27 de novembro de 2010

ARCEBISPOS



Os arcebispos de Juba recensearam-se juntos para votar no referendo de auto-determinação para o Sul do Sudão numa manifestação de unidade que é comum por estas paragens.
Os sulistas vão escolher entre a união e a separação com o norte num plebiscito agendado para 9 de Janeiro de 2011.
O arcebispo católico Paolino Lukudu Loro (à dirita, na foto) e o primaz anglicano arcebispo Daniel Deng Bul registaram-se no Centro do Referendo a funcionar na Escola Básica de Hai Jalaba na terça-feira.
Os dois prelados falaram da importânica de os cidadãos se inscreverem nos cadernos do referendo para exercerem o direito à autoderminação e alertaram os detentores do cartão de eleitor para votarem a 9 de Janeiro para validarem o resultado do referendo.
Para o sim à separação ser válido, pelo menos 60 por cento dos eleitores inscritos têm de tomar parte no voto.
No final os dois arcebispos – Juba disputa com Braga o título de cidade dos arcebispos! – visitaram uma das turmas da terceira classe e encorajaram os estudantes a empenharem-se para terem sucesso na vida.
Entretanto, ontem a Comissão Nacional do Referendo decidiu prolongar o recenseamento por uma semana até 8 de Dezembro «por razões técnicas».
A data do voto mantém-se de 9 a 17 de Janeiro de 2011. O porta-voz do SPLM, o partido que controla o sul, disse-me que a data do voto não é negocíavel.
Muitos centros do referendo ficaram sem material para registarem os cidadãos devido ao elevadíssimo número de sulistas que decidiram tomar parte no exercício.
No Egipto, um dos oito países onde os sulistas podem votar, o recenseamento ainda não começou devido a alegados problemas de comunicação nos canais diplomáticos entre Cartum e Cairo.
O Egipto tem dado sinais de grande nervosismo em relação ao previsível resultado do referendo. Uma das razões tem a ver com a partilha das ágas do Nilo Branco. Mas parece são ser a única. Analistas receiam que um Sul do Sudão independente encorage outros povos na mesma situação a lutar pela autodeterminação.

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