Em Butembo, hoje, é mais um dia de «cidade morta e paralisada».
Trata-se de mais uma acção de protesto marcada por uma associação cívica contra os massacres na cidade-gémea de Beni, que fica a 50 quilómetros de distância, e especialmente contra a presença das tropas das Nações Unidas (MONUSCO) nesta região.
A associação cívica e alguns analistas acusam os capacetes azuis de não agirem com determinação contra os grupos armados que matam e trucidam todos os dias os habitantes das zonas agrícolas da região de Beni (Kivu-Norte, República Democrática do Congo) e da própria cidade de Beni.
Em Beni, as jerarquias militares da ONU dizem duas coisas:
- a operação militar «de grande envergadura» proclamada em outubro pelas autoridades militares congolesas foi organizada e executada sem que os militares da MONUSCO tenham sido informados e menos ainda convidados para a planificação e a execução;
- há uma campanha de desinformação contra a MONUSCO lançada por indivíduos ou organizações interessados em provocar ainda maiores desastres.
Há mais de mil razões para marchas e outras ações de protesto.
Na foto, estou com uma missionária comboniana, em Beni, numa manifestação da Igreja Católica para que a memória das vítimas dos incessantes massacre sacuda o país e o estrangeiro.
Nos braços da Cruz está escrito «Beni-Cidade e Território». Na vertical: «Em memória dos massacrados».
É escandaloso o silêncio do Estado congolês e dos meios de comunicação internacionais...
Entretanto, membros do Governo congolês e comandantes militares convidaram para a cidade de Goma os seus parceiros das Nações Unidas, do Rwanda e do Uganda para combinarem a eliminação dos grupos armados que, deste país, destabilizam os vizinhos.
O Governo de Tshisekedi prepara a repartição país pelos seus
vizinhos. A indignação popular é grande.
P. Claudino Gomes
RD do Congo
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