4 de abril de 2014

MISERICORDIAR


Hoje foi-nos proposto declinar o verbo misericordiar como itinerário principal para a santidade.

Acordei cedo com «pulgas» no coração e decidi começar o dia com uma boa caminhada de uma hora. Foi tão lindo sentir a vida a despertar, preguiçosa, e a energizar a minha vida: os melros a assobiar, a outra passarada a responder… O céu estava escuro e carregado e não me deixou ver o Sol nascer, mas eu senti-o a subir!

O P. Fernando Domingues propôs-nos rezar a misericórdia com os capítulos 9 e 10 de Mateus.

Fui à procura do étimo de misericórdia. Gostei da leitura proposta por Santo Agostinho: uma composição das palavras latinas miser+cor+dare: dar o coração aos míseros, aos pobres, aos últimos.

«Encalhei» logo em Mateus 9:13: «Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício.»

Mateus repete esta afirmação essencial de Jesus em 12:7.

Nas Escrituras Judaicas há duas passagens similares: «porque é amor que eu quero…» (Oseias 6:6) e «a obediência é melhor que o sacrifício» (1Samuel 15:22). Misericórdia, amor e obediência são sinónimos no dicionário-base de Deus. Por isso é que a palavra misericórdia aparece mais de 100 vezes na Bíblia.

Jesus propõe-nos passar da cabeça para o coração nas nossas relações com Deus e com as pessoas, de uma relação neurótica e cerebral para uma relação cordial e de afetos. O centro do Cristianismo não são ritos ou rituais para propiciar a ira divina – por mais belos e elaborados que sejam – mas as pessoas.

É interessante notar que o Papa Francisco usa a palavra cordial oito vezes e misericórdia 29 na Alegria do Evangelho.

O pregador fez algumas afirmações interessantes hoje:

- estamos ao serviço da misericórdia de Deus, incluindo o nosso pecado;

-Comboni não viveu para se converter mas para a conversão da África;

-o pecado não é desculpa para trabalharmos menos, mas uma tentação!

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