2 de abril de 2021
SEXTA-FEIRA SANTA
Cerro o olhar,
aligeiro o respirar,
aquieto o pensar...
Penso na morte do Justo há dois milénios;
e na dos crucificados de hoje:
vítimas do Covid,
da economia egoísta,
da violência à solta,
da cobiça do poder,
dos desastres climáticos,
de males com remédio...
Penso na morte,
mas é de vida que Deus me fala:
a vida que me rodeia,
que respiro,
que comparto
neste banco de pedra sentado:
no chilreio dos pássaros,
felizes;
no assobio dos melros,
despreocupados;
no cacarejar dos galináceos
a esgravatar;
no zumbido dos insetos,
atarefados;
no cheiro doce da natureza
em flor,
na carícia cálida
da brisa que aconchega.
A morte é uma intermitência:
a vida volta sempre,
permanece!
Primavera eterna
que se renova a cada morte
através do amar
revolucionário,
renovador,
redentor,
ressuscitador...
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