Os colegas da missão já se retiraram para o descanso merecido da noite. De kispo ligeiro pelas costas, venho para o pátio da missão. Fico, por uns instantes, a apreciar o tão raro e misterioso silêncio.
Quedo-me a olhar o céu pontilhado de astros. E dou comigo a pensar numa estrela única e sem igual, muito querida e desejada por todos. Não a distingo entre a multidão incontável que enche o firmamento, mas também não faço questão por isso. Não é uma estrela qualquer das que habitam o espaço celeste.
A sua presença não é notória, mas sei que está ali. Esta certeza conforta-me e conduz-me até à mencionada estrela. Ela própria me leva até à gruta onde está aquele que é a esperança do mundo. É um menino de nome Jesus.
Um grupo de pastores tinha apenas entrado. Entre louvores e parabéns, acenei à sua mãe Maria que me pôs à vontade com o recém-nascido. José, seu marido, ficou contente por me ver conversar com o Menino:
«Muita gente fala do Natal, do teu Natal, ó meu pequeno Jesus! Mas a tua mensagem de paz não entra nos seus planos e não tem prioridade na sua vida. De ti apenas sabem o nome, mas já estou a vê-los a bambolear-te de mão em mão, falando de paz como pretexto para a guerra. Porque não inventas a arma da paz como eles inventam as armas da guerra?»
O Menino olhava insistentemente para o alto, sinal claro de um convite que eu resistia em acolher e aceitar.
Disse-lhe: «Não estou mais interessado em olhar para as alturas do céu estrelado onde ficas irreconhecível entre miríades de astros.»
Ele sorriu, apontando ainda na mesma direcção, vencendo a minha teimosia.
Olhei. Estrelas transformavam-se em letras do alfabeto e, deslocando-se, procuravam um lugar no arranjo das palavras que se liam no céu: «Gloria a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens de boa vontade.»
Verso do Livro Santo que une a terra ao céu na melodia celestial que os anjos cantavam sem interrupção.
Agora que o dia de Natal está mesmo à porta, penso em Saná, uma menina de sete anos que vive aqui em Nyala, Sul do Darfur.
Ela sabe que Deus não ama a guerra e que nos enviou a prenda mais bela: Jesus, o Príncipe da Paz. Se ao menos o mundo tivesse em consideração a pergunta que a pequena Saná, alguns dias atrás, me pousou: «Porquê a paz está a demorar tanto em chegar?»!
Naquele dia, enquanto esperava uma resposta para a sua pergunta, Saná aprendeu uma nova oração que, a seguir, rezou com o seu grupo de catequese: «Destrói, ó Deus, os muros do ódio, entre as nações; aclara o caminho para aqueles que trabalham pela paz.»
Votos de um santo e feliz Natal e próspero ano novo, repleto de paz!
Quedo-me a olhar o céu pontilhado de astros. E dou comigo a pensar numa estrela única e sem igual, muito querida e desejada por todos. Não a distingo entre a multidão incontável que enche o firmamento, mas também não faço questão por isso. Não é uma estrela qualquer das que habitam o espaço celeste.
A sua presença não é notória, mas sei que está ali. Esta certeza conforta-me e conduz-me até à mencionada estrela. Ela própria me leva até à gruta onde está aquele que é a esperança do mundo. É um menino de nome Jesus.
Um grupo de pastores tinha apenas entrado. Entre louvores e parabéns, acenei à sua mãe Maria que me pôs à vontade com o recém-nascido. José, seu marido, ficou contente por me ver conversar com o Menino:
«Muita gente fala do Natal, do teu Natal, ó meu pequeno Jesus! Mas a tua mensagem de paz não entra nos seus planos e não tem prioridade na sua vida. De ti apenas sabem o nome, mas já estou a vê-los a bambolear-te de mão em mão, falando de paz como pretexto para a guerra. Porque não inventas a arma da paz como eles inventam as armas da guerra?»
O Menino olhava insistentemente para o alto, sinal claro de um convite que eu resistia em acolher e aceitar.
Disse-lhe: «Não estou mais interessado em olhar para as alturas do céu estrelado onde ficas irreconhecível entre miríades de astros.»
Ele sorriu, apontando ainda na mesma direcção, vencendo a minha teimosia.
Olhei. Estrelas transformavam-se em letras do alfabeto e, deslocando-se, procuravam um lugar no arranjo das palavras que se liam no céu: «Gloria a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens de boa vontade.»
Verso do Livro Santo que une a terra ao céu na melodia celestial que os anjos cantavam sem interrupção.
Agora que o dia de Natal está mesmo à porta, penso em Saná, uma menina de sete anos que vive aqui em Nyala, Sul do Darfur.
Ela sabe que Deus não ama a guerra e que nos enviou a prenda mais bela: Jesus, o Príncipe da Paz. Se ao menos o mundo tivesse em consideração a pergunta que a pequena Saná, alguns dias atrás, me pousou: «Porquê a paz está a demorar tanto em chegar?»!
Naquele dia, enquanto esperava uma resposta para a sua pergunta, Saná aprendeu uma nova oração que, a seguir, rezou com o seu grupo de catequese: «Destrói, ó Deus, os muros do ódio, entre as nações; aclara o caminho para aqueles que trabalham pela paz.»
Votos de um santo e feliz Natal e próspero ano novo, repleto de paz!
Feliz da Costa Martins - Missionário Comboniano - Nyala - Darfur (Sudão)
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