© JVieira
Assisti esta noite à antestreia de um novo documentário sobre o momento histórico que o Sudão está a viver.
O trabalho chama-se Autonomia Transformativa,Transformative Autonomy, e é a segunda produção de uma jovem juíza – a primeira, do ano passado, chama-se Mente Divina, Divine Mind.
Luris Mulla apresenta a história do Sudão numa narrativa sóbria e segura, apontando as razões históricas e culturais para o conflito quase permanente entre negros e «meio-árabes» (como ela considera os nortistas) desde 1956.
A sua tese fundamental é que o Sul tem um problema de identidade e de auto-crença.
A autora sustenta que o amor-próprio e a auto-estima são as bases pare reconstruir a nação, que o poder residente antes de mais na mente e numa visão divina do ser humano.
O vídeo apresenta depoimentos de figuras cimeiras do sul do Sudão, incluindo políticos e especialistas.
Entre os convidados que assistiram à antestreita contava-se o líder da primeira guerra civil, o General Reformado Joseph Lago que combateu Cartum entre 1956 e 1973 e foi presidente do Sul do Sudão depois da paz de Adis-Abeba.
A juíza Luris tem 23 anos e trocou a sala de audiências pelas câmaras para responder ao apelo de expressar as suas ideias e de as partilhar com o grande público.
Como bom estrangeiro, cheguei dez antes da hora prevista (19h00) para ter o privilégio de ser o primeiro convidado a aparecer e de esperar uma hora e dez minutos para ver o documentário. Mas valeu a pena.
O ministro da Informação - que estava entre os convidados - agradeceu ao pessoal por chegar tarde e pediu para a próxima virem mais cedo. Mas não é fácil porque aqui existe a instituição do «tempo local» ou «tempo sudanês», que quer dizer chegar atrazado ou começar um evento mais tarde! O tempo dilata com a espera...
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