4 de janeiro de 2019

Sudão: «VAI-TE, BASHIR!»


O grito «VAI-TE, BASHIR!», grafitado em árabe com uma silhueta do presidente sudanês, tomou conta das paredes de Cartum e de outras cidades do país.

Regista a vontade de milhões de sudaneses que, há três semanas, estão nas ruas a exigir o fim do regime de Omar al-Bashir.

O general, de 75 anos, tomou o poder há quase três décadas através de um golpe de estado.

A revolta começou na cidade de Atbara a 19 de dezembro. Manifestantes incendiaram a sede no NCP, o partido de Bashir.

O aumento do preço do pão e a falta de combustíveis foram o detonador da revolta sudanesa. Mas os manifestantes são contra a ditadura que tem o país a ferro e fogo.

As primeiras imagens da revolta mostravam militares a saudar os manifestantes.

Entretanto, as forças de segurança do governo atacaram os manifestantes com gás lacrimogéneo e balas reais, prenderam activistas, líderes da oposição, intelectuais e jornalistas, desligaram a internet para tentar conter a revolta.

O governo diz que há 19 mortos, 219 feridos civis e 187 das forças da ordem.

A oposição contabiliza 45 civis mortos, mais de um milhar de feridos e mais de dois mil de tidos.

«Os problemas de manifestações continuam (e os mortos aumentam) mas, tendo cuidado, não haverá grande perigo para nós que vivemos do lado oposto das grandes tensões. O pão vai-se conseguindo com grandes filas de espera, nem que seja preciso esperar todo o dia. A nossa oração para que se saibam resolver da melhor forma, com justiça e dignidade, os problemas do Sudão», escreveu um missionário que vive em Cartum.

A Frente nacional para a Mudança, formada por 22 partidos da oposição, e a sociedade civil assinaram uma Declaração de Liberdade e Mudança a pedir a renúncia de Al Bashir, a formação de um governo nacional de transição formado por líderes qualificados e eleições livres dentro de quatro anos.

As manifestações continuam...

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