madeira para a larera.
- Tomámos nota. Muito obrigado por nos ter avisado.
No dia seguinte os agentes da Polícia estavam em casa do Manel. Procuraram o sítio onde ele guardava a lenha, e abriram à machadada os toros que lá havia, mas não encontraram droga nenhuma.
Praguejaram e foram-se embora.
Logo de seguida toca o telefone em casa do Manel.
- Ó Maneli, já aí foram os tipos da polícia?
- Já.
- E racharam-te a lenha toda?
- Sim
- Então feliz natal, amigo! Esse foi o mê presente deste ano!
- É sim. Em que posso ajudá-lo?
- Queria fazer quexa do mê vizinho Maneli. Ele esconde droga dentro dos troncos da madeira para a larera.
- Tomámos nota. Muito obrigado por nos ter avisado.
No dia seguinte os agentes da Polícia estavam em casa do Manel. Procuraram o sítio onde ele guardava a lenha, e abriram à machadada os toros que lá havia, mas não encontraram droga nenhuma.
Praguejaram e foram-se embora.
Logo de seguida toca o telefone em casa do Manel.
- Ó Maneli, já aí foram os tipos da polícia?
- Já.
- E racharam-te a lenha toda?
- Sim
- Então feliz natal, amigo! Esse foi o mê presente deste ano!
Obrigado, Amélia, por esta jóia!
1 de janeiro de 2009
2009
2009 chegou a Juba com estrondo.
Fui acordado por voltas das 6h00 pelo cantar desenfreado de armas ligeiras à volta da nossa casa. Um tiroteio impressionante.
A princípio pensei que se tratasse de um ataque dos rebeldes ugandeses do LRA ou de algum levantamento de soldados com salários em atraso. O presidente do Sul do Sudão e muitos dos seus ministros são nossos vizinhos.
Por outro lado, só ouvia o cantar de armas ligeiras. Nada de bazucas ou granadas. E não se ouvia ninguém a gritar ou barulho de passos.
Telefonei a um amigo da segurança da ONU a perguntar o que se passava. Disse-me que o tiroteio era para festejar o Ano Novo e o Dia da Independência.
Os «festejos» demoraram quase uma hora e deixaram pelo menos cinco mortos e um menino de três anos com uma bala no abdómen – a informação que recolhi das urgências do Hospital às 11h00.
Não me assustei muito com a «festa das metralhadoras», porque o nosso recinto está protegido por um muro alto de tijolos de barro, uma boa barreira contra balas perdidas.
De resto, o ano novo foi acolhido em estilo pelos habitantes da Comboni House: irmãs, irmãos, padres e um casal de leigos polacos que estão connosco desde o Natal.
Às 21h00 fizemos uma vigília de oração agradecendo o ano velho e acolhendo o ano novo como tempos de graça e salvação.
No final fizemos um pequeno convívio com alguns acepipes e um bolo.
Depois fui celebrar a missa da meia-noite à paróquia de S. José Operário num ambiente tranquilo e recolhido.
No fim, os Salesianos convidaram-nos a mim e às duas irmãs que foram comigo para comermos uma fatia de bolo e bebermos uma cerveja.
Voltei a casa às 2h30.
Hoje passei parte do dia na Rádio Bakhita e um bocadinho com alguns amigos, porque a vida também se celebra.
Feliz Ano novo para ti!
Fui acordado por voltas das 6h00 pelo cantar desenfreado de armas ligeiras à volta da nossa casa. Um tiroteio impressionante.
A princípio pensei que se tratasse de um ataque dos rebeldes ugandeses do LRA ou de algum levantamento de soldados com salários em atraso. O presidente do Sul do Sudão e muitos dos seus ministros são nossos vizinhos.
Por outro lado, só ouvia o cantar de armas ligeiras. Nada de bazucas ou granadas. E não se ouvia ninguém a gritar ou barulho de passos.
Telefonei a um amigo da segurança da ONU a perguntar o que se passava. Disse-me que o tiroteio era para festejar o Ano Novo e o Dia da Independência.
Os «festejos» demoraram quase uma hora e deixaram pelo menos cinco mortos e um menino de três anos com uma bala no abdómen – a informação que recolhi das urgências do Hospital às 11h00.
Não me assustei muito com a «festa das metralhadoras», porque o nosso recinto está protegido por um muro alto de tijolos de barro, uma boa barreira contra balas perdidas.
De resto, o ano novo foi acolhido em estilo pelos habitantes da Comboni House: irmãs, irmãos, padres e um casal de leigos polacos que estão connosco desde o Natal.
Às 21h00 fizemos uma vigília de oração agradecendo o ano velho e acolhendo o ano novo como tempos de graça e salvação.
No final fizemos um pequeno convívio com alguns acepipes e um bolo.
Depois fui celebrar a missa da meia-noite à paróquia de S. José Operário num ambiente tranquilo e recolhido.
No fim, os Salesianos convidaram-nos a mim e às duas irmãs que foram comigo para comermos uma fatia de bolo e bebermos uma cerveja.
Voltei a casa às 2h30.
Hoje passei parte do dia na Rádio Bakhita e um bocadinho com alguns amigos, porque a vida também se celebra.
Feliz Ano novo para ti!
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