A Irmã Maria Teresa é uma Carmelita de 44 anos, em Braga. No início do Ano Missionário, soube da importância decisiva que São Daniel Comboni atribui à oração missionária das pessoas em vida contemplativa. «Tenho, diz ele, mais de 200 mosteiros e institutos» a rezar «para eu conseguir levar a luz da santa fé ao interior da África». No seu longo retiro espiritual, Teresa mergulhou nos Escritos do santo missionário:
«Impressionei-me muito com o que li dos Escritos de Comboni. E mais ainda por desconhecer o seu tão rico, profundo e ardente vigor missionário, visível nos combonianos que conheço.
Ao ler algumas das suas belíssimas cartas, cheias de paixão pela "Nigrícia", e aperceber-me de quão valiosa era para ele a oração feita nos mosteiros pelo seu trabalho, senti-me... envergonhada, por viver tão pouco a dimensão missionária da minha vida contemplativa! E pensei: realmente, este ano Missionário, só pode ser uma grande GRAÇA para nós, Consagradas contemplativas! Sim, porque a contemplação não se alimenta de utopias, sonhos, idealismos... mas da relação pessoal e amorosa com Jesus e simultaneamente com as dores, anseios e esperanças da Humanidade inteira! – Meu Deus, disse, quantas vezes eu vivo no meu pequeno mundo, tão ‘longe’ dos meus irmãos e pouco atenta aos seus clamores!...
Decerto, Santa Teresa de Jesus, minha Santa Madre, não se ofendeu por eu ter passado um bom bocado a ler Comboni, durante o retiro espiritual... De facto, não foi uma interrupção nas meditações do retiro, mas um alerta, uma tomada de consciência mais profunda da minha vida contemplativa chamada a ser REALMENTE missionária! Pois, afinal, tanto ela como a minha “mana” Santa Teresinha do Menino Jesus e outros santos/as do Carmelo desejaram tão intensamente dar a conhecer Jesus e o Evangelho e entregar-se pela salvação das pessoas, que familiarizar-me com S. Daniel Comboni e os seus apelos à intensa oração pelo seu trabalho apostólico, só me assemelhará mais aos que me precederam no Carmelo e manterá vivo em mim o ideal eclesial-apostólico de Sta. Teresa.»
Pensei também em Comboni e Teresinha. Esta quis «ser Apóstola, Missionária, não apenas durante alguns anos, mas desde a criação do mundo (e) até ao fim dos séculos.» Comboni disse que daria mil vidas pela Missão, em resposta à sede de Jesus na Cruz.
S. João Paulo II une a carmelita e o missionário num único movimento espiritual: «Esta sede de almas a salvar foi sempre fortemente sentida pelos Santos: pensemos, por exemplo, em santa Teresa de Lisieux, padroeira das missões, e em D. Comboni, grande apóstolo da África.»
Do Coração de Jesus, onde vivem, Teresinha e Comboni urgem agora os Cenáculos de Oração Missionária e as Famílias Carmelita e Comboniana, a unirem empenho pela santidade, oração missionária em profunda comunhão com o Senhor e inesgotável dedicação à evangelização.
Ir M. Teresa E.S. da Imaculada Conceição
P. Claudino Ferreira Gomes, Missionário Comboniano
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