Chegou radiante, com a sua pequena almofada bordada e cosida à mão. Mostrou-ma com orgulho:
– Não é linda? Diz-me que está bonita!
Peguei na almofada bordada e examinei-a com atenção.
Ao reparar na minha expressão de dúvida, acrescentou rapidamente:
– Bem, eu estou a aprender... Mas diz-me que estou a ir bem.
Ela é uma mulher beduína muito bonita.
A sua filha acaba de casar com o filho da irmã.
É um costume beduíno comum de casamento entre parentes próximos.
– A almofadita está bem feita. Porém, não a podemos enviar para outro país com o enchimento que puseste! – expliquei-lhe.
Ela não desanimou. Na aula seguinte, trouxe-a de volta, sem o enchimento.
– Achas que a vão comprar? – pergunta com esperança no olhar.
– Vamos ver! – respondi-lhe, confiante de que alguém vá apreciar o seu esforço.
A almofadita é o seu primeiro trabalho no curso de bordado beduíno que iniciámos há três meses.
É muito mais do que um objeto: é um símbolo de esperança no meio de uma realidade cada vez mais incerta e desafiante.
A paz tarda em chegar, mas, entretanto, eles bordam, sonham e confiam.
Será que, ao ler esta mensagem, apreciaria o trabalho dela ou o das outras 160 mulheres que estão a aprender e a produzir com esperança?
Cada ponto carrega consigo esforço, dedicação e confiança. Cada produto tem a sua história e é uma história de resiliência e esperança no meio do conflito.
Missionária Comboniana entre beduínas no Deserto da Judeia
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