Machar e Kiir durante a conferência de imprensa de 8 de julho:
«A violência foi infeliz!»
«A violência foi infeliz!»
Há cinco anos estava em Juba a cobrir a cerimónia da independência e a participar no júbilo e na esperança de um povo que esperou meio século e sofreu duas guerras civis sangrentas contra o regime de Cartum para celebrar a sua autonomia e dignidade.
A lua-de-mel da independência durou meio ano. O Sudão queria continuar a usufruir dos proventos do petróleo sul-sudanês que o exportava através dos seus oleodutos. Juba suspendeu a produção e a economia do país caiu a pique.
O governo desperdiçou o capital de simpatia que tinha conquistado na comunidade internacional com a corrupção e nepotismo. Ainda estão por encontrar mais de 4 mil milhões de dólares que sumiram no buraco negro das contas privadas dos governantes e afins.
Mas o pior estava para vir: uma disputa pelo poder dentro do partido dominante ,o SPLM, lançou o país numa guerra medonha contra si próprio: começou a 15 de dezembro de 2013 como uma disputa entre soldados dinka e nuer em Juba, alastrou-se a todo o país e terminou em agosto de 2015 com um acordo de paz entre o Presidente Salva Kiir Mayardit e o seu opositor ex-vice-presidente Riek Machar Teny.
O balanço é medonho: entre 50 e 300 mil mortos, 844 mil refugiados, 1,6 milhões de deslocados internos. O país está na bancarrota e inflação ronda os 295%. Os relatórios produzidos pela União Africana e pela ONU são uma narrativa de violência crua e nua sobretudo contra a população civil.
Este ano o governo decidiu que não havia celebrações dos 5 anos de independência por falta de veba.
Os militares, contudo, fizeram a festa à sua maneira em dois atos: a 7 de julho, num posto de controlo dos soldados do governo em Gudele, um bairro no norte de Juba, houve tiroteio com os soldados da oposição. O governo diz que perdeu quatro homens.
Os dois lados do conflito apresentaram versões diferentes do incidente.
No dia 8 à tarde, a presidência reuniu-se no J1, o palácio presidencial. O Presidente Salva Kiir Mayardit, o primeiro vice-presidente Riek Machar e o vice-presidente James Wani Igga reuniram-se para discutir o tiroteio da noite anterior. Sem se saber porquê, os soldados recomeçaram aos tirou com armamento ligeiro e pesado lançando o pânico entre a população.
«Dezenas morreram», dizem os média. Passam da centena os corpos contados à volta do palácio presidencial e na morgue do hospital.
A reunião acabou com os três líderes a pedir calma e ordem na cidade na véspera da independência.
Qual é o futuro para o país mais jovem do mundo? Não tenho nenhuma bola de cristal para ler o que ainda não foi escrito. Mas com esta liderança o país não vai a lado nenhum. Parece que os falcões por detrás do presidente não querem perder o poder que conseguiram e tudo tentam para descarrilar o processo já tão anoréxico de paz…
Os sul-sudaneses merecem melhores líderes.
A lua-de-mel da independência durou meio ano. O Sudão queria continuar a usufruir dos proventos do petróleo sul-sudanês que o exportava através dos seus oleodutos. Juba suspendeu a produção e a economia do país caiu a pique.
O governo desperdiçou o capital de simpatia que tinha conquistado na comunidade internacional com a corrupção e nepotismo. Ainda estão por encontrar mais de 4 mil milhões de dólares que sumiram no buraco negro das contas privadas dos governantes e afins.
Mas o pior estava para vir: uma disputa pelo poder dentro do partido dominante ,o SPLM, lançou o país numa guerra medonha contra si próprio: começou a 15 de dezembro de 2013 como uma disputa entre soldados dinka e nuer em Juba, alastrou-se a todo o país e terminou em agosto de 2015 com um acordo de paz entre o Presidente Salva Kiir Mayardit e o seu opositor ex-vice-presidente Riek Machar Teny.
O balanço é medonho: entre 50 e 300 mil mortos, 844 mil refugiados, 1,6 milhões de deslocados internos. O país está na bancarrota e inflação ronda os 295%. Os relatórios produzidos pela União Africana e pela ONU são uma narrativa de violência crua e nua sobretudo contra a população civil.
Este ano o governo decidiu que não havia celebrações dos 5 anos de independência por falta de veba.
Os militares, contudo, fizeram a festa à sua maneira em dois atos: a 7 de julho, num posto de controlo dos soldados do governo em Gudele, um bairro no norte de Juba, houve tiroteio com os soldados da oposição. O governo diz que perdeu quatro homens.
Os dois lados do conflito apresentaram versões diferentes do incidente.
No dia 8 à tarde, a presidência reuniu-se no J1, o palácio presidencial. O Presidente Salva Kiir Mayardit, o primeiro vice-presidente Riek Machar e o vice-presidente James Wani Igga reuniram-se para discutir o tiroteio da noite anterior. Sem se saber porquê, os soldados recomeçaram aos tirou com armamento ligeiro e pesado lançando o pânico entre a população.
«Dezenas morreram», dizem os média. Passam da centena os corpos contados à volta do palácio presidencial e na morgue do hospital.
A reunião acabou com os três líderes a pedir calma e ordem na cidade na véspera da independência.
Qual é o futuro para o país mais jovem do mundo? Não tenho nenhuma bola de cristal para ler o que ainda não foi escrito. Mas com esta liderança o país não vai a lado nenhum. Parece que os falcões por detrás do presidente não querem perder o poder que conseguiram e tudo tentam para descarrilar o processo já tão anoréxico de paz…
Os sul-sudaneses merecem melhores líderes.
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