Rejaf é o meu paraíso em Juba.
O local fica a cerca de 15 quilómetros a sul de Juba e foi aí que os Combonianos fundaram a primeira missão nos anos 20 do século passado.
Construíram uma igreja à escala de catedral, uma escola primária, um dispensário e duas residências para a comunidade masculina e feminina. Tudo em tijolos-burro feitos no local. Milhões deles.
Rejaf era um centro importante e populoso, mas a guerra civil e os ataques do LRA (o Exército de Resistência do Senhor, movimento rebelde do norte do Uganda) obrigaram os habitantes a refugiar-se em Juba.
Os missionários também construíram uma horta a um quilómetro da missão, na margem direita do Nilo Branco.
Esse é o meu espaço predilecto.
Descobri-o por altura do Natal. Foi lá que fizemos o piquenique do pessoal que trabalha na arquidiocese.
Um lugar aprazível. Velhas e frondosas mangueiras dão-lhe a sombra necessária. Do outro lado do rio, há uma colina cónica que empresta o nome.
Junto ao quintal da missão há uma pequena enseada onde se pode nadar. Vou lá à sexta-feira, o meu dia de folga.
A primeira vez que fui lá, causei algum rebuliço entre os outros nadadores. Não é todos os dias que têm um branco cheio de pelos a nadar com eles.
Agora já sou parte da paisagem. Tratam-me pelo nome e hoje até me deram uma manga.
O Nilo Branco tem uma corrente muito forte, mas a enseada resguarda-me de ir parar a Cartum!
No passado havia hipopótamos na área. Agora não. Dizem que mais a cima há crocodilos. Mas onde nado só vi uma vez uma pequena serpente.
E o pôr-do-sol em Rejaf é uma experiência única e indizível! Música para os meus sentidos, para o meu coração.
Rejaf é o meu paraíso, um oásis de paz e de serenidade. Onde me sinto bem comigo e com a vida! E que tenho partilhado com pessoas que são importantes para mim.
1 comentário:
Somos quatro: Cristina, António manuel, Joana e César... em tarde de domingo entramos no teu Blog. faz calor e estamos na varanda. A Mãe dorme uma soneca e o silêncio também se faz ouvir. Decidimos em conjunto ler as novidades do Padre Vieira, sempre agradável e em constante aprendizagem com os seus textos que nos fazem sentir estar "lá" in loco.
Um abraço de todos!
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