© JVieira
A revista Time colocou um médico-voluntário católico norte-americano entre as 100 pessoas mais influentes no mundo em 2015.
Tom Catena, 50 anos, está incluído na lista de 21 personalidades pioneiras lado a lado com artistas, astronautas, cientistas, ativistas políticos, atores, feministas, escritores, transexuais e jornalistas.
O Dr. Tom – como todos lhe chamam – dirige o Hospital Mãe da Misericórdia, nos Montes Nuba, sul do Sudão, desde 2008.
Conheci-o dois anos depois quando fui a Gidel fazer uma formação aos jornalistas da rádio local.
Parco em palavras, leva uma vida austera de monge. Vem para a missa das sete já com as roupas do hospital, para iniciar logo o trabalho: consultas e cirurgias.
Faz mais de mil operações por ano ao som de música: uma escolha eclética que inclui trechos clássicos, gospel, rock & roll, country e baladas.
O hospital, construído pela diocese sudanesa de El Obeid, com o empenho do bispo comboniano Macram Max, tem 350 camas e serve cerca de 700 mil pessoas.
O governo de Cartum proíbe o trabalho de ONGs nos montes Nuba e continua a bombardear impiedosamente a região ano após ano desde abril de 2012.
Nuba Reports contou já 3740 bombas largadas de aviões militares contra alvos civis.
O jornalista que traçou o perfil do Dr. Tom chama-lhe santo. Um santo dedicado a Jesus e ao povo nuba que serve através da medicina.
Quando vai aos Estados Unidos não para de denunciar o genocídio dos árabes de Cartum contra os negros dos Montes Nuba.
Cartum sabe que o Dr. Tom é uma voz incómoda. Tentou calá-la em Maio de 2014 com um ataque de dois MIGs ao hospital. O seu quarto ficou bastante danificado mas o doutor estava nas trincheiras com pessoal e pacientes.
O Dr. Tom diz que sente paz quando vem do serviço e isso basta-lhe.
Desafia o perigo em Gidel com um grupo de irmãs combonianas – que trabalham com ele no hospital, na rádio, na pastoral e na educação – e dois padres africanos. Gente dedicada, os meus heróis!
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