29 de março de 2009
AGAIN AND AGAIN
RENDER DE BISPOS
provincial dos combonianos, ao fundo © JVieira
O Vicariato Apostólico de Awassa vai ter um novo bispo. Trata-se do Padre Giovanni Miglorati, missionário comboniano.
A notícia foi tornada pública pelo Vaticano a 21 de Março e dada pelo bispo de Awassa, Dom Lourenço Ceresoli no mesmo dia ao clero do vicariato no final da assembleia dos padres.
Dom Lourenço presidiu aos destinos do Vicariato desde 1994 e apresentou a resignação há três anos por limite de idade.
O padre Giovanni Miglorati é italiano e tem 66 anos. Veio para a Etiópia em 1969, depois da ordenação, e por lá ficou durante 25 anos desempenhando diversos cargos a nível do Vicariato de Awassa e da congregação.
Entre 1994 e 2001 esteve em Varsóvia, a primeira comunidade comboniana na Polónia, encarregado da formação.
Em 2001 regressou a Awassa para dirigir o Seminário Maior e depois desempenhar a função de secretário-geral do vicariato.
O padre Miglorati vai ser sagrado bispo em Awassa a 30 de Maio pelo Arcebispo de Adis-Abeba com o título de bispo de Ambia.
DE VOLTA
O que é bom também acaba. Já estou de volta a Juba às voltas com o calor depois de duas semanas de férias na Etiópia.
Foi mesmo bom reencontrar colegas e amigos, visitar os lugares do meu paraíso, ver o progresso a tomar conta do país, lamentar o desaparecimento das florestas!
Estes serão assuntos para outras postagens! Porque agora tenho que pôr as coisas em ordem e reorganizar o quotidiano. Até já então.
13 de março de 2009
FÉRIAS
IGREJA – TPI
O primeiro a manifestar-se foi o presidente da Conferência de Bispos Católicos do Sudão.
Dom Rudolph Deng, bispo de Wau, disse à CISA que o mandado de captura só vai aumentar a tenção no país.
Dom Deng pediu aos líderes e aos rebeldes que sejam sinceros nas conversações de paz e à comunidade internacional que ajude com dedicação o país.
Dom Daniel Adwok, bispo auxiliar de Cartum, disse à Ajuda à Igreja que Sofre que o mandado de captura pode descarrilar o processo de paz no Sul e que esta não é a hora para mudar de liderança política no Sudão.
Finalmente, representantes de dez Igrejas agrupadas no Conselho Sudanês das Igrejas escreveu ontem uma mensagem governo sudanês manifestando grande preocupação com as consequências do mandado de captura.
Os 13 subscritores pedem ao governo que maneje a situação com sabedoria e que considere a situação humanitária no Darfur depois da expulsão de 13 organizações não-governamentais.
O documento apela à comunidade internacional que mantenha o apoio crítico na reconstrução e pacificação do país.
FORGOTTEN
The bishop asked, "Sister, did you talk to him?"
And she said, "Yes, I did."
He continued, "If you have another vision, ask Christ this question: 'What was the bishop's great sin before he became a bishop?'"
He knew that only God and his own confessor would know.
About three months later, the nun made an appointment to see the bishop. When she came in, he said, "Did you see our Lord again?"
"Yes," she replied.
"Did you ask him the question about my sin?"
"Yes, I did."
"And what did he say?"
She smiled and answered, "The Lord said, 'I don't remember anymore.’”
"Stories and Parables for Preachers and Teachers" by Paul J. Wharton
12 de março de 2009
ELEFANTE SALOMÃO
O Nobel da Literatura continua irónico, cáustico e sarcástico nas suas reflexões sobre a vida, mas este foi o livro que mais depressa devorei.
Saramago é como o vinho fino: quanto mais velho melhor.
A estória roda à volta das incidências da viagem do Elefante Salomão e do seu cornaca-tratador Subhro da Torre de Belém até Viena de Áustria com paragem em Villadolid.
A ficção tem um fundo histórico: o paquiderme da Índia foi oferecido por Dom João III ao arquiduque da Áustria seu primo corria o ano de 1551.
«Esta viagem tem sido só um intervalo», disse o cornaca ao elefante já perto do seu termo.
Este é o romance em que Saramago mais referências ao fenómeno religioso – os diálogos entre o tratador do elefante – indiano – e o chefe da escolta militar – portugês – são interessantes.
Sinal que a morte o está a aproximar de Deus? Quem sabe? A obra foi escrita durante um período em que Saramago esteve muito mal de saúde. Por isso ele dedicou a obra à esposa: «A Pilar, que não deixou que eu morresse.»
11 de março de 2009
"Oh yeah? He won't even answer you," jeered the brother.
"I bet he will," the girl replied with complete conviction.
The girl began to pray and her brother went away to play.
"Oh yes he did," the girl replied. "God said No."
9 de março de 2009
AL-BASHIR
Milhares de manifestante escutaram o presidente Omar Hassan al-Bashir ameaçar organizações não governamentais, diplomatas e forças de paz com novas expulsões se puserem a segurança do país em risco enquanto brandia uma espada.
O regime sudanês expulsou as 13 principais ONG a trabalhar no Darfur acusando-as de colaboração com o TPI imediatamente depois de o tribunal ter tornado pública a sua decisão.
8 de março de 2009
SALT DOLL
7 de março de 2009
LAICIDADES
Faris Matthew emitiu uma ordem a 18 de Fevereiro a explicar que a Southern Sudan TV (SSTV) não deve transmitir nenhum programa religioso e a cobertura de actividades religiosas está limitada às festas e acontecimentos principais, sendo tratados como itens noticiosos.
O Sr. Matthew contudo não define o que são festas e acontecimentos principais.
O director interino da SSTV diz que a decisão está na linha do Acordo Global de Paz, assinado em 2005 entre Cartum e o SPLA, que claramente estipula um sistema político é laico em natureza.
O Sr. Matthew diz que a ordem responde a uma directiva do Ministério da Informação do Governo do Sul do Sudão e pede desculpa aos grupos religiosos pela inconveniência.
A ordem criou bastante mal-estar entre funcionários da SSTV, que me alertaram para o facto e pediram para fazer alguma coisa.
A Bakhita FM organizou um fórum sobre o tema e o Sr. Matthew telefonou a negar que tivesse emitido tal ordem – tal era a reacção de consternação dos ouvintes. Quando foi confrontado com o lugar onde a ordem estava afixada, mudou o discurso e propôs um debate sobre o assunto. Que não sei se chegou a ter lugar, porque nunca recebi nenhum convite.
É interessante notar que apesar de laico, o Governo do Sul do Sudão tem um ministério para o Género (leia-se da Mulher), Segurança Social e Assuntos Religiosos.
E, apesar de laico, o governo regional continua a depender das igrejas para prestar serviços básicos à população nomeadamente no âmbito escolar e da saúde.
A ordem do director interino da SSTV pode ser vista como um acto de modernidade, mas no contexto do Sudão, com o Islão a dominar a cena religiosa no norte, a arreligiosidade cai muito mal no sul cristão.
Uma coisa é ser laico, isto é, não dar primazia a nenhuma religião, e outra é ser arreligioso.
6 de março de 2009
MULHER…
Frágil
Que te partes
E repartes
E em ti permanece a força de ser
Mulher,
Mãe,
Esposa,
Trabalhadora…
E ainda
Tens tempo
Para sonhar,
Para colorir o mundo
Para o transformares
Num jardim florido,
Onde semeias sorrisos!
E esqueceste de ti…
Tantas, tantas vezes
E continuas,
Sempre com a mesma força!
És silêncio,
Lágrima
Dor
e sorriso…
Mulher,
Cristal pequenino,
Mas…
Rocha firme
Porto de abrigo
Casa, onde sempre há
Afecto para mais um,
E outro e outro…
Olhas o mundo
Com os olhos da ternura
Com os olhos de mulher…
Cristal pequenino,
Mas guerreira,
Lutadora…
E a tua luta não tem fim…
A tua arma…
O Amor,
E o teu coração não se cansa…
De amar
De ser …
MULHER!
5 de março de 2009
EXPULSÕES
As 10 organizações não governamentais são Oxfam, CARE, MSF-Holland, Mercy Corps, Save the Children, Norwegian Refugee Council, International Rescue Committee, Action Contre la Faim, Solidarites e CHF International.
O Governo também fechou duas organizações nacionais, Khartoum Centre for Human Rights and Environmental Development e Khartoum Amal Center for the Rehabilitation of the Victims of Violence, acusando-as de terem colaborado com o Tribunal Penal Internacional.
Segundo dados das Nações Unidos há no Darfur 76 grupos humanitários, mas as 10 ONGs expulsas eram as mais representativas pelo serviço que prestavam às populações.
Mais de 2 milhões de Darfuris vivem em campos de refugiados e 4 milhões dependem da ajuda externa para sobreviverem.
Até agora as organizações humanitárias n Sul do Sudão não foram afectadas pela proibição. Mas um ministro avisou que a procissão ainda vai no adro e que o governo está a investigar outros grupos.
Em Cartum mais de 5000 pessoas se manifestaram contra a decisão das juízas do TPI, mas no resto do país a situação manteve-se calma.
4 de março de 2009
AL-BASHIR
A indiciação era esperada, não se sabia era em que escala. De facto, o Juiz Luís Moreno-Ocampo tinha acusado o mareshal Omar Hassan al-Bashir de crimes de genocídio, de guerra e contra a humanidade, mas as três juízas que analisaram a evidência não deram a acusação de crime por genocídio como provada.
As reacções à decisão do TPI foram diversas. Em Cartum, que fechou mais cedo que o costume, milhares de cidadãos juntaram-se junto ao palácio presidencial a protestar contra a o mandado de captura.
Juba, a capital do Sul do Sudão, reagiu com calma à notícia. Muitas lojas fecharam mais cedo, havia muito menos transportes públicos que habitualmente, muitas tropas nas ruas sobretudo junto aos edifícios das Nações Unidas e de consolados europeus – e nada mais.
E agora que o Sudão é governado por um presidente indiciado, o que é que vai acontecer?
Os políticos do Sul estão a fazer força para que o acordo de paz e o processo de democratização se mantenham, que os resultados do Recenseamento de Abril do ano passado sejam publicados e as eleições se realizem até ao fim do ano.
É possível que o regime de Cartum se vingue em organização não governamentais, retirando-as do Darfur «por razões de segurança» como já aconteceu com os Médicos Sem Fronteiras e outras organizações humanitárias a quem Cartum revogou as licenças de operação.
Mas será que algum dia al-Bashir se vá sentar no banco dos réus do TPI em Haia? Duvido. Muitos dos seus amigos não assinaram o Estatuto de Roma e ele pode movimentar-se pela região sem incómodos maiores.
Os habitantes do Darfur, esses é que podem pagar pela indiciação do presidente. A guerra continua a matar mais de 5 mil pessoas por mês e a engrossar os campos de refugiados por toda a província.
Os países a cinza não são signatários do Estatudo de Roma