José Tolentino Mendonça acaba de publicar a sua própria reflexão sobre o confinamento na obra O que é amar um país - o poder da esperança com a chancela da Quetzal.
O livro abre com o discurso memorável, magistral do Dez de Junho, que dá o título à obra, e um ensaio com o subtítulo do livro.
A terceira parte, Do tempo da calamidade ao tempo da graça, é composta por uma dúzia de textos curtos, uma reflexão criativa, contemplativa, poética, lúcida sobre a pandemia global, os seus desafios imensos e as inúmeras oportunidades que abre.
O Cardeal Mendonça define o confinamento como «confiscação da existência».
Resiliência é, para ele, a palavra-chave que abre a nova normalidade.
«A presente pandemia começou por ser enfrentada como um assunto sanitário, mas evidentemente reclama que a interpretemos de um ponto de vista mais alargado, como uma encruzilhada civilizacional», sublinha.
E pergunta: «A União Europeia terminará como um monumental museu de boas intenções que se afunda ou esta será precisamente a estação do seu relançamento?»
O autor desenvolve muitas pistas de reflexão para o tempo estranho que vivemos globalmente com a lucidez que o caracteriza, um tempo difícil, prenhe de promessas.
Vale a pena remoer o último parágrafo da obra: «Este também é o tempo para descobrir a beleza de que cada um de nós pode ser protagonista: a beleza do cuidado e da compaixão. Este é o tempo em que o coração humano precisa de ser consolado — há tantos corações humanos que precisam de ser consolados! Não pensemos só no nosso coração».
Uma leitura obrigatória para as férias.
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