2 de maio de 2006

Abrir aspas

PARA CONCERTAR O MUNDO

Um cientista, que vivia preocupado com os problemas do mundo, estava resolvido a encontrar os meios para os minorar. Passava os dias no laboratório à procura das respostas para as suas dúvidas. Certo dia, o filho de seis anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso com a interrupção, pediu ao menino que fosse brincar para outro lado. Vendo que era impossível tirá-lo dali, pensou em algo que lhe pudesse arranjar para distrair a sua atenção.
De repente, viu uma revista onde estava um mapa do mundo. Era precisamente o que necessitava.
Com umas tesouras, recortou o mapa em vários bocados e entrego-o ao seu filho juntamente com um rolo de fita-cola, dizendo: «Como gostas de quebra-cabeças, vou dar-te o mundo todo rasgado para que o arranjes sem a ajuda de ninguém.»
Passadas algumas horas, escutou a voz do menino que o chamava calmamente: «Papá, papá! Fiz tudo. Consegui terminá-lo!»
Primeiro, o pai não acreditou no menino. Pensou que era impossível que, com a sua idade, tivesse conseguido compor um mapa que nunca tinha visto antes. Desconfiado, o cientista levantou os olhos das suas notas com a certeza que ia ver um trabalho próprio de uma criança. Para surpresa sua, o mapa estava completo. Todos os bocados tinham sido colocados nos respectivos lugares. Como foi possível? Como é que o miúdo conseguiu?
«Filhito, tu não sabias como era o mundo. Como conseguiste?»
«Papá, eu não sabia como era o mundo, mas quando tiraste o mapa da revista para o cortar, vi que do outro lado estava a figura de um homem. Assim dei a volta aos bocados e comecei a recompor o homem, que sabia como era. Quando consegui refazer o homem, voltei a folha e vi que tinha consertado o mundo.»

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