24 de janeiro de 2019

NÚMEROS DA INIQUIDADE


26 indivíduos sozinhos detêm a mesma riqueza que a metade mais pobres da humanidade junta, 3,8 mil milhões de pessoas.

As contas foram feitas pela OXFAM e publicados no relatório Public Good or Private Wealth? lançado antes do Fórum Económico Mundial que decorre em Davos, na Suíça, e mostram que as fortunas dos super-ricos atingiram níveis sem precedentes.

Os números que desmistificam a iniquidade do sistema capitalista que nos governa: 
  • Os bilionários viram a sua riqueza crescer 900 mil milhões de dólares no ano passado, ao ritmo de 2,5 mil milhões por dia; 
  • A riqueza dos 3,8 mil milhões mais pobres caiu em 11%; 
  • 3,4 mil milhões de pessoas vivem com menos de 5,5 dólares por dia; 
  • Os homens detêm mais do dobro da riqueza das mulheres (na lista Forbes só há duas mulheres entre os 26 bilionários) 
  • Os super-ricos pagam cada vez menos taxas e escondem 7,6 triliões de dólares em offshore
  • Se 1% dos super-ricos pagassem uma taxa extra de 0,5% podiam educar 262 milhões de crianças que não andam na escola e providenciar serviços de saúde a 3,3 milhões de pessoas que não os têm. 
  • Os super-ricos estão a diminuir (eram 43 e agora são 26) mas as suas fortunas aumentam. 15 são norte-americanos, 4 chineses, 2 franceses, outros 2 de Hong Kong e 1 da Espanha, México, e Índia. 
A OXFAM propõe que se escolha o bem público em vez de se continuar a recompensar os já muitos ricos, optando pela luta contra desigualdade para acabar com a pobreza.

O papa Francisco preconiza uma economia ao serviço da vida.

Na Encíclica Laudato si’ denuncia o paradigma da tecnocracia (a maior parte das grandes fortunas foi feita através da internet): «O paradigma tecnocrático tende a exercer o seu domínio também sobre a economia e a política. A economia assume todo o desenvolvimento tecnológico em função do lucro, sem prestar atenção a eventuais consequências negativas para o ser humano. A finança sufoca a economia real. Não se aprendeu a lição da crise financeira mundial e, muito lentamente, se aprende a lição do deterioramento ambiental» (nº 109).

E propõe uma solução concreta: «Pensando no bem comum, hoje precisamos imperiosamente que a política e a economia, em diálogo, se coloquem decididamente ao serviço da vida, especialmente da vida humana» (nº 189).

A OXFAM nasceu na Inglaterra em 1942 para lutar contra a fome. Hoje, está sediado em Nairobi, Quénia, e centra-se na luta contra a pobreza.

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