José Rodrigues dos Santos intitulou o seu romance mais recente «Fúria Divina», mas a obra retrata sobretudo as fúrias humanas: dos muçulmanos radicais, especialmente Talibãs e da al-Qaeda, e dos serviços de segurança ocidentais a tentar descobrir as ameaças do Islão radical.
O livro é um trabalho a duas velocidades: a história de Ahmed Barakah, aliás Ibn Taymiyyah, leva anos enquanto que as investigações de Tomás Noronha se passam cerca de dois meses.
«Fúria Divina» é uma ficção sobre um perigo real: a possibilidade de a al-Qaeda conseguir deitar mãos a uma bomba nuclear russa e o perigo que isso põe para a segurança mundial.
Uma história que começa na Rússia, passa para o Egipto, Afeganistão e Paquistão, vem a Portugal e acaba em Nova Iorque, com a al-Qaeda a tentar detonar uma bomba atómica no momenta em que os líderes mundiais se encontravam a participar na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Claro que o Prof. Noronha foi mais expedito que os operacionais islamistas e conseguiu gorar o que seria o aniquilamento da liderança política mundial.
A narrativa agarra o leitor apesar dos muitos lugares comuns a que o autor recorre e que destoam com o seu estilo de escrita. Li as 608 páginas em menos de uma semana à custa de bastantes horas de sono!
O livro foi sobretudo o confronto com uma versão do islão muito diferente da que aprendi no Instituto Missionário de Londres e descobri num curso que fiz sobre o Islão no Cairo: uma versão extremista que mistura o Corão com estórias e ditos atribuídos a Maomé, uma mistura explosiva que radicaliza milhares de muçulmanos envolvidos na Jihad, a guerra santa, contra os infiéis do Oeste.
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