Hoje, pela primeira vez desde que cheguei a Juba, fui convidado a presidir à missa em inglês na Catedral.
Estava com algum nervoso miudinho, confesso.
Por um lado, em 20 anos de padre nunca tinha usado o turíbulo, excepto para incensar o Evangelho. Ao pequeno-almoço pedi algumas dicas ao provincial. Homem prático, disse que se me enganasse ninguém daria conta!
Depois, no primeiro banco – sofá é mais correcto – estava sentado o Presidente do Governo do Sul do Sudão o que dá algum «peso» ao ambiente. Apesar de o senhor ser super-simpático e levantar-se para cumprimentar outros fiéis no momento da paz.
Finalmente, fazer uma homilia em inglês é mais complicado que em português. E logo hoje que o Evangelho falava de corrupção – um tema bem quente nesta latitude.
Mas tudo correu bem e estou disposto a repetir a experiência se e quando me convidarem! Na cidade há muitos padres a viver e todos presidem à vez à missa na catedral em rotação.
No fim da missa o presidente Salva Kiir dirigiu uma mensagem aos presentes sobre os últimos acontecimentos no Sudão: o boato da sua morte há 15 dias, o cerco dos militares do norte a um pequeno grupo de soldados do Sul, a revista da polícia às sedes do SPLM em Cartum.
O Gen. Kiir diz que isto são provocações dos inimigos da paz. E ele tem o dever de garantir aos sulistas a possibilidade de escolherem em 2011 entre a independência ou autonomia em relação a Cartum através de um referendo.
Uma mensagem conciliatória que também abordou a questão da segurança dos negociantes ugandeses. Desde Janeiro que mais de duas dezenas foram mortos no Sul do Sudão por contendas por causa de negócios ou pela polícia como aconteceu recentemente. As forças da ordem estavam a dar um enxerto de porrada a um jovem ugandês que estava a ser preso, o n.º dois da associação de ugandeses em Juba interveio a pedir que não maltratassem o preso e um polícia esfaqueou-o.
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