O general Martin Luther Agwai é o comandante da força conjunta de paz das Nações Unidas e da União africana no Darfur, conhecida por UNAMID.
O general Agwai disse na quarta-feira que o Darfur já não se encontra em guerra e que só um grupo de rebeldes – o Movimento de Justiça e Igualdade (JEM, em inglês) – tem capacidade de fazer alguma mossa nas tropas governamentais.
Mais adiantou que neste momento no Darfur há um conflito de «muito baixa intensidade» caracterizado pelo banditismo e violência localizada pelo controlo de pontos de água e terras.
O general Agwia concluiu que a guerra propriamente dita acabou!
Será verdade ou um pio desejo?
No Darfur vive-se a estação das chuvas e a lama não facilita os movimentos de forças rebeldes ou governamentais.
Por outro lado, os relatórios diários da UNAMID falam que indivíduos não identificados lhes deviam carros, assaltam casas dos capacetes azuis na maior das impunidades.
Apesar de mais de dois milhões de Darfuris ainda viverem em condições sub-humanas em campos de refugiados, o número de vítimas mortais foi reduzido drasticamente.
Também é verdade que este ano morreu muita mais gente no Sul do Sudão que no Darfur devido a conflitos tribais.
A ONU diz que mais de 2000 sulistas perderam a vida durante os últimos 12 meses.
Os conflitos – em oito dos dez estados do Sul – parecem ser organizados e há armas novas e pesadas a circular nas mãos de civis para desestabilizar a região antes das eleições de 2010 e do referendo sobre a autodeterminação em 2011.
28 de agosto de 2009
27 de agosto de 2009
TRISTEZA
Olá, Tristeza.
Hoje visitaste-me três vezes: primeiro com a notícia da morte do Jorge «Pepino», meu amigo de Cinfães; depois com a notícia da morte do P. Ivo, meu colega comboniano, amigo e companheiro da Etiópia!
Ambos vitimados pelo cancro. Meu malandro...
O Jorge, 46 anos, deixa uma filhota linda. Era bancário.
Ainda há dias pensei em ti: as tuas fotos no sítio dos Meninos de Cinfães davam a impressão que tinhas recuperado. Pensei que te tivesses safado! Como estava enganado. Imagino a dor da tua filha, da tua mulher, da tua mãe, da tua irmã, da tua sobrinha.
O Ivo tinha 56 anos e amor imenso pela vida e pela Etiópia.
Talvez foste a pessoa mais santa que encontrei.
Recordo a última vez que nos encontrámos. Foi em Adis-Abeba há dois anos quando fui para o meu retiro.
Estavas feliz e cheio de sonhos. A primeira operação tinha corrido bem e sentias-te curado. Levaste-me a renovar a carta de condução, fomos comprar artesanato para levares para Lisboa quando fosses ao checkup. Nunca imaginei que era o último abraço que trocávamos.
De Portugal escreveram que apesar do sofrimento mantinhas o teu sorriso lindo e acolhedor. E que disseste nos tinha a todos no coração! Disso tenho a certeza, porque o teu coração era imenso.
Jorge, Ivo! Paz a vocês. Estais com Deus depois de um calvário tão grande. Intercedei por nós, meus santos.
Finalmente, soube esta tarde que os médicos encontraram células cancerígenas no corpo do padre Celestino um mês depois de o terem operado ao fígado.
O Celestino é um comboniano moçambicano de 34 anos que trabalha no Sul do Sudão. Teve que ser evacuado de emergência primeiro para Nairobi, Quénia, e depois para Verona, Itália, por causa do cancro.
Força, «Minino»! Estamos contigo.
26 de agosto de 2009
POKOT
Celebração litúrgica em Kacheliba, Pokot
A tradução levou 30 anos a preparar e foi apresentada no sábado em Nairobi.
A língua Pokot é falado por cerca de 334 mil pessoas.
A Sociedade Bíblica do Quénia, que fez a tradução, diz que o país fala 53 línguas e a bíblia foi integralmente traduzida em 17.
A mesma fonte adianta que a tradução da Bíblia para as línguas locais leva em média 15 a 17 anos e custa dois dólares americanos (€1,40) por versículo.
25 de agosto de 2009
SOLIDÁRIOS COM LUBNA
Lubna Hussein, jornalista sudanesa, viúva, 40 anos, vai ser julgada em Setembro, depois de dois adiamentos.
Crime? Foi «apanhada» pela polícia de ordem pública a usar calças num restaurante de Cartum, no Sudão, em Julho com mais 12 mulheres.
Se for condenada, pode levar até 40 vergastadas e pagar uma multa de 250 libras sudanesas, qualquer coisa como 100 euros.
Levanta a tua voz contra as leis que reprimem as mulheres no Sudão.
Assina aqui uma petição online a pedir a revogação do Artigo 152 do Código Penal do Sudão!
Crime? Foi «apanhada» pela polícia de ordem pública a usar calças num restaurante de Cartum, no Sudão, em Julho com mais 12 mulheres.
Se for condenada, pode levar até 40 vergastadas e pagar uma multa de 250 libras sudanesas, qualquer coisa como 100 euros.
Levanta a tua voz contra as leis que reprimem as mulheres no Sudão.
Assina aqui uma petição online a pedir a revogação do Artigo 152 do Código Penal do Sudão!
Passos:
No primeiro rectângulo coloca o teu nome completo (é obrigatório);
No segundo o teu e-mail (não é obrigatório);
No terceiro o país de residência (é obrigatório);
No quarto a tua afiliação (não é obrigatório);
Finalmente, marca a bolinha antes do Yes.
E clica SUBMIT.
Estás a dizer que concordas com a revogação do Artigo 152 do Código Penal do Sudão que descrimina contra as mulheres.
Artigo 152:
O Artigo 152, implementado no Sudão desde 1991, diz que qualquer conduta ou roupa em violação da decência pública deve ser punido com 40 vergastadas.O articulado é vago, mas é usado pela polícia contra mulheres em Cartum. O artigo viola a Constituição Nacional Interina, promulgada depois do Tratado Global de Paz ter sido assinado a 9 de Janeiro de 2005, pondo termo à guerra civil de 22 anos no Sudão e instituindo o regime de um país com dois sistemas.
Shukran! Obrigado em nome das tuas irmãs sudanesas.
23 de agosto de 2009
FOLGA
Com a mudança de instalações, veio também a mudança da folga. Agora é ao domingo como qualquer cristão!
Dá para caminhar – hoje voltámos a Mori e estive a brincar com os meus amiguitos; na última vez pusemo-nos a fazer aviões de papel – mas não dá para fazer as sobremesas.
E encontramos uns passarinhos pretos e encarnados e muita gente bêbada. Uma velhota até parecia morta à beira do caminho. Mas era só sono plácido!
CLUBE
© JVieira
Um grupo de religiosos de Juba formámos um clube de leitura para nos apoiamos na jornada pessoal de crescimento espiritual.
As irmãs são do Brasil, Índia, Uganda, Malta e Itália. Os padres do Sri Lanka e de Portugal.
Juntamo-nos nos sábados ao fim do dia durante uma hora e partilhamos e rezamos ideias e sentimentos sobre os capítulos do livro que estamos a ler.
O primeiro livro foi «O Regresso do Filho Pródigo», de Henri Nouwen. Ontem começámos o «Be Human Be Holy» de CP Varkey.
O grupo é informal e funciona com base na confidencialidade e amizade. Uma ocasião para crescimento pessoal através da partilha.
Um grupo de religiosos de Juba formámos um clube de leitura para nos apoiamos na jornada pessoal de crescimento espiritual.
As irmãs são do Brasil, Índia, Uganda, Malta e Itália. Os padres do Sri Lanka e de Portugal.
Juntamo-nos nos sábados ao fim do dia durante uma hora e partilhamos e rezamos ideias e sentimentos sobre os capítulos do livro que estamos a ler.
O primeiro livro foi «O Regresso do Filho Pródigo», de Henri Nouwen. Ontem começámos o «Be Human Be Holy» de CP Varkey.
O grupo é informal e funciona com base na confidencialidade e amizade. Uma ocasião para crescimento pessoal através da partilha.
JESUS
I’ve been looking for a reason,
I’ve been longing for a purpose,
I’m losing all my meaning
I’m running out of excuses
Lord, it’s hard to know you
I don’t always see your plan
But holiness is calling me,
So take me as I am
You are my everything, you are the song I sing
I’ll do anything for you
Teach me how to pray, to live a life of Grace
I’ll go anywhere with you,
Jesus, be my everything.
I’ve been longing for a purpose,
I’m losing all my meaning
I’m running out of excuses
Lord, it’s hard to know you
I don’t always see your plan
But holiness is calling me,
So take me as I am
You are my everything, you are the song I sing
I’ll do anything for you
Teach me how to pray, to live a life of Grace
I’ll go anywhere with you,
Jesus, be my everything.
Matt Maher
21 de agosto de 2009
SANÇÕES
O enviado especial de Barack Obama para o Sudão disse ontem numa conferência de imprensa em Juba que os Estados Unidos não vão levantar as sanções contra o Sudão.
Scott Gration, contudo, reconheceu que algumas restrições estão a causar problemas às pessoas que pretendiam defender, dificultando nomeadamente o acesso aos cuidados de saúde no estrangeiro e à internet e colocando alguns problemas à assistência humanitária.
O general Gration disse ainda que o Sul do Sudão, apesar de estar isento das sanções, está a ser afectado por elas.
O enviado norte-americano anunciou que Washington vai levantar o que chamou de sanções inteligentes (smart sanctions) para corrigir os problemas que apontou.
Entretanto, o general Gration anunciou que os Estados Unidos querem aprofundar a relação especial que mantêm com o governo do Sul do Sudão e o SPLM (Movimento de Libertação do Povo do Sudão) que detém o poder no Sul.
20 de agosto de 2009
SUDANINFO
O Serviço Central de Estatísticas e o Centro do Sul do Sudão para Recenseamento, Estatísticas e Avaliação lançaram hoje um novo portal com uma base de dados socioeconómicos.
O portal chama-se SudanInfo e foi montado com a assistência da UNICEF e de outras agências da ONU.
O sistema de informação do portal pretende ser uma ajuda qualificada para avaliar o progresso dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no Sudão e para medir a eficácia das políticas púbicas e prestação de serviços do Governo.
A base de dados SudanInfo contém 210 indicadores e 12 030 entradas classificadas.
O portal chama-se SudanInfo e foi montado com a assistência da UNICEF e de outras agências da ONU.
O sistema de informação do portal pretende ser uma ajuda qualificada para avaliar o progresso dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no Sudão e para medir a eficácia das políticas púbicas e prestação de serviços do Governo.
A base de dados SudanInfo contém 210 indicadores e 12 030 entradas classificadas.
16 de agosto de 2009
NUNCA É TARDE
O aluno do ensino básico mais velho do mundo morreu na sexta-feira no Quénia. Tinha 90 anos e frequentava a sexta classe numa escola de Nairobi.
Kimani Nganga Maruge matriculou-se na escola de Kapkenduywa, Eldoret, no Rift Valey, em 2004, altura em que o ensino primário se tornou gratuito no Quénia.
Tinha 84 anos e queria aprender a ler a Bíblia por ele mesmo e a fazer contas porque suspeitava que lhe estavam a “comer” parte da reforma.
Era colega de dois dos 30 bisnetos!
Em 2005, foi aos Estados Unidos apelar aos líderes do G8 para investirem mais na educação dos países pobres.
Durante as eleições de 2007 queimaram-lhe a casa e teve que se mudar para Nairobi para um centro da terceira idade onde continuou os estudos.
Sonhava tirar um diploma em veterinária, mas um cancro levou-o.
Kimani Nganga Maruge matriculou-se na escola de Kapkenduywa, Eldoret, no Rift Valey, em 2004, altura em que o ensino primário se tornou gratuito no Quénia.
Tinha 84 anos e queria aprender a ler a Bíblia por ele mesmo e a fazer contas porque suspeitava que lhe estavam a “comer” parte da reforma.
Era colega de dois dos 30 bisnetos!
Em 2005, foi aos Estados Unidos apelar aos líderes do G8 para investirem mais na educação dos países pobres.
Durante as eleições de 2007 queimaram-lhe a casa e teve que se mudar para Nairobi para um centro da terceira idade onde continuou os estudos.
Sonhava tirar um diploma em veterinária, mas um cancro levou-o.
Paz à sua alma!
10 de agosto de 2009
GOD FATHER/MOTHER
The Father is not simply a great patriarch. He is mother as well as farther. He touches the son with a masculine hand and a feminine hand. He holds, and she caresses. He confirms and she consoles. He is, indeed, God in whom both manhood and womanhood, fatherhood and motherhood, are fully present. That gentle caressing right hand echoes for me the words of the prophet Isaiah: “Can a woman forget her baby at the breast, feel no pity for the child she has borne? Even if these were to forget, I shall not forget you. Look, I have engraved you on the palms of my hands.”
8 de agosto de 2009
CASA NOVA
Hoje mudei de «casa»: deixei a sala que ocupava no Edifício de Comunicação da Arquidiocese ao lado da rádio Bakhita e fui para a nova redacção no complexo do Secretariado Regional da Conferência de Bispos Católicos do Sudão.
A Rede Católica de Rádios do Sudão contruiu um estúdio, a redacção, uma sala de produção e um gabinete – tudo novinho e movido a energia solar.
A moda verde também chegou aqui apesar de ter apanhado um susto de manhã: o piloto do nível de energia estava amarelo. Mas o sol apareceu e tudo voltou ao normal.
O espaço é pequeno mas chega para os três jornalistas que o ocupamos e é muito acolhedor! Os mosquitos é que estão lá a mais!
para trás ficam 33 meses de partenariado entre a redacção e a Bakhita FM: começámos no mesmo espaço e parte da mesma estrutura. Depois a rádio cresceu e trabalhámos juntos a partir de um espaço adjacente, continuando a apoiar-nos mutuamente.
Agora chegou a hora do adeus: as duas insituições seguem cada uma o seu caminho.
E foi o primeiro dia!
7 de agosto de 2009
6 de agosto de 2009
PEACOCKS
I don’t think God knows who we are. I think He would like us, if He knew us, but I don’t think He knows about us.
But He made us, Miss. No?
He did. But he made the tails of peacocks too. That must have been harder.
Oh, but, Miss, we sing and talk. Peacocks do not.
We need to. Peacocks don’t. What else do we have?
Thoughts. Hands to make things.
All well and good. But that’s our business. Not God’s. He’s doing something else in the world. We are not on His mind.
What is He doing then, if not watching over us?
Lord knows.
And they sputtered with laughter, like little girls hiding behind the stable loving the danger of their talk.
But He made us, Miss. No?
He did. But he made the tails of peacocks too. That must have been harder.
Oh, but, Miss, we sing and talk. Peacocks do not.
We need to. Peacocks don’t. What else do we have?
Thoughts. Hands to make things.
All well and good. But that’s our business. Not God’s. He’s doing something else in the world. We are not on His mind.
What is He doing then, if not watching over us?
Lord knows.
And they sputtered with laughter, like little girls hiding behind the stable loving the danger of their talk.
Toni Morrison in “A Mercy”
4 de agosto de 2009
LUBNA
Lubna Hussein foi detida pela polícia num café de Cartum com mais 12 mulheres. Crime? Usavam calças e a polícia considera isso indecente.
Dez das detidas aceitaram o castigo das dez vergastadas, pagaram uma multa de cerca de 80 euros e voltaram para casa.
Lubna, uma jornalista que trabalhava para o ONU, decidiu desafiar a irracionalidade da lei islâmica que considera um par de calças vestuário indecente.
O julgamento foi marcado para 29 de Julho, mas o juiz adiou-o. A jornalista tinha convidado camaradas de profissão e defensores dos direitos humanos para assistirem ao julgamento e ao castigo corporal.
A sessão foi re-marcada para hoje depois de Lubna ter deixado de trabalhar para a ONU e assim pôr de lado a imunidade a que tinha direito.
Uma pequena multidão de mulheres juntou-se à frente do tribunal em Cartum com cartazes a denunciar a interpretação abusiva e anti-islâmica da lei.
Alguns cartazes diziam em árabe que não queriam regressar à idade das trevas.
A polícia de choque foi chamada para dispensar a manifestação que segundo a BBC até meteu gás lacrimogéneo. A Reuters falou de tiros para o ar.
Mas as imagens da TV mostraram uma festa espontânea de mulheres solidárias com Lubna e com muitas outras colegas anónimas que sofrem por causa de interpretações retrógradas e machistas da Charia.
Entretanto, o juiz decidiu adiar o caso para 7 de Setembro alegando ter que verificar se a arguida ainda se encontrava sob a imunidade da ONU.
Lubna disse que não tem medo de apanhar 40 vergastadas. Quer é acabar com a humilhação das mulheres. E vai ter que pagar uma multa de 80 euros. A não ser que o juiz decida arquivar o processo para salvar a imagem do país que continua nas bocas do mundo pelas piores razões!
Lubna, és a minha heroína.
Dez das detidas aceitaram o castigo das dez vergastadas, pagaram uma multa de cerca de 80 euros e voltaram para casa.
Lubna, uma jornalista que trabalhava para o ONU, decidiu desafiar a irracionalidade da lei islâmica que considera um par de calças vestuário indecente.
O julgamento foi marcado para 29 de Julho, mas o juiz adiou-o. A jornalista tinha convidado camaradas de profissão e defensores dos direitos humanos para assistirem ao julgamento e ao castigo corporal.
A sessão foi re-marcada para hoje depois de Lubna ter deixado de trabalhar para a ONU e assim pôr de lado a imunidade a que tinha direito.
Uma pequena multidão de mulheres juntou-se à frente do tribunal em Cartum com cartazes a denunciar a interpretação abusiva e anti-islâmica da lei.
Alguns cartazes diziam em árabe que não queriam regressar à idade das trevas.
A polícia de choque foi chamada para dispensar a manifestação que segundo a BBC até meteu gás lacrimogéneo. A Reuters falou de tiros para o ar.
Mas as imagens da TV mostraram uma festa espontânea de mulheres solidárias com Lubna e com muitas outras colegas anónimas que sofrem por causa de interpretações retrógradas e machistas da Charia.
Entretanto, o juiz decidiu adiar o caso para 7 de Setembro alegando ter que verificar se a arguida ainda se encontrava sob a imunidade da ONU.
Lubna disse que não tem medo de apanhar 40 vergastadas. Quer é acabar com a humilhação das mulheres. E vai ter que pagar uma multa de 80 euros. A não ser que o juiz decida arquivar o processo para salvar a imagem do país que continua nas bocas do mundo pelas piores razões!
Lubna, és a minha heroína.
3 de agosto de 2009
PEDRA
O ministro dos Assuntos Internos do governo regional do Sul do Sudão chamou hoje à pedra duas emissoras independentes a operar na região: a Rádio Bakhita, da arquidiocese católica de Juba, e a Rádio Miraya, das Nações Unidas.
O ministro Gier Chuang Aluong convocou os directores das duas rádios para um encontro de emergência em que participou também o Secretário de Estado para a Informação entre outros elementos.
O ministro Chuang recordou que foi ele que quando detinha a pasta das telecomunicações quem licenciou as duas estações e que esperava que elas cooperassem com o governo regional.
Acusou a Rádio Miraya – Espelho em Árabe – de fazer oposição sistemática ao seu governo, seguindo a agenda política do Partido do Congresso Nacional, no poder em Cartum há 20 anos. Entretanto, para ele a Bakhita ultrapassou o seu mandato e tornou-se uma rádio política.
Quando lhe explicámos que o anúncio do Evangelho passa pelo tratamento das questões quentes da justiça, paz e preservação do ambiente, virou o discurso e disse que estávamos a impor fasquias estrangeiras aos sul-sudaneses no que diz respeito à boa governação e à promoção da sociedade civil.
O ministro Chuang disse que a região «está ainda em guerra» e que cada vez que damos notícias relacionadas com ataques étnicos ou damos voz a crítica ao governo estamos a colaborar na insegurança que afecta oito dos dez estados do Sul. Disse mesmo que são balas que disparamos!
Ainda ontem mais de 180 pessoas, quase só crianças e mulheres, foram mortas em Akobo, Jonglei State, uma região que por altura da Páscoa assistiu ao massacre de mais de 1000 vítimas de violência inter-tribal.
O ministro acusou alguns meios da comunicação de quererem ser premiados pelo seu trabalho à custa do Sul do Sudão e muitas ONGs de elaborarem bonitos relatórios sobre o seu trabalho no sul do Sudão, mas que não têm incidência na vida das pessoas.
No fim ameaçou que nos ia ter debaixo de olho e que como «steakholder» nos podia fechar se não gostasse dos nossos produtos.
A minha leitura pessoal do incidente é que o ministro queria intimidar-nos à directora, a Irmã Cecilia Sierra, e a mim e como não o conseguiu como ex-combatente começou a disparar em todas as direcções.
As eleições vêm aí – estão marcadas para Abril de 2010 – e o Sudão não tem grandes hábitos de prática democrática, incluindo o Sul.
Agradeci o facto de finalmente o Governo ter aprovado os ante-projectos das leis da comunicação social na passada sexta-feira. E rematei que em democracia os lesados apresentam queixa em tribunal e os juízes actuam em função das leis aprovadas!
O ministro amanhã continua o encontro com a Rádio Miraya a pedido da representante da estação na reunião.
Entretanto, a Bakhita já tinha agendado uma reunião com o ministro da tutela para a próxima semana e o «puxão de orelhas» de hoje será um dos pontos a discutir com o encarregado da pasta da comunicação social.
O ministro Gier Chuang Aluong convocou os directores das duas rádios para um encontro de emergência em que participou também o Secretário de Estado para a Informação entre outros elementos.
O ministro Chuang recordou que foi ele que quando detinha a pasta das telecomunicações quem licenciou as duas estações e que esperava que elas cooperassem com o governo regional.
Acusou a Rádio Miraya – Espelho em Árabe – de fazer oposição sistemática ao seu governo, seguindo a agenda política do Partido do Congresso Nacional, no poder em Cartum há 20 anos. Entretanto, para ele a Bakhita ultrapassou o seu mandato e tornou-se uma rádio política.
Quando lhe explicámos que o anúncio do Evangelho passa pelo tratamento das questões quentes da justiça, paz e preservação do ambiente, virou o discurso e disse que estávamos a impor fasquias estrangeiras aos sul-sudaneses no que diz respeito à boa governação e à promoção da sociedade civil.
O ministro Chuang disse que a região «está ainda em guerra» e que cada vez que damos notícias relacionadas com ataques étnicos ou damos voz a crítica ao governo estamos a colaborar na insegurança que afecta oito dos dez estados do Sul. Disse mesmo que são balas que disparamos!
Ainda ontem mais de 180 pessoas, quase só crianças e mulheres, foram mortas em Akobo, Jonglei State, uma região que por altura da Páscoa assistiu ao massacre de mais de 1000 vítimas de violência inter-tribal.
O ministro acusou alguns meios da comunicação de quererem ser premiados pelo seu trabalho à custa do Sul do Sudão e muitas ONGs de elaborarem bonitos relatórios sobre o seu trabalho no sul do Sudão, mas que não têm incidência na vida das pessoas.
No fim ameaçou que nos ia ter debaixo de olho e que como «steakholder» nos podia fechar se não gostasse dos nossos produtos.
A minha leitura pessoal do incidente é que o ministro queria intimidar-nos à directora, a Irmã Cecilia Sierra, e a mim e como não o conseguiu como ex-combatente começou a disparar em todas as direcções.
As eleições vêm aí – estão marcadas para Abril de 2010 – e o Sudão não tem grandes hábitos de prática democrática, incluindo o Sul.
Agradeci o facto de finalmente o Governo ter aprovado os ante-projectos das leis da comunicação social na passada sexta-feira. E rematei que em democracia os lesados apresentam queixa em tribunal e os juízes actuam em função das leis aprovadas!
O ministro amanhã continua o encontro com a Rádio Miraya a pedido da representante da estação na reunião.
Entretanto, a Bakhita já tinha agendado uma reunião com o ministro da tutela para a próxima semana e o «puxão de orelhas» de hoje será um dos pontos a discutir com o encarregado da pasta da comunicação social.
GOD
Religion, as Rebekka experienced it from her mother, was a flame fuelled by wondrous hatred. Her parents treated each other and their children with glazed indifference and saved their fire for religious matters. Any drop of generosity to a stranger threatened to douse the blaze. Rebekka’s understanding of God was faint, except as a larger kind of king, but she quieted the shame of insufficient devotion by assuming that He could be no grander nor better than the imagination of the believer. Shallow believers preferred a shallow god. The timid enjoyed a rampaging avenging god.
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