29 de novembro de 2015

PORTA SANTA DE BANGUI


O Papa Francisco abre hoje a primeira Porta Santa do Jubileu Extraordinário da Misericórdia na catedral de Bangui, a capital da República Centro-africana.

O Papa Francisco chegou a Bangui esta manhã a Bangui sob fortes medidas de segurança para uma visita de dois dias.

«Vim como um peregrino de paz e um apóstolo de esperança», disse à chegada.

O Papa esteve num campo de deslocados e tem encontros agendados com as comunidades evangélicas e muçulmanas na capital. Vai participar num serviço de confissões inserido na dinâmica do Ano Santo e celebrar a Eucaristia do Primeiro Domingo do Advento na catedral católica.

O Ano Santo da Misericórdia abre oficialmente a 8 de dezembro, mas o papa aproveitou a visita à República Centro-africana para levar o evento às periferias do sofrimento humano.

A República Centro-africana vive em clima de violência e guerra civil sem precedentes desde 2012.

A crise já originou o maior número de deslocados da história do país.

A visita do Papa a Bangui encerra a sua primeira viagem africana que o levou ao Quénia e Uganda.

21 de novembro de 2015

ORAÇÃO PELA PAZ


Deus, nosso Pai,
A Ti pertencem o Céu e a Terra.
Nada é impossível para Ti,
Porque Tu és Todo-poderoso.
Em Tua bondade, enviaste o Teu Filho para salvar o mundo,
Nós rejeitámo-l'O e cruci­cámo-l'O.
Tu O ressuscitaste dos mortos,
Porque Tu és o Senhor da Vida.
Jesus Cristo, depois da Tua ressurreição,
Apareceste aos Teus apóstolos dizendo: “A paz esteja convosco”.
Concede a Tua paz ao nosso país e ao mundo inteiro,
Porque Tu és o Príncipe da Paz.
Protege os desamparados e os pobres que choram.
Ajuda as viúvas e os órfãos que têm esperança em Ti.
Cura os corações partidos e fez justiça aos oprimidos,
Porque Tu és o nosso único Salvador.
Espírito Santo, faz de nós os construtores da paz.
A paz que é amor e justiça, verdade e dignidade, respeito e unidade.
Que essa paz esteja nos nossos corações, palavras e acções.
Porque tu és o Deus do Amor.
Imaculada Conceição,
Rogai por nós.
Santa Maria, Mãe da República Centro-Africana, Rainha da Paz,
Intercedei por nós.
Anjos da guarda,
Protegei-nos!
Oração na capela de Centro de Acolhimento Missionário em Bangui

20 de novembro de 2015

#REZARPELAPAZ


No domingo, 22 de novembro, vamos todos rezar pela paz!

A iniciativa #RezarPelaPaz partiu da Fundação AIS como resposta aos recentes ataques terroristas em Paris.

Em Portugal, a jornada decorre no Santuário de Cristo-Rei, em Almada, a partir das 16h00.

O evento abre com a exposição do Santíssimo Sacramento, continua com o terço e termina com a celebração da Eucaristia.

#RezarPelaPaz é uma resposta à onda de violência que se abateu sobre França, Síria, Líbia, Iraque e República Centro-africana.

Os ataques terroristas em Paris são o mais recente episódio de uma “terceira guerra mundial em parcelas”, como classifica o Papa a onda de violência global.

Os participantes são também convidados a rezar pelo sucesso da primeira visita do Papa Francisco a África. O roteiro incluiu o Quénia, Uganda e a República Centro-africana, e decorre de 22 a 28 de novembro.

A República Centro-africana vive em espasmos de violência desde 2013.

Bangui, a capital, foi sacudida por mais uma onda de violência sectária há duas semanas.

O Papa devia abrir a primeira Porta Santa do Jubileu Extraordinário da Misericórdia na catedral de Bangui.

12 de novembro de 2015

DEUS COMIGO



A candidata presidencial Maria de Belém Roseira foi a convidada de Maria João Avillez nas conversas sobre Deus desta quarta-feira na Capela do Rato.

Maria de Belém explicou que foi educada na fé: «A minha casa era uma casa onde se vivia a vida religiosa. A educação era católica.»

Explicou que o sentido da existência de Deus e sobretudo o Anjo da Guarda «era uma forma de a pessoa perante os riscos não estar permanentemente assustada.»

Deus não é distante, mas está connosco, uma segunda pele. «Se alguém está connosco, está connosco sempre nas certezas e nas dúvidas e dá força e resistência. Deus é uma referência com a qual entro em diálogo permanente», explicou.

Maria de Belém afirmou que a religião é uma forma de estar mais inteligente e com mais responsabilidade de estar e de ser numa relação de protecção.

«A religião é algo que implica amor, cuidado e afecto relativamente ao outro», afirmou.

Explicou que a sua relação com Deus não é dogmática mas passional. Por isso, não vai à missa aos domingos, mas «quando acha que deve ir, quando é importante ir.»

Define-se profundamente cristã e diz que a mensagem central do cristianismo é a obrigação de cuidar por quem não tem, uma atitude que aprendeu da mãe desde a infância, a matriz em que foi criada.

Aliás, explicou que a sua passagem pelo ministério da saúde inseriu-se nessa atitude.

Entende que a prática da fé se traduz mais na acção que em formalismos. Preocupa-se mais com a substância das coisas que com a forma e as rotinas: «Tentar guardar o sentimento de (in)justiça que temos quando somos crianças, a sensibilidade de sentir o que está certo e errado»

Maria de Belém sublinhou que no âmbito da família a Igreja deve preocupa-se mais com que as pessoas façam o bem em vez de se preocupar com comportamentos. A Igreja devia estar muito mais próxima da vida e dos problemas das pessoas, desejou.

Fez uma apreciação muito interessante da Doutrina Social da Igreja, uma interpelação permanente contra a instrumentalização das pessoas em função da economia. Parte de conceitos que sublinham a transcendência do ser humano.

Explicou que para ela o Papa Francisco apareceu no momento oportuno e necessário e, por isso, prova de que Deus existe.

Durante a participação nas reuniões da pastoral da família, no Vaticano, ficou com a ideia de que o Papa João Paulo II era prisioneiro de uma corte: a organização impunha-lhe modelos de comportamento apesar de o seu corpo já não responder.

Maria de Belém afirmou que a fé não lhe vai atrapalhar o exercício da presidência da república.

Finalmente, explicou que reza mais por palavras próprias mas gosta do pai-nosso e da ave-maria.

10 de novembro de 2015

LMC PARTE PARA R.CENTRO-AFRICANA


©JVieira

A Leiga Missionária Comboniana (LMC) Maria Augusta Pacheco Pires partiu para a República Centro-africana a 9 de novembro para um período de dois anos de missão entre o povo pigmeu.

A Maria Augusta tem 60 anos, é professora e vivia em Janeiro de Baixo, Pampilhosa da Serra.

Chega à República Centro-africana a tempo de receber o Papa Francisco que visita Bangui, a capital, a 29 e 30 de novembro, durante a primeira viagem apostólica à África que o leva também ao Quénia e Uganda.

O Papa, no dia 29, abre na catedral de Bangui a primeira Porta Santa do Ano Jubilar da Misericórdia.

Dom Virgílio do Nascimento Antunes, bispo de Coimbra, presidiu à cerimónia de envio a 25 de outubro na paróquia de Janeiro de Baixo.

A celebração foi preparada por uma semana de animação missionária nas escolas de Pampilhosa da Serra e de Dornelas do Zêzere, em quatro lares de idosos e nas missas celebradas nas paróquias vizinhas.

A Maria Augusta regressa à comunidade internacional LMC de Mongoumba onde já trabalhou durante dois anos e meio entre 2008 e 2010.

Vai fazer comunidade com a LMC algarvia Élia Gomes. Mais tarde, juntar-se-á uma LMC polaca.

Em Mongoumba, os LMC trabalham sobretudo com o marginalizado povo pigmeu Aka na educação, evangelização e saúde, integrados na missão comboniana local.

A Maria Augusta tem uma longa folha de serviço missionário de mais de uma dúzia de anos: além dos dois anos e meio em Mongoumba esteva quase mais dez a ensinar no norte de Moçambique.

Mongoumba fica a cerca de 200 quilómetros a sul de Bangui, na entrada da floresta equatorial junto aos rios Lobaye e Ubangi, afluentes do Congo. Faz fronteira com os dois Congos.

A RCA vive tempos conturbados desde março de 2013 quando as milícias muçulmanas Seleka, ajudadas por rebeldes chadianos e sudaneses do Darfur, tomaram conta do poder.

A comunidade internacional interveio para parar a matança dos cristãos e obrigou o presidente muçulmano a resignar.

Os Anti-balaka são a resposta violenta aos Seleka e atacam sobretudo os muçulmanos.

Embora pareça uma guerra religiosa, a crise na RCA é uma luta pelo poder político e económica que vai para além das fronteiras do país.

A paróquia comboniana de Nossa Senhora de Fátima, em Bangui, funciona como campo de refugiados para os cristãos. 

Jovens muçulmanos atacaram a área no final de outubro, apesar de estar protegida pelas forças internacionais.

O P. Moses Otii Alir, missionário comboniano ugandês a servir na paróquia de Fátima, fez um relatório detalhado da situação dramática vivida no bairro cristão dias antes da chegada do Papa Francisco. 

7 de novembro de 2015

FUNDAÇÃO FILIPINA DISTINGUE REVISTA COMBONIANA


O P. Domingues recebeu uma mão cheia de prémios

Uma fundação católica filipina distinguiu uma vez mais a revista que os combonianos editam no país há mais de 25 anos.

A Fundação Catholic Mass Media Awards (CMMA: Prémios para Meios de Comunicação Católicos) distinguiu na edição de 2015 a revista World Mission nas categorias melhor conto breve, melhor reportagem de investigação, melhor página internet e menção especial como revista orientada para a família.

O P. David Domingues, director da publicação, recebeua mão cheia de prémios a 4 de novembro no Teatro Star City de Manila durante a gala dos XXXVII Prémios CMMA.

Os Prémios CMMA 2015 tinham por tema «Comunicando a família: um lugar privilegiado de encontro com o dom do amor.»

O Cardeal Luis Antonio G. Tagle, presidente honorário da CMMA, convidou os meios de comunicação social a apresentarem a família como boa-nova no mundo de hoje.

O P. Manuel Augusto Ferreira venceu a categoria melhor reportagem de investigação com o texto «Missionários na China: reinventando a missão».

A Fundação recebeu 803 candidaturas para as 60 categorias nos campos de imprensa, rádio, televisão, música, internet e publicidade.

O cardial Jaime L. Sin de Manila iniciou a Fundação CMMA em 1978.

6 de novembro de 2015

CHOCOLATE AMARGO


O chocolate é um produto muito apreciado pelo seu sabor delicado, mas deixa grandes amargos de boca a quem o cultiva, sobretudo as crianças.

Foram os Maias e os Astecas que há mais de 2500 anos domesticaram o cacaueiro e inventaram o chocolate, duas palavras que vêm do nauatle, a língua dos Astecas mexicanos: cacahuat quer dizer suco amargo e xocolatl, água quente ou espumosa, e usavam os grãos como moeda. Mas é na África que hoje se cultiva cerca de 80 por cento do cacau que nos reconforta.

A Costa do Marfim e o Gana, na África Ocidental, produzem 69 por cento das sementes de cacau que a indústria utiliza para produzir chocolates e outros derivados. A Nigéria e os Camarões são outros dois grandes produtores, responsáveis por 11 por cento da colheita mundial de cacau. A Indonésia, o Brasil e o Equador também têm uma boa produção.

Os fabricantes de chocolate normalmente não imprimem nas embalagens os nomes de dois ingredientes comuns que entram na confecção da barra: a violência e a exploração.

Em Junho, a Interpol – Organização Internacional da Polícia Criminal – resgatou 48 crianças, com idades entre os 5 e os 16 anos, na aldeia de San Pedro, na Costa do Marfim, de uma roça onde trabalhavam em condições extremamente perigosas para a saúde, e prenderam 22 adultos, acusados de tráfico. As crianças – de Burkina Faso, Guiné, Mali e da própria Costa do Marfim – declararam à polícia que eram obrigadas a trabalhar na colheita do cacau há mais de um ano, durante longas horas e sem remuneração.

Aliás, a Unicef, a agência da ONU para a protecção da infância, calcula que entre 2011 e 2014 o número de crianças envolvido na cultura do cacau na região duplicou de 800 mil para 1,62 milhões. Dessas, cerca de 176 mil foram traficadas do Mali, Burkina Faso e Togo para trabalharem como escravas na Costa do Marfim. Algumas foram levadas ao engano com promessas de estudos. O país até tem uma lei bastante severa contra o trabalho infantil (penas de prisão de um a cinco anos e multas de 700 a 2000 euros), mas é geralmente ignorada numa cultura muito permissiva.

A produção de cacau representa o sustento principal para cerca de 14 milhões de pessoas que vivem em grande pobreza. Produzem cerca de 4,3 milhões de toneladas por ano (3,1 milhões na África, 716 mil na América Latina e 484 mil na Ásia).

A produção do cacau é um trabalho extenuante e perigoso, feito na floresta: as árvores são tratadas com pesticidas tóxicos e os frutos – que não amadurecem ao mesmo tempo – são colhidos durante todo o ano à mão e abertos à catanada para separar as sementes, fermentá-las e secá-las ao sol antes de serem ensacadas e carregadas às costas para venda.

A indústria do chocolate gera anualmente cerca de 80 mil milhões de euros, mas os produtores ficam com as migalhas do bolo: 4,8 mil milhões. As chocolateiras dos Estados Unidos, Itália, Suíça e Japão repartem entre si uma volumosa fatia de 56 mil milhões. O resto fica para os retalhistas (13,6 mil milhões) e intermediários (5,6 mil milhões).

Os europeus conhecem as delícias do chocolate desde 1528, altura em que Hernán Cortés ofereceu a Carlos V de Espanha algumas sementes de cacau que trouxera do México. Hoje consomem quase metade da produção mundial dos seus derivados.

Organizações internacionais não-governamentais (como a Anti-slavery, a Stop the Traffik e a Fairtrade Foundation) criaram um sistema de certificação de origem do cacau para combaterem o tráfico e uso de crianças na sua produção. Defendem que as grandes marcas têm a responsabilidade e o poder de resolver o problema da mão-de-obra infantil através de códigos de conduta que protejam as crianças. E de pagarem mais aos produtores para tornar a produção do cacau sustentável.

É a pobreza – e o baixo preço do cacau nos mercados internacionais apesar da procura sempre maior deste produto – que obrigam os produtores, maioritariamente pais, a empregarem mão-de-obra infantil nas roças. Cabe aos consumidores de chocolate – branco ou negro, em pó ou em barra, doce ou amargo, sólido, líquido ou recheado – preferir produtos certificados para obrigar as grandes marcas a mudar de atitude e dar às crianças das regiões produtoras uma infância feliz.

1 de novembro de 2015

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA PREOCUPA PAPA

Bangui: Igreja de Nossas Senhora de Fátima

O Papa Francisco recordou hoje a situação delicada e preocupante na República Centro-africana e realçou o trabalho dos combonianos em Bangui.

«Os dolorosos episódios que nestes últimos dias apertaram a delicada situação da República Centro-africana, despertam uma viva preocupação na minha alma», disse o Papa argentino aos peregrinos que rezaram com ele o Angelus, a oração do meio-dia.

«Faço um apelo às partes envolvidas para que se ponha termo a este ciclo de violência», continuou.

O Papa Francisco teve uma palavra especial para os combonianos da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Bangui, a capital, um dos olhos do furacão de violência que tem assolado ao país.

«Estou espiritualmente próximo dos padres combonianos da paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Bangui, que acolhem muitos deslocados.»

O Papa também exprimiu solidariedade para com a Igreja, outras confissões religiosas e com toda a nação «tão duramente provadas enquanto fazem todos os esforços para superarem as divisões e retomar o caminho da paz.»

O Papa anunciou que a 29 de novembro vai abrir a porta santa do Jubileu da Misericórdia na catedral de Bangui «para manifestar a proximidade orante de toda a Igreja com esta nação assim tão aflita e atormentada.»

Exortou todos os centro-africanos a serem testemunhas de misericórdia e de reconciliação.

A República Centro-africana está em guerra civil desde 2013 e o país tem sido assolado por ondas sucessivas de violência.

O Papa está no Quénia, Uganda e República Centro-africana entre 25 e 30 de novembro na sua primeira viagem à África.