Jesus, primeiro, explorou a solução de mercado: perguntou quanto custava comprar pão para toda a gente em vez de os mandar para casa de barriga vazia. Duzentos denários – duzentos dias de trabalho – não chegavam e a bolsa de Judas não comportava tal despesa.
Optou então pela solução local. Os discípulos trouxeram-lhe o que encontraram: cinco pães e dois peixes que – João explica – era a merenda de um rapazito. Os pães, feitos de farinha de cevada, eram o alimento dos pobres.
Jesus manda aos discípulos que sentem a multidão em grupos. Que se reclinem no prado – como nos banquetes romanos! Quer que a multidão seja tratada com dignidade, que sejam seus convidados.
Depois pegou nos pães, deu graças e distribuiu-os por todos. Três gestos eucarísticos. Fez o mesmo com os peixes. Todos comeram até ficarem fartos. Jesus mandou recolher as sobras: 12 cestos!
O milagre aconteceu, porque o rapazito partilhou o que tinha. O pouco com Deus é muito e o muito sem Deus nada – nota o povo na sua sabedoria milenar.
Este milagre é muito atual. Em termos de calorias, o Planeta produz comida suficiente para as mais de sete mil milhões de bocas que o habitam. Três quartos da comida são produzidos por pequenos agricultores, pastores e pescadores. Os pobres!
Contudo, todos os dias 811 milhões de pessoas vão dormir com fome por duas razões: açambarcamento de comida e o seu desperdício. Um terço dos alimentos acaba no lixo, porque ou foi mal armazenado e se estragou ou simplesmente porque foi deitado fora.
Jesus ensina que a solução para a fome no mundo está na partilha e na recolha das sobras. O Refood e o Banco Alimentar são dois gestos evangélicos.
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