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Cerca de três milhões de sul sudaneses recensearam-se para poderem votar no referendo de autodeterminação marcado para daqui a um mês.
O Comité do Referendo do Sul do Sudão apresentou ontem os resultados preliminares depois de o período de recenseamento eleitoral ter encerrado.
Segundo o Comité, cerca de três milhões registaram-se no Sul mas os resultados finais serão apresentados mais tarde porque comunicações com áreas remotas são difíceis mesmo depois de o Governo sulista ter fornecido uns 400 telefones-satélite para melhorarem as ligações locais.
O recenseamento correu bem sem incidentes a não ser o esgotamento de material de registo nos centros mais populosos.
As mulheres demoraram a cerrar fileiras nos centros do referendo, mas em alguns lugares ultrapassaram mesmo o número de homens inscritos sobretudo nas comunidades pastoris.
Se o número de eleitores possíveis se mantiver dentro dos três milhões, pelo menos 1,8 milhões têm que votar entre 9 e 17 de Janeiro para o referendo ver validado e escolherem entre independência e união com o norte.
O contador decrescente para o referendo continua a aproximar-se da marca zero apesar dos problemas que o relógio tem sofrido. A primeira versão – com números pequenos a indicar dias, horas e minutos em contagem regressiva para o referendo – foi danificada pelo forte vendaval de duas semanas atrás.
Os técnicos montarem mostradores com números gigantes que umas vezes funcionam e outras vezes ficam zerados depois dos apagões frequentes de Juba.
Entretanto, durante as últimas semanas, registaram-se pelo menos três confrontos militares com dois bombardeamentos aéreos do norte contra alvos a sul da fronteira e uma emboscada a um camião do exército do sul que transportava soldados e familiares. Pelo menos oito pessoas morreram no ataque ao camião – perpetrado por nómadas árabes Misseriya segundo o governo do Sul – enquanto os ataques aéreos se saldaram por uma vintena de feridos e mais de 3500 desalojados.
Os ataques a zonas remotas junto à fronteira em Aweil Norte e o Estado de Unity são vistos como provocações do norte para tentarem travar o referendo.
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