DEZOITO JOVENS ESPANHÓIS E UMA ITALIANA passaram três semanas na Etiópia, em agosto, a animar campos de férias infantis e cuidar da própria formação espiritual.
Uma dúzia de mulheres e sete homens, incluindo dois padres e um seminarista, com idades entre os 19 e os 35 anos, universitários e profissionais (sobretudo das áreas de saúde e educação) partilharam parte das suas férias com crianças gujis, do sul da Etiópia.
Os visitantes foram assistidos por seis jovens de Adis-Abeba mais um grupo de jovens locais, juntamente com dois postulantes e um escolástico combonianos, que os apoiaram nas traduções e nas dinâmicas.
Os campos de férias para crianças dos cinco aos 14 anos – mas que contou com miúdos mais pequenos e mais velhos – decorreram na Casa de Acolhimento das Missionárias da Caridade – as imãs de Santa Teresa de Calcutá – em Adola e nas paróquias-missões de Qillenso e Soddu Abala.
Mais de 800 crianças juntaram-se diariamente nos três centros para rezar e aprender catequese, brincar, jogar, cantar e praticar desporto. As atividades – que ocupavam toda a manhã – acabavam com um lanchezinho de biscoitos energéticos e refresco.
Era notável a alegria que nem a chuva nem o nevoeiro – que também quiseram marcar presença nas atividades – diluíram nos participantes de todas as idades.
Entretanto, dois espanhóis, assistidos por um postulante comboniano que fazia de tradutor, deram um curso de introdução ao uso de computadores na Biblioteca São Daniel Comboni, em Adola.
Os participantes, 27 rapazes e 13 meninas, dos 10 aos 21 anos, aprenderam a usar o computador, os programas mais populares e a internet durante três semanas, em turnos diários, de manhã e de tarde.
Os jovens espanhóis vieram de paróquias das dioceses de Segorbe-Castellón e Valência, muitos com ligação ao Movimento Neocatecumenal.
Além de animarem os campos de férias, fazerem a pequenada feliz e ensinarem computação, também participaram ativamente na vida de oração diária (Missa, vésperas e adoração) das Missionárias da Caridade com quem se hospedaram.
Nas tardes livres, seguiram um programa de formação que incluiu missa, catequeses e outras atividades espirituais, animadas pelos dois padres que os acompanharam.
Também participaram na Eucaristia dominical na capela do Centro de Acolhimento (no sábado à noite) e na Igreja de São Daniel Comboni em Adola, com algumas canções.
Alguns inclusivamente acompanharam o missionário comboniano na celebração dominical em capelas à volta da cidade.
O campo de férias em Qillenso terminou a 29 de agosto com a celebração da Eucaristia. No final, os mais velhos receberam cadernos e os mais pequenos guloseimas.
No dia seguinte, uma avó perguntou-me onde estavam os «farenji», estrangeiros. Expliquei-lhe que iam a caminha de Adis-Abeba para à noite apanharem o avião para a terra deles. «As crianças estão a chorar!», respondeu.
As três semanas de férias no sul da Etiópia foram imersão numa realidade nova para os visitantes, que os encheu de alegria que é – como o Papa Francisco sublinhou na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa – missionária. Alguns, inclusive, já tinham passado algum tempo na Índia, em comunidades das Missionárias da Caridade.
Para Veronika, a jovem italiana com raízes polacas, a estada superou todas as expetativas. «Foi uma oportunidade única», confessou.
Mar, a mais jovem do grupo, estudante de medicina, explicou que durante as três semanas criou ligações afetivas sobretudo com as crianças na Casa de Acolhimento de Adola, complicando-lhe o regresso a Espanha.
Infelizmente, uma das jovens partiu um braço na brincadeira com a irmã e foi evacuada para Espanha para ser operada com urgência uma semana antes de o campo terminar.
Os jovens regressaram às suas famílias a 30 de agosto. Partiram de Adola de madrugada para apanharem à noite o avião em Adis-Abeba.
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