O padre José Ohrwalder escapou com duas irmãs e uma menina de Omdurman,
depois de dez anos de cativeiro.
As Missionárias
Combonianas celebram hoje a Memória das irmãs prisioneiras durante a revolução
mahdista no Sudão.
O islamista Muhammad Ahmed
declarou-se o mahdi, o guiado ou messias, que devia preparar a vinda de Deus
através da instauração de uma república islâmica. Em Junho de 1882 começou a revolta
mahdista contra os egípticos e ingleses que culminou com a tomada de Cartum em 1884.
Em Setembro de 1882, oito
missionárias e três missionários nas estações de Delen e El Obeid, no Cordofão
do Sul, foram presos e condenados à morte por não aceitarem converter-se ao
islão.
A sentença, contudo, nunca
foi executada, mas os missionários estiveram presos durante uma dezena de anos
primeiro em El Obeid e depois em Omdurman, perto de Cartum. Uma irmã – Teresa Grigolini
– teve mesmo que se casar com um comerciante grego para distrair as atenções do
mahdistas que não entendiam a cosnagração virginal das missionárias.
Um irmão comboniano, que se fez passar por marido das irmãs, acabou por engravidar uma delas e fugiu. Tanto a mãe como o bebé morreram de fome abandonadas em Omdurman.
Outras duas irmãs e dois padres morreram
durante o duro cativeiro devido à tortura, maus tratos e doenças. A irmã Amália
Andreis foi a primeira a falecer no acampamento do Mahdi durante o cerco a El
Obeid, a 7 de Novembro de 1882, quase 13 meses depois da morte do bispo Daniel
Comboni.
A Irmã Paola Moggi
disse-me que a memória é uma ocasião para celebrar as missionárias e
missionários que permaneceram fiéis à vocação e à fé apesar das condições inumanas
do cativeiro e regerssaram ao Sudão logo que o desvario mahdista terminou.
Sublinou que a memória era também uma oportunidade para as irmãs de hoje regressarem às origens,
compreenderem melhor a profundidade da fé do grupo pioneiro,e fortalecer a visão e
aprofundar a vocação e as motivações.