29 de junho de 2020

TEMPO DE PANDEMIA, ESTAÇÃO DE GRAÇA


Estamos a viver uma estação extraordinária, sem precedentes, uma conjuntura imprevista de pandemia global provocada pelo novo coronavírus, o SARS-COV-2.

Cronologicamente, foram seis semanas de confinamento e três meses de distanciamento social, máscaras e álcool-gel com avanços felizes e recuos arreliadores no combate ao Covid 19.

Para muitos dos superiores maiores este tem sido um tempo de preocupações e cuidados acrescidos devido a surtos do vírus em comunidades e/ou lares da terceira idade e afins.

Todavia, a estação que estamos a viver é sobretudo um kairós, tempo de graça.

«O Senhor é bom para com todos», reza o Salmo 145, 9. Em todas as circunstâncias. Também em tempo de pandemia global.

Durante o confinamento forçado fomos devolvidos ao aconchego da Trindade e da comunidade, o espaço vital essencial da nossa consagração.

Para muitos de nós tem sido um mininoviciado com mais tempo para Deus, para os outros e para nós próprios, ajudados pelas tecnologias da comunicação.

Durante o confinamento vivemos com o essencial numa sobriedade feliz. Desaceleramos. Fizemos tempo em vez de andar a correr contra o tempo. A natureza agradeceu a redução da poluição.

Exploramos a internet como campo e meio para louvar o Senhor, celebrar e evangelizar. Consagradas e consagrados deram um grande contributo para a Igreja no digital durante o tempo de confinamento. Uma experiência que importa continuar, melhorar e aprofundar. Os nativos do digital agradecem!

Descobrimos as reuniões telemáticas, novos programas, funcionalidades, novas palavras. Cortamos na quilometragem e ganhamos no tempo. Reduzimos a pegada do carbono.

Nesta estação de pandemia, de medo, de doença e de morte Deus caminha e sofre connosco através do Espírito do Ressuscitado que este ano celebrou a Páscoa em confinamento. Connosco e como nós. Ele é Emanuel das horas boas e das horas más. O Emanuel, sempre!

Estamos solidários com os mais de dez milhões de infetados pelo SARS-COV-2 e com as vítimas colaterais da pandemia, sobretudo quem perdeu entes queridos sem os poder chorar devidamente, e o ganha-pão quotidiano. Para eles pedimos com Jesus o afeto e o pão nosso de cada dia.

Queremos lembrar num momento de silêncio as consagradas e consagrados que faleceram vítimas do Covid-19, parte dos cerca de 500 mil mortos nos cinco continentes.

Bendizemos o bom Deus pelo serviço generoso e dedicado do pessoal de saúde entre os quais se encontram coirmãs e coirmãos nossos. Pelos gestos de solidariedade de tantos voluntários, anónimos na maioria. Pelos novos caminhos de comunhão que exploramos: nos momentos de prova, aparece o melhor da humana condição.

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