© JVieira
A onda de euforia e festa
que cobriu o Sudão do Sul durante e depois do Referendo de autodeterminação é já
uma memoria distante.
Entretanto, a revisão da constituição tornou-se num exercício fracturante com o SPLM, o partido no poder, a dizer às oposições que são eles quem mandam e ponto final. A Constituição transitória foi preparada para acomodar as clientelas do partido que quer segurar as rédeas do poder pelo menos até 2015. As resoluções que saíram da conferência de partidos políticos em Outubro foram simplesmente ignorada pelo comité técnico que elaborou a lei fundamental.
Entretanto, a revisão da constituição tornou-se num exercício fracturante com o SPLM, o partido no poder, a dizer às oposições que são eles quem mandam e ponto final. A Constituição transitória foi preparada para acomodar as clientelas do partido que quer segurar as rédeas do poder pelo menos até 2015. As resoluções que saíram da conferência de partidos políticos em Outubro foram simplesmente ignorada pelo comité técnico que elaborou a lei fundamental.
Entretanto, a violência
voltou em força ao Sul. Mais de 1100 pessoas foram mortas e quase 100 mil deslocadas
por diversos tipos de violência: conflitos locais por causa do gado e das
pastagens, actos de vingança, ataques de senhores da guerra contra civis e
militares, milícias…
Juba aponta o dedo a
Cartum acusando o norte de instigar e apoiar divisões e confusões. Mas também
há líderes sulistas que usam a violência para conseguir um lugar mais vantajoso
à mesa do poder depois da independência.
Junte-se-lhe a ocupação de
Abyei no sábado pelas tropas do norte que fez mais de 40 mil deslocados e a
situação piora muito bem – como diriam os meus amigos moçambicanos.
Finalmente, comida e
combustíveis escasseiam. No princípio de Maio o governo de Cartum mandou fechar
as rotas de abastecimento do Sul a partir do Norte e o boicote está a gerar o
caos nas comunidades mais perto da fronteira.
O gasóleo escasseia, o
preço duplicou e não pára de subir – hoje paguei-o a 5.50 libras sudanesas o
litro – cerca de € 1,46 – mas outro missionário pagou seis libras. Os
transportes públicos custam o dobro e a comida também está a ficar cada vez
mais cara.
Entretanto, os
preparativos para a independência continuam: o novo terminal do aeroporto está
a crescer a olhos vistos, as ruas cada vez mais limpas e alindadas, o espaço
das celebrações a receber um tratamento VIP – no domingo passei por lá e vi
três grandes camiões cheios de plantas tropicais a chegar do Uganda para
embelezar o Mausoléu de John Garang.
A Igreja está a dar os
últimos retoques no programa pastoral para marcam a independência que vai
começar no sábado com uma procissão do Santíssimo em Juba e noutras cidades.
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