A festa de São Daniel Comboni celebra-se a 10 de Outubro, dia da sua morte, em 1881, em Cartum, no Sudão.Em Nyala, no Dardur, foi celebrada dois dias depois por razões práticas e pastorais: a sexta-feira é o dia de descanso nacional e assim os fiéis puderam participar com muito mais facilidade.
A festa de São Daniel Comboni, este ano, trouxe uma grande mudança à paróquia de Nyala. A partir de hoje, a responsabilidade da paróquia passou dos combonianos para as mãos do clero local da diocese de El Obeid. Esta mudança não foi surpresa para os fiéis: foram preparados com tempo para este evento.
O novo pároco, padre Anthony Ernest Laa, sudanês, foi instalado hoje, 12 de Outubro, durante a celebração da Eucaristia presidida pelo Vigário Episcopal, padre Edward Inyasio, que leu, para o efeito, o documento oficial de D. Yunan Tombe Trille Kuku, bispo da diocese de El Obeid.
Além do padre Feliz Martins, foram concelebrantes os padres Ayoub Kudri, pároco de El Fasher, e Jervas Mawut, da comunidade comboniana de Massalma, Omdurman.
Na homilia, o padre Edward recordou a figura de São Daniel Comboni que, na sua juventude, ouviu a chamada de Jesus Cristo, Bom Pastor, e seguiu-o.
Falou com arrojo e ousadia ao convidar a juventude a abrir-se e ouvir a voz de Cristo que chama também hoje de entre os rapazes e as raparigas desta paróquia de Nyala para dar cumprimento ao lema de Comboni: «Salvar a África por meio dos africanos».
Ao mesmo tempo, o padre Edward, incluiu o seu próprio testemunho de como o Senhor o chamou para estar ao serviço dele e da Igreja.
Começou por ser catequista em Kabkabia, no Norte do Darfur e, depois de quatro anos, ingressou no seminário com a firme resolução de ser padre.
O padre Anthony fazer a profissão de fé através da recitação do Credo.
Imediatamente depois, os presentes testemunharam também o simples mas muito significativo ritual simbolizado através de duas velas.
A primeira vela, que o padre Feliz segurava acesa na mão, foi passada ao novo pároco, o padre Anthony.
A segunda passou da mão do padre Jervas para a do líder da juventude da paróquia: a fé deve continuar viva e acesa no movimento da juventude e em todos os outros movimentos pastorais e litúrgicos de Nyala.
Terminada a Missa, todos foram convidados a permanecerem no adro da igreja para o fatur, o almoço que tinha sido preparado até altas horas da noite anterior.
Foi uma refeição que veio da iniciativa e generosidade dos paroquianos, pelo qual estavam todos muito orgulhosos.
«E eu sinto-me muito contente por ser contado entre aqueles que ajudaram na zebeh, na matança dos dois kharuf, os cordeiros, ontem à noite», comentou um dos jovens, enquanto a sinia, a travessa gigante da comida, era trazida.
«Sim, todos nós sabemos que sem o sangue a jorrar da zabiha, isto é, do animal a ser degolado, a celebração não seria bonita nem aceitável», concluiu um dos anciãos.
Depois do almoço, pouco a pouco, a gente começou a acomodar-se, ocupando todo o lugar do átrio da igreja, prontos para a tarde recreativa.
No palco houve bons ritmos, canções e algumas representações teatrais.
Naquela mesma plataforma ecoaram as palavras de agradecimento e encorajamento por parte do Vigário Episcopal e do padre Jervas, representante do Superior Provincial dos Missionários Combonianos.
Além disso, foi muito lindo o gesto dos paroquianos que, com amor e agradecimento, quiseram homenagear o antigo pároco, padre Lorenzo Baccin, e o seu assistente, padre Feliz, com alguns presentes simbólicos.
O P. Lorenzo não pôde estar presente, porque o visto de residência no Darfur caducou e teve que viajar para Cartum dias antes.
Aliás, os combonianos trocaram Nyala por El Obeid pela dificuldade de conseguir vistos de residência para o Darfur.
Havia alegria no ar e nos rostos de toda a gente.
Ficámos muito felizes por ver também alguns amigos e professores muçulmanos das nossas Escolas Comboni que quiseram unir-se aos cristãos nessa grande festividade que teve fim somente ao pôr-do-sol.
Havia alegria no ar e nos rostos de toda a gente.
Ficámos muito felizes por ver também alguns amigos e professores muçulmanos das nossas Escolas Comboni que quiseram unir-se aos cristãos nessa grande festividade que teve fim somente ao pôr-do-sol.
P. Feliz da Costa Martins
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