16 de setembro de 2021

PAPA PÕE IGREJA CATÓLICA A MEXER


A Igreja tem sido representada como uma rocha que permanece firme perante as intempéries da história, bastião da fé e das certezas permanentes.

Contudo, no princípio a Igreja era entendida como a «Via» do Senhor (Actos 18, 25), um caminho, uma comunidade ativa, em movimento. Os cristãos são os «desta Via» (Actos 9, 2).

O Papa Francisco, ao escolher para o Sínodo dos Bispos de 2023 o tema «Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão», recupera este conceito dinâmico de Igreja que faz sair os católicos das igrejas em direção às periferias em missão.

O Papa não cessa de proclamar a sinodalidade — o caminhar juntos — como modo de ser Igreja, hoje, desde o acreditar ao evangelizar e governar a comunidade eclesial: «o caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio».

O Documento Preparatório para o próximo sínodo, publicado nestes dias, explica que «caminhando lado a lado e refletindo em conjunto sobre o camino percorrido, com o que for experimentando, a Igreja poderá aprender quais são os processos que a podem ajudar a viver a comunhão, a realizar a participação e a abrir-se à missão. Com efeito, o nosso “caminhar juntos” é o que mais implementa e manifesta a natureza da Igreja como Povo de Deus peregrino e missionário» (nº 1).

Como o próprio tema do sínodo indica, a sinodalidade traduz-se em comunhão, participação e missão numa interligação essencial.

«A comunhão, que compõe na unidade a variedade dos dons, dos carismas e dos ministérios, tem em vista a missão: uma Igreja sinodal é uma Igreja “em saída”, uma Igreja missionária, «com as portas abertas» (EG, n. 46). Isto inclui a chamada a aprofundar as relações com as outras Igrejas e comunidades cristãs, com as quais estamos unidos mediante o único Batismo», o documento explica no número 15, porque «é impensável “uma conversão do agir eclesial sem a participação ativa de todos os membros do Povo de Deus”» (nº 6).

Este sínodo tem uma dinâmica própria precisamente para envolver todos os fiéis, ajudada por um vade-mécum.

Abre oficialmente em Roma a 9 de outubro e nas dioceses uma semana depois.

As perguntas dos dez núcleos temáticos publicadas no documento preparatório devem ser aprofundadas pelas igrejas locais em ampla consulta até abril de 2022.

As respostas, sintetizadas num máximo de dez páginas, vão servir de base para o Instrumento de trabalho 1 que estará pronto em setembro de 2022 para ser estudado nas reuniões internacionais das conferências episcopais e organismos equivalentes na África, Oceânia, Ásia, Médio Oriente, América Latina, Europa e América do Norte antes de março de 2023. 

Os sete documentos finais dessas assembleias serão a base para o Instrumento de trabalho nº 2, pronto até junho de 2023, para ser discutido no Sínodo em outubro de 2023.

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