2 de abril de 2014

COM MARIA


O Evangelho segundo São Mateus não adianta muito sobre Maria. Diz que é dela que nasceu Jesus chamado Cristo (1:16), que estava noiva de José e engravidou pelo Espírito Santo (1:18); os Magos viram o Menino com Maria, sua mãe (2:10) e ela fugiu com Jesus e com José para o Egito (2:13-14) e regressaram para Nazaré depois da morte de Herodes (2:19-23). Maria foi com os familiares à procura de Jesus (12:46) presumivelmente a Cafarnaum, a sede do seu ministério e foi identificada pelos nazarenos como a mãe de Jesus (13:55). 

Mateus não regista nem uma palavra de Maria: está sempre em pano de fundo, presença silenciosa, escondida. Mas também terreno fértil ao poder gerador do Espírito Santo.

Caminhar com Maria as alamedas da santidade comboniana é aceitar e acolher a força criadora e fecunda do Espírito Santo, deixar que ele me fertilize para que Deus continue a salvar.

O Papa Francisco escreve em Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho que «sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto.» E continua: «Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentir importantes (288).

Antes havia escrito: «Maria é aquela que sabe transformar um curral na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura (286).

O Papa argentino aborda na exortação apostólica o tema da ternura de muitos ângulos: não defrauda (3), é jeito de Deus-Pai (4), a cruz é ternura batalhadora contra o mal (85), uma revolução a que Jesus nos convida através da encarnação. A sua força experimenta-se nos encontros interpessoais (270), que aliada à justiça e contemplação é parte da dinâmica de evangelização de Nossa Senhora (288).

Proclamar a ternura, o afeto e a humildade como o caminho evangelizador numa comunidade de homens de barba rija e calejados por muitas «cacetadas» da vida não é tarefa fácil, sobretudo se se lhe juntar um modo de ser Igreja machista e misógino, cerebral mais que cordial.

A devoção à jovem de Nazaré devia conduzir-nos pelas veredas da ternura, do afeto, da humildade e da justiça: o estilo mariano de evangelização a que se junta a contemplação, a capacidade de permanecer o coração de Deus, de ver através do seu olhar.

3 comentários:

pelina disse...
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pelina disse...

MARIA a MULHER que ocupa o primeiro lugar...obrigado por tão bela partilha

pelina disse...
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