© JVieira
A paz é a única via para
resolver a questão de Abyei.
Esta é a posição do
Presidente do Governo do Sul do Sudão que disse aos jornalistas numa declaração
de 40 minutos esta manhã em uba que o Sul não ia retaliar e atacar Abyei ou o
Norte.
As tropas do norte do
Sudão atacaram e ocuparam Abyei na semana passada.
Mais de 60 mil pessoas
fugiram dos combates ferozes que envolveram armamento pesado e refugiaram-se no
Sul do Sudão.
Salva Kiir Mayardit
exigiu a retirada imediata e incondicional de Abyei das tropas do Norte, o
estabelecimento de uma força de paz internacional para garantir a segurança na
zona – até agora o patrulhamento era mantido pela missão da ONU no Sudão, uma
força constituída maioritariamente por árabes e muçulmanos pró-Cartum -, o
retorno dos deslocados e das agências de assistência.
Ele disse que o NCP – o
Partido do Congresso Nacional que detêm o poder em Cartum – e o Presidente Omar
al-Bashir tinham a invasão de Abyei preparada e esperavam por um pretexto para
atacar.
O pretexto foi um
incidente entre tropas do sul e forças do norte quando estas eram escoltadas
para fora de Abyei pelos capacetes azuis, na quinta-feira.
Abyei é habitada por uma
tribo do Sul do Sudão – os Dinka Ngok – e administrada desde 1905 a partir do Kordofan,
no Norte.
O acordo de paz assinado
em 2005 pelo governo de Cartum e os rebeldes do SPLA (o Exército de Libertação
do Povo do Sudão) previa a realização de um referendo para os habitantes de
Abyei escolherem pertencer ao norte ou ao sul do Sudão.
O regime de Cartum não
permitiu que o referendo se realizasse a 9 de Janeiro e tem bloqueado todos os
passos dados nesse sentido!
O Presidente Kiir acusou
Cartum de estar em guerra com os Sudaneses desde a independência em 1956, mas sem
nunca reagir a agressões externas, incluindo um ataque recente da aviação israelita
conta um automóvel em Port Sudan.
Entretanto, mais de 60
mil pessoas que fugiram dos combates de Abyei, sobrevivem em condições muito difíceis
espalhados pelos matos do Sul.
Primeiro, fugiram para Agok,
a sul de Abyei, mas a farinha acabou e tiveram que se deslocar mais a sul à
procura de alimentos.
O pároco de Turalei, P. Anthony
Agok, disse-me pelo telefone que havia mais de 60 mil deslocados em situação
muito difícil e que alguns já tinham morrido de fome.
O P. Agok adiantou que o
Programa Alimentar Mundial estava a fazer um levantamento da situação e a
juntar os refugiados para começar a distribuir mantimentos.
Acrescentou que os refugiados
também necessitavam de um abrigo que os protegesse da chuva e de medicamentos.
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